15 de set. de 2009

[CONECS] Manifesto do ENECS Parahyba

Companheiros, na plenária final, após ter sido aprovada a existência de um manifesto do ENECS, dois companheiros, a Natália da UFF e algum outro da UFMG (salvo melhor juízo) que eu não sei o nome, na plenária mesmo, dispuseram-se a se sentaram para formular o manifesto ali mesmo. O Manifesto foi aclamado no último ponto, e foi este que Ênio nos enviou. Pelo adiantado da hora ficou acertado que haveria algumas correções de forma e ortográficas, além de um fechamento que pautasse a questão da entidade. Na plenária eu me dispus a tal tarefa e agora envio à esta lista o manifesto com as alterações já realizadas. É importante frizar que nada foi inventado ou tirado de minha cabeça e sim que tem tudo a ver com o debate e com as deliberações da plenária final.
A companheira que fez esta proposta (que também não lembro o nome) e eu que a defendi, assim como tantos outros, vêem nesta carta um instrumento de provocação positiva a ser discutida, adendada, descartada, criticada, apreciada onde for possível. Se ela conseguir fazer isso minimamente terá sido positiva.
Segue no corpo do email e em anexo.

Há braços,

Marco Antônio
Vamos à Luta
Ciências Sociais - UFF

   
O manifesto redigido vem transparecer o acúmulo de discussão realizado no encontro mencionado. Logo, não tem a pretensão de ser a opinião de todos os estudantes de ciências sociais brasileiros, mas sim, de companheiras e companheiros que debruçaram-se sobre estas discussões no XXIV Encontro Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais - ENECS 2009 João Pessoa – PB.
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MANIFESTO DO ENECS PARAHYBA
A crise econômica do sistema capitalista não tem isentado vários setores da sociedade da sua perversa conseqüência em eximir direitos básicos do ser humano. A globalização e o livre comercio são dominadores, quase tudo esta subordinado a lei do mercado, e a educação não foge a essa regra.
Na conjuntura nacional o governo tem se travestido das mesmas práticas, em que a educação tem ido para as prateleiras do descaso e do desinteresse por parte da classe política do país. Os esforços do governo tem se convergido em salvar banqueiros e grandes empresários, possibilitando que estes salvem seus patrimônios e continuem a explorar o povo e fazendo do estado seu escravo.
Nos últimos anos o Governo Lula cortou 1,2 bilhões da educação brasileira, ao mesmo tempo em que emprestou quatro bilhões para o FMI. Além disso vivemos um escândalo de corrupção no senado brasileiro, em que o presidente da casa, Sarney se beneficia indiscriminadamente do dinheiro público.
Atualmente apenas três por cento da juventude brasileira, com idade entre dezoito e vinte cinco anos, se encontram nas universidades, sendo que oitenta por cento desses se encontram nas universidades privadas. Desejamos a ampliação de vagas nas universidades, para que os jovens das mais diversas origens sociais possam ter acesso a esse privilegiado espaço de aquisição de conhecimento.    
Infelizmente as políticas de governo para educação superior brasileira, não garantem uma formação de qualidade, autônoma e com compromisso social, mas pelo contrário, privilegiam o ensino privado e o lucro dos empresários através de programas como PROUNI. Para a universidade pública, o governo apresenta o REUNI, um plano de reestruturação que precariza o ensino público não garantindo o tripé ensino-pesquisa e extensão.
Dessa forma, estamos convictos que só a luta muda a vida, e a educação é fundamental para que o indivíduo mude e assim mude também uma realidade em que muitos se encontram desprovidos de várias necessidades básicas. A educação não está a venda, e a universidade pública cumpre um papel que não deve ter um fundamento mercadológico.
Em combate a esse caráter, o M.E e várias instituições tem sido um meio organizado dos estudantes em suprimir toda e qualquer prática que venha a ferir a autonomia da universidade e colocar a educação em um caráter mercantil e degenerativo da formação cultural, intelectual e política do cidadão.
O movimento estudantil nas Ciências Sociais, também deve se organizar como meio prático de colocar em luta concreta o que é absorvido em sua formação acadêmica. Por isso devemos nos organizar e nos mobilizarmos estadual, regional e nacionalmente para podermos avançar em conquistas, sejam elas: Sociologia no Ensino Médio, Passe Livre, defesa da educação pública, etc.
 Neste encontro, queremos iniciar uma virada em nosso movimento de área. Queremos durante todo este próximo ano aproximar as escolas e os estados, e em conseqüência disto, no ENECS Pará, chegar a um patamar superior de mobilização e organização. Queremos refundar uma entidade nacional de luta dos estudantes de ciências sociais brasileiros, mas esta refundação ou não será uma conseqüência, e não a causa, do sucesso de nossas lutas e de nosso diálogo.
Viva a luta dos estudantes!
Por uma Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e Socialmente refenciada para todas e todos!
Por um M.E de ciências sociais organizado, autônomo e combativo!