9 de abr. de 2010

[CSO] Boletim Especial da SBS

Boletim Especial da SBS

Prezado Colega,

- XV Congresso Brasileiro de Sociologia - Chamada para GTs
- Nota da SBS
- 13º Congresso BIEN


XV CONGRESSO BRASILEIRO DE SOCIOLOGIA - 2011

Aberto o período para inscrições de GTs (Grupos de Trabalho) no XV Congresso Brasileiro de Sociologia, a ser realizado entre os dias 26 e 29 de julho de 2011, na UFPR, Curitiba-PR.
O prazo para envio termina no dia 17/06/2010. Não deixe para a última hora. Acesse o site da SBS (www.sbsociologia.com.br) para maiores informações e envie sua colaboração. Importante: o envio é restrito aos associados em dia com suas anuidades.

NOTA DA SBS
A edição da lei nº 11.684, de 2008 que altera e Lei de Diretrizes e Bases da Educação e estabelece a obrigatoriedade da Sociologia nos três anos do ensino médio em todas as escolas brasileiras trouxe para os Sociólogos, tanto para aqueles que atuam nas universidades como para os professores da educação básica, a necessidade de tomar para si a discussão sobre os fundamentos, os conteúdos, assim como as metodologias adequadas ao ensino de Sociologia para os jovens e adultos que estudam no ensino médio.
Mesmo num contexto anterior, quando a Sociologia se fazia presente como componente curricular somente em alguns estados brasileiros e apenas em uma série do ensino médio, a Sociedade Brasileira de Sociologia criou em seu Congresso de 2005 a Comissão de Ensino Médio. Desde então, esta Comissão passou a centralizar as iniciativas dos estados, realizando encontros e congressos com o propósito de contribuir para práticas do ensino de Sociologia, tendo em vista a preocupação com sua qualidade. Nessa direção, hoje podemos afirmar que temos acumulado conhecimento sobre a temática, autorizando-nos a apoiar a elaboração de propostas curriculares em vários estados brasileiros.
Por esta razão, vimos manifestar nossa preocupação com a proposta curricular de Sociologia apresentada pela Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, na medida em que esta sugere certos conteúdos temáticos que consideramos irrelevantes para o ensino de Sociologia no ensino médio, apresenta como conceitos certos termos não identificados no arcabouço teórico e conceitual advindo das Ciências Sociais e se fundamenta em uma concepção prescritiva ou normativa do ensino de Sociologia.
Sabemos que o professor não opera mecanicamente com as propostas curriculares em seu dia a dia na escola, ao contrário, de alguma maneira ele traduz ou seleciona os conteúdos, tendo em vista a sua própria experiência. Ainda assim, não poderíamos deixar de nos pronunciar, sob pena de ignorar todo um movimento repleto de experiências práticas e teóricas que temos registrado em nossos encontros.
Pelo exposto e ciente de nossas responsabilidades, reiteramos o apoio da SBS à criação de fóruns estaduais e nacional que possam estimular a reflexão e o debate entre professores e pesquisadores envolvidos com o ensino de Sociologia.
Anita Handfas
Coordenadora da Comissão de Ensino Médio da Sociedade Brasileira de Sociologia
Celi Scalon
Presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia

 
CHAMADA DE TRABALHOS

13º CONGRESSO BIEN 2010
O 13° Congresso da BIEN (sigla em inglês para Rede Mundial de Renda Básica) recebe até o dia 12 de abril propostas de trabalho e painéis. Envie sua proposta por meio do site oficial do evento,www.bien2010brasil.com. É a primeira vez que o Congresso da BIEN ocorre na América Latina. O evento acontece de 30 de junho a 2 de julho de 2010 na Faculdade de Economia e Administração da USP.
 
Equipe SBS
www.sbsociologia.com.br

[CSO] CARTA DO CRECS-NORDESTE “Faz escuro, mas eu canto...” Encontros estudantis e práxis política nas Ciências Sociais

“Faz escuro, mas eu canto...”
Encontros estudantis e práxis política nas Ciências Sociais  
      As Ciências Sociais estão marcadas contemporaneamente pelo discurso academicista. Estudamos homens e mulheres vivendo em sociedade, mas fazemos questão de permanecer enclausurados entre os muros da Universidade. A lógica meramente produtivista e a separação entre ciência, política e arte têm colocado barreiras para a nossa ação e fragmentado os nossos movimentos. 
      Esta lógica, infelizmente, também perpassa os nossos encontros estudantis, a sua organização evidencia alguns dos problemas enfrentados pelas Ciências Sociais no Brasil. A estrutura tripartida (momentos acadêmicos, políticos, culturais) e burocratizada longe de agregar mais estudantes para o debate, só os afasta e parece confirmar uma visão de que a política é algo enfadonho. Não bastasse isto, os encontros estudantis de Ciências Sociais parecem ser o reino da “desmemória”: de um encontro para outro não avançamos nas discussões, sempre voltamos aos mesmos pontos. Essa prática tanto vulgariza as discussões quanto passa a idéia de que a política é uma prática que não rende frutos, que não fundamenta e não orienta a ação. 
      É neste difícil contexto que, em maio de 2009, no Encontro Regional de Ciências Sociais, foi criada a CRECS - Coordenação Regional d@s Estudantes de Ciências Sociais do Nordeste. Desde lá, ela vem cumprindo o papel fundamental de ser um dos instrumentos que tem impulsionado a maior articulação entre as escolas da região, colaborando assim no processo de reorganização do movimento estudantil de Ciências Sociais. Essa maior articulação vem possibilitando uma análise critica conjunta das Escolas sobre encontros estudantis e culmina na resolução de que precisamos reformular nossas práticas políticas e nossos encontros.  Os encontros universitários podem, e devem, ser o que não estão sendo: um espaço que fomente a criatividade, a criticidade e um intercâmbio de experiências entre @s estudantes e as escolas.  
      Os temas, ao invés de morrerem na mesa de abertura, devem orientar os outros espaços, assim os encontros não terão uma estrutura tão fragmentada. No que se refere às vivências, acreditamos que é necessário realizar espaços anteriores e/ou posteriores – queremos vivências que problematizem o vivido.  É urgente que os Grupos de Discussão saiam da “desmemória” e, cumulativamente, orientem nossa estratégia de ação – sair de um “discursismo” e “praticismo” estudantis para a práxis (reflexão teórica + ação política). 
      Somente quando as Ciências Sociais largarem o discurso academicista e apartado da política elas passarão a influir realmente na luta d@s oprimid@s. @ cientista social não deve ser apenas um@ colecionador@ de pesquisas no currículo, mas um@ intelectual que, empenhando-se na atividade científica, está empenhad@ nas questões do nosso tempo. 
      O que queremos de fato é que as Ciências Sociais e os seus encontros estudantis voltem a ser perigosos. 
CRECS - Coordenação Regional das Estudantes de Ciências Sociais  
I Conselho Regional de Entidades de Ciências Sociais do Nordeste 
Recife, 01 de novembro de 2009  

[MACS] ATA DO DEBATE SOBRE O XXV ENECS (UFMG)

ATA DO  DEBATE SOBRE O  XXV ENECS
ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
       Data: 07/04/2010
       Horário: 11:30
       Local: sala 2041 fafich
       Pauta:
       A) Informe da reunião anterior;
       B) Informe/ conversa sobre  a “estrutura” do ENECS 

 
       - PA fez  uma contextualização para as pessoas que não haviam participado da ultima reunião, informando sucintamente o que foi  decidido nela:  fazer um  debate sobre a participação dos estudantes no XXV ENECS, o porque do debate e da participação no encontro,  iniciar a mobilização dos estudantes para o XXV ENECS e a formação de uma comissão para pensar atividades que possibilitem a arrecadação de finanças. 
       - Foram pontuadas questões sobre as dimensões do encontro : Acadêmica; Política e Cultural.  
       - Explicação sobre o que é o movimento estudantil de área: movimento estudantil específico de um curso, que realiza freqüentemente encontros nacionais pra debaterem e deliberarem um programa unificado para o movimento estudantil de curso e geral. 
       - Colocada a importância de associar o mov. do curso ao mov. geral -  demandar e mobilizar para as pautas especificas, como para as gerais- e  a necessidade de mobilizar e conscientizar os estudantes para participarem efetivamente do encontro e do movimento estudantil de área. 
       - Pontuada a necessidade das executivas e/ou federação  de curso, para articular nacionalmente os movimentos e entidades interessadas. A partir daí entrou-se mais especificamente no caso da Ciências Sociais, que desde 2006 teve sua executiva desfeita, o que levou a uma desarticulação dos encontros, um afastamento das entidades e movimentos interessados em participar e uma desorganização do evento.  Diante essa situação, houve a tentativa de reorganizar a executiva, porem formalmente isso ainda não aconteceu, mas desde o ultimo ENECS (2009) alguns  estudantes já conseguiram propor uma regularidade nos fóruns (principalmente on line) pra organizar o encontro e a executiva. Informado sobre o avanço na articulação e envolvimento de diversos centro acadêmicos e movimentos de curso pra tentarem ampliar a participação dos estudantes – efetivamente – no evento. 
       - Breve histórico do ENECS; algumas decisões/ acontecimento dos encontros anteriores foram lembradas, quando da decisão de desfazer a executiva, da participação dos estudantes – alguns vão ao encontro só pra fazer turismo – ; 
       
  • Explicação sobre  “funcionamento”  do evento :
  • Grupos de Discussão (GD): temas, escolhidos previamente, são debatidos entre os participantes;
  • plenária final, onde ocorre a votação  das propostas enviadas pelos GDs

 
       -Descrição/ explicação  dos fóruns e suas respectivas  siglas:   
       CONECS – conselho nacional dos estudantes de ciencias sociais: encaminhamentos e espaço consultivo pra a organização do encontro e dos temas. Espaço para a construção coletiva do movimento de área, principalmente sob a forma do encontro nacional, mas também no buscar de pautas específicas do curso mas gerais a nível nacional.
       ERECS – encontro regional dos estudantes de c. sociais: um “enecs” regional, debater pautas mais locais – há 3 anos que não ocorre na região sudeste.
       CRECS: coordenação regional dos estudantes de c. sociais: uma coordenação regional. 
       - Houve uma ponderação de que as siglas e as instituições por si só  nada significam. O movimento de área nacional só se faz se houver mobilização em cada escola. As instituições devem ser um espaço de acúmulo e de trocas de experiências entre quem toca o movimento em cada escola.
 
       - Foi  decidido a formação de comissões especificas para fazerem projetos pra viabilizar e adiantar o processo de preparação para o encontro; sendo elas:
       1 – comissão financeira: projeto/ organização de atividades e meios pra arrecadar R$ pra financiar o ônibus. Responsáveis: Priscila e Rafaela 
       2 – comissão GD: projeto/ organização com temas de GD para serem realizados antes do encontro, como uma preparação. Responsáveis: Ana, Sofia e Luis
       3 – comissão de mobilização : projeto/ organização pra divulgar os debates e reuniões do grupo, fazer contato com  outras faculdades de  MG, etc. Responsáveis : PA e Isabela 
       P.s.: as comissões não são fechadas, quem quiser integrar é só  falar. Cada comissão PLANEJA as atividades específicas, mas TODOS ajudam na sua execução 
       - Marcada próxima reunião para o dia 13/04 às 11:30, no CACS, para apresentação dos projetos das comissões e opinião  dos demais sobre os mesmos.    

Para obter mais opções, visite esse grupo em http://groups.google.com/group/conecs?hl=pt-BR.

[Textos] De boa, no socialismo

De boa, no socialismo

Por Elaine Tavares  - jornalista
 
Outro dia alguém reclamou da vida em Cuba. Gente que nunca foi lá, inclusive. “O povo não tem liberdade. Não pode comprar as coisas boas da vida. Não tem transporte de qualidade, não tem carros bons e nem acesso a internet. Eu tô fora dessa história de socialismo!” Aquilo me deixou a pensar. Tem gente que nunca poderia viver no socialismo mesmo. Isso é fato.
 
Mas, eu, penso que poderia ser muito feliz no socialismo. A mim, encanta a idéia de que qualquer pessoa possa estudar, fazer uma faculdade, sem pensar no sacrifício para pagá-la. Enche-me de profundo prazer saber que eu teria bibliotecas de qualidade a minha disposição. Que haveria atendimento de saúde gratuito e que um médico viria na minha casa quando eu precisasse, sem cobrar nada. Agrada-me saber que eu viveria numa sociedade que primasse pelo equilíbrio entre os seres humanos e a natureza, e onde eu pudesse participar de tudo, não apenas de eleições quadrianuais.
 
Também não teria problema nenhum em não ter acesso a roupas de marca. Hoje não tenho. Meu salário não alcança e eu tampouco me importo com isso. Também não me faria falta um carro zero, ou DVD, ou qualquer outra bugiganga tecnológica. A gente pode viver sem isso se houver espaços públicos de lazer, como penso deve haver no socialismo. Acesso a internet o socialismo pode ter, por que não? Em Cuba não há porque as empresas de provedores impedem. Não é o governo socialista que impede isso. As novidades tecnológicas são construções coletivas da humanidade, portanto todos tem o direito de ter acesso.
 
Igualmente poderia viver feliz num lugar onde eu ganhasse segundo minha necessidade, e pudesse ter acesso ao teatro, cinema, música. Onde a gente recordasse com alegria os nossos heróis. E que nas noites de sábado pudesse tomar um bom rum ou uma cerveja. Claro, não poderiam faltar pulseiras e colares, mas tudo poderia ser produzido com coisas da natureza, feitos à mão. Eu gosto de tudo o que é simples. E o cabelo? Bom, se não houvesse xampu ( e em Cuba só não tem por conta do embargo criminoso) eu poderia lavar a cabeça com sabão de coco e se o cabelo ficassem meio pastoso  eu o transformaria em dread. Ficariam igualmente lindos.
 
Assim, sem qualquer dúvida, o socialismo me encanta e eu caminho nessa direção. Por isso luto e vivo. Eu viveria de boa num regime assim. Sei que tem gente que não conseguiria. Tudo bem, respeito. Mas eu quero tanto isso. Viver feliz, de boa, em harmonia, em paz. Cuidar dos meus e saber que eles estariam bem. Não precisar ouvir, como ouvi ontem na televisão, que os pobres que morrem nas tragédias de inundações e terremotos são os culpados por isso. “Eles não deveriam estar nas encostas”, disseram Lula e Sérgio Cabral. Ah, tá, e onde estariam? Em Copacabana?
 
No socialismo, penso eu, não haveria miseráveis e as gentes se apoiariam nas tragédias e dançariam nas festas, como iguais. A riqueza seria repartida, não haveria abismos. Eu viveria feliz com meus gatos e cães. As gentes viveriam felizes, “compartindo”.  Ah, eu quero esse socialismo, e quero muito... Idealismo? Tá bom, pode ser... Mas enquanto idealizo, construo. Profeta, vivendo hoje o amanhã esperado!