22 de abr. de 2007

[Textos] Universidade Nova: adequação ao Projeto Bolonha?

EDUCAÇÃO
Reviravolta no ensino

Polêmico, projeto Universidade Nova prevê o fim do vestibular tradicional e um diploma de nível superior em três anos. Em 2008, UnB deve adotar a proposta, que conta com o apoio do Ministério da Educação


Aline Falco
Da equipe do Correio
Paulo H. Carvalho/CB - 13/4/07
No terceiro ano do ensino médio, Thaís Malheiros, 17 anos, planeja prestar vestibular para a arquitetura, mas não esconde suas dúvidas
 
Ter um diploma de nível superior sem, necessariamente, ter uma profissão específica. Entrar na universidade sem precisar passar pelo estresse do vestibular. Poder aprender de tudo um pouco, antes de decidir o que fazer. A Universidade Nova, proposta de uma estrutura acadêmica mais flexível e de um novo sistema de títulos para as instituições federais de ensino superior, oferece um novo parâmetro para o ensino superior no país. Sete universidades brasileiras já estão discutindo essas mudanças, que podem começar a valer em 2008. 

A proposta conta coma simpatia do Ministério da Educação (MEC) que deve editar, ainda este mês, uma portaria criando uma linha de apoio financeiro às universidades que apresentem projetos de mudanças na estrutura acadêmica. A Universidade Nova deve ser uma das contempladas pela nova norma. 

A única obrigação exigida pelo governo federal será a de aumentar, no prazo de 10 anos, em 90% o número de alunos, e garantir a permanência de 90% estudantes até o final do curso. Para o MEC, as mudanças acadêmicas podem aumentar o número de vagas no ensino superior. 
A Universidade de Brasília (UnB) é uma das instituições que deve adotar o novo modelo a partir do próximo ano. A estrutura nova não deve extinguir o modelo existente. “Essa é uma mudança estrutural, que demanda recursos e não será feita de uma hora para outra”, explica Timothy Mulholand, reitor da UnB. 
A discussão sobre a transformação da arquitetura acadêmica da universidade não é nova. Já na década de 30, o educador Anísio Teixeira pregava um modelo mais flexível de ensino superior. Em agosto do ano passado, a idéia voltou a ganhar força, incentivada pelo reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Naomar de Almeida Filho. “A inflexibilidade da estrutura acadêmica atual já não atende mais os requisitos de um mundo globalizado. É preciso formar pensadores”, diz. 

Já foram realizados dois seminários nacionais e diversos encontros regionais para discutir a proposta. “A questão acadêmica, que é central, sempre ficou marginalizada em tentativas anteriores de reforma. Agora, é a oportunidade de debatermos o assunto”, diz Timothy Mulholland. 

Ainda não se chegou a um consenso de modelo unificado para que todas as universidades atuem da mesma maneira. E talvez não se chegue. A idéia é que cada instituição se organize de acordo com suas características. Mas a proposta tem uma base comum. Em vez de entrar diretamente em um curso de engenharia ou arquitetura, por exemplo, o jovem vai ingressar em uma formação geral, que está sendo chamada de Bacharelado Interdisciplinar, que será feito em grandes áreas, como Saúde, Artes, Ciências. Após um período médio de três anos no bacharelado, o universitário receberá um diploma de nível superior. Com esse título, a pessoa já pode seguir para concursos públicos ou para o mercado de trabalho. 

Em seguida, o estudante que quisesse continuar os estudos ingressaria na segunda etapa do projeto, com disciplinas voltadas para profissões específicas. A duração dessa fase dependerá do curso escolhido. Medicina e direito, por exemplo, devem durar mais do que uma formação em letras. 

Pós-graduação 
O terceiro ciclo é o da pós-graduação, que se dividiria em acadêmica ou profissional. Os estudantes que quiserem seguir uma carreira acadêmica poderiam, por exemplo, sair do bacharelado diretamente para o mestrado, sem precisar necessariamente passar pelo profissionalizante. 

Para Timothy, a Universidade Nova permite escolhas mais maduras, porque o jovem pode transitar por várias áreas do conhecimento, antes de decidir o curso. “O modelo de universidade atual é cruel com os jovens, obriga a fazer escolhas muito cedo”. A estudante do terceiro ano do ensino médio Thaís Malheiros, de 17 anos, conhece a realidade de perto. Vai fazer vestibular no fim do ano e tem que escolher uma profissão. “Vou fazer a prova para arquitetura, mas não tenho certeza se é isso que eu quero”, confessa. “Para mim, seria ideal cursar três anos de um bacharelado em artes antes de decidir o que fazer”. 

O processo seletivo também está sendo repensado. O vestibular, como existe hoje, tende a acabar. Além da seleção para o ingresso na universidade, o estudante que quiser continuar os estudos depois de ter obtido o diploma de bacharel terá que passar por outro processo de seleção.

 Para mim, seria ideal cursar três anos de um bacharelado em artes, antes de decidir o que fazer 

Thaís Malheiros, estudante


Modelo antigo será mantido

A proposta não impõe a Universidade Nova como único modelo a ser seguido. “Um bom profissional hoje passa por uma formação mais ampla. Ele aprende a enfrentar situações inovadoras, a ter uma nova visão de país. Portanto, a mobilidade acadêmica deve ser um elemento comum entre todas as arquiteturas”, avalia Ronaldo Mota, Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC).

Para receber os repasses de recursos do mi-nistério, as universidades terão ainda que aumentar as políticas de inclusão social e articular o ensino superior com os outros níveis de educação. O projeto de reestruturação, antes de ser apresentado ao MEC, tem que ser aprovado pelo conselho de cada universidade.

Debates
A Universidade de Brasília e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) já estão debatendo seus projetos com os respectivos conselhos. A intenção é que, já em 2008. as mudanças comecem a ser implementadas nas duas instituições.

De acordo com Naomar de Almeida, reitor do (UFBA), o principal objetivo da Universidade Nova é superar os limites e os problemas da atual universidade no Brasil. Um deles é o da inflexibilidade dos currículos.

“A universidade não está atendendo à demanda da sociedade, não oferece formação abrangente. Estamos no século do conhecimento”, argumenta. Outro, é o da evasão. Segundo o MEC, em 2005, o percentual das pessoas que abandonam cursos nas universidades federais foi de 40%. 

Tentativas frustradas

A idéia de uma estrutura mais flexível para o ensino superior não é nova. Por duas vezes, já foi feita a tentativa de implementar projetos que inspiraram a Universidade Nova. Em meados da década de 30, Anísio Teixeira criou a Universidade do Distrito Federal, com a proposta do ciclo básico. Mas o projeto foi abafado pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. A idéia voltou à tona por iniciativa de Darcy Ribeiro na década de 60, com a criação da Universidade de Brasília (UnB). A forma inovadora foi reprimida pelo regime militar. 

Curso superior em três ciclos

Bacharelado interdisciplinar: os estudantes cursarão pelo menos três anos de disciplinas em grandes áreas, como saúde, ciências, humanidades e sairão com diploma de nível superior.

Ensino profissionalizante/licenciatura: após o bacharelado interdisciplinar, os universitários poderão optar por cursos profissionalizantes ou pela licenciatura. Para isso, terão que passar por um processo interno de seleção.

Pós-graduação: será dividida em profissional e acadêmica. O aluno poderá sair direto do bacharelado acadêmico para a pós sem necessariamente ter feito um curso de profissionalização ou licenciatura. 

[CALCS] Sugestão de Pauta para reunião!

Pessoal!

Depois de uma semana de sociais que detonou, temos agora nessa terça feira uma reunião muito importante. Questões do ME da UFSC urgentes estão para essa semana como o CEB que vai ser nessa quarta feira, tratando da questão das bolsas e das festas (Eu vou fazer um texto pra contar a odisséia da liberação de nossa festa, pra passar para os outros CAs), além do CUn de terça tratando dessas questões, e o processo de escolha de delegado para o Congresso Estatutário da UCE que será no dia 5 e 6 de julho.

Por isso minha sugestão de pauta para essa reunião é:

*CEB (Bolsas e Festas)
*Congresso e processo de escolha de delegados para a UCE
*Projeto de espaço novo para o CA

Acho que já fecha e contempla a discussão dessa semana, mas nesse email mesmo ou antes da reunião de terça avaliamos essa pauta.

Até terça.

RODRIGO

[UFSC] Reunião Comitê contra a Reforma Universitária

Olá Gente!

Nesta Terça dia 17, em Plenária com mais de 50 estudantes e diversos CAs, devido à necessidade de defesa da Educação Pública e rearticulação do Movimento Estudantil de luta, foi criado o Comitê contra a Reforma Universitária - UFSC, com uma série de encaminhamentos que iremos disponibilizar mais a frente;

Para dar seguimento a esta luta chamamos a todos para:

Reunião do Comitê contra a Reforma Universitária da UFSC
* Aprovação de Manifesto e outros encaminhamentos


Segunda, 12h
no Hall do Centro Tecnológico (CTC)

Entre para a lista de emails do Comitê:
ufsccontrareforma- subscribe@ yahoogrupos. com.br