27 de out. de 2009

[CSO] Nota de Falecimento

Prezados colegas e discentes,

É com pesar que viemos através desta informar o falecimento no dia de hoje, 27/10, em Florianópolis, de nossa colega Profa. Cécile Raud.

Informamos que por este motivo, fica declarado luto oficial no âmbito do Departamento de Sociologia e Ciência Política.

Atenciosamente,


Márcia Grisotti
Janice T. Ponte
Julian Borba

[CALCS] Proposta de texto: BOICOTE ENADE

Ai está pessoal, a carta!

Até às 13 horas no CALCS!

RODRIGO FERNADES RIBEIRO

Carta sobre o boicote do ENADE no Curso de Ciências Sociais. Agora é avançar para uma avaliação de VERDADE!

Os estudantes do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina vêm a público divulgar o seu compromisso com a Universidade Pública, Gratuita e de Qualidade. Além de todas essas insígnias, viemos por meio desta defender que a mesma seja crítica e criadora.
No mês de novembro de 2008 podemos dar um exemplo deste nosso compromisso, ao BOIOCOTAR deliberadamente a prova do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), tendo como resultado o divulgado pela manobra do governo: a nota 1 (nem divulga o fato do boicote nem a nota mínima 0), que a princípio parece não mostrar a atitude consciente do boicote dos estudantes frente a esse exame.
E por que fizemos isso? Pra começo de conversa nos resignamos da ausência de posicionamento institucional claro e honesto perante uma avaliação de “nosso conhecimento” adquirido nesta universidade. Não recebemos da parte de ninguém da administração geral, seja reitor ou pró-reitor de graduação, noções ou acúmulo mínimo do funcionamento e objetivos de tal. Será o exame, um vestibular mais sofisticado? Qual será o conteúdo? Será que TODOS OS CURSOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO BRASIL poderão ser avaliados pela mesma prova?
Fruto da necessidade consciente de saber o que é essa prova, buscamos estuda-la. E é incrível: fora a propaganda institucional organizada pelos marqueteiros de plantão, as únicas análises que existem são de críticos ao “exame”. Vários são os problemas:
*Não respeita as regionalidades: basta conferir a ementa do curso de Ciências Sociais da Universidade do Contestado de Canoinhas. Este curso com ênfase em Desenvolvimento Regional tem diversas disciplinas diferenciadas do curso da UFSC, inclusive sobre as particularidades da região estudada.
*Incentivo à competição individual e a uma aparente qualidade do curso, pois é de conhecimento público os exames preparatórios e intensivos que são realizados nas universidades particulares pra garantir o conceito máximo. Nas engenharias da UFSC isso ocorre também.
*ranqueamento das notas do ENADE: esse exame faz parte do SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), que seria o programa de avaliação completo. Essa antiga reivindicação dos estudantes até hoje não funcionou de verdade, pois o ENADE está sendo muito mais utilizado como propaganda (ou seja, imagem) do que o SINAES realmente poderia proporcionar: acabar com os cursos caça-níqueis com estrutura débil, investir melhor nos cursos públicos e gratuitos que necessitem de mais recursos, etc.
Mas será que o boicote trará conseqüências danosas à nosso curso? Sem dúvida nenhuma essa é sempre a questão que deve nos guiar para a avaliação posterior do ENADE. Mas perguntamos, em que quesito nosso curso pode sofrer conseqüências? Com relação as bolsas sabemos que às de CNPQ são oferecidas mediante “aos índices de produtividade” (outro absurdo) dos professores. Com dois boicotes nas costas, como poderia este curso oferecer mais um agora, o de Antropologia, se a sua qualidade tivesse em risco?
Dois exemplos são intrigantes na UFSC com relação às notas:
*Medicina em 2004: o conceito 5 parece que não foi tão bem avaliado pelo MEC, pois três anos depois a mesmo curso tiver a o laboratório do Anatômico fechado por falta de condições.
*Arquitetura em 2008: neste último ENADE esse curso tirou nota 4, e para surpresa de alguns o mesmo deveria aumentar em 10 alunos por vestibular e criar um outro curso noturno, para garantir as verbas para a finalização das instalações da arquitetura. Não aconteceu nem um, nem outro.
Os estudantes de Ciências Sociais que boicotaram a prova ano passado têm certeza de uma coisa: QUEREMOS UMA AVALIAÇÃO DE VERDADE! Que leve em conta as didáticas dadas pelos professores, as condições materiais de nosso curso, e a sua real inserção na resolução dos problemas mais sentidos de nosso povo. É urgente avaliarmos isso. Contamos com professores e estudantes preocupados!