5 de jun. de 2009

[CSO] Projeto Divulgação Curso Ciências Sociais UFSC em Escolas Ensino Médio da Grande Florianópolis - experiência piloto

Boa Tarde,

Coloquei em anexo nesta mensagem um réplica do projeto, coordenado pela "Marisol", explicando aos grupos de PPCC´s interessados em apoiar disponibilizando seus banners e aquivos de banners.

Quem estiver disposto a ajudar este projeto e encaminhar seus arquivos de banners e banners para mim, fico grato.

Qualquer dúvida sobre o projeto e o uso desses banners estou disposto
a ajudar.

Desde já, obrigado!

Joel.
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Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Coordenadoria do Curso de graduação em Ciências Sociais

 
Projeto de extensão
Divulgação do Curso de Ciências Sociais nos estabelecimentos de Ensino Médio da rede pública da Grande Florianópolis: experiência piloto junto aos jovens.


 
Palavras chave: Ciências sociais – antropologia – sociologia – ciência política - jovens ensino médio. 
Entidade(s) parceira(s): Escolas de ensino médio da rede pública da Grande  Florianópolis.
Complemento da Forma de Extensão: Projeto educativo. 
Período de realização: 01/04/2009 a 01/04/2010 
Envolvidos nesta atividade de extensão:
Profa. ANTONELLA MARIA IMPERATRIZ TASSINARI – Departamento Antropologia
Profa.JANICE TIRELLI PONTE DE SOUSA – Departamento Sociologia e Ciência Política
Prof. JULIAN BORBA – Departamento Sociologia e Ciência Política
Profa. MARIA SOLEDAD ETCHEVERRY ORCHARD - Departamento Sociologia e Ciência Política – Coordenadora do Curso de Graduação  em Ciências Sociais
Profa. MIRIAM FURTADO HARTUNG - Departamento Antropologia
CLÁUDIO SANTOS – Pós-Graduação em Sociologia Política
MARCOS JOSÉ  JUBAUSKI - Pós-Graduação em Sociologia Política
GABRIELA RIBEIRO CARDOSO – Graduação Ciências Sociais
DIANE SOUTHIER - Graduação Ciências Sociais
JOEL ROSA DA LUZ - Graduação Ciências Sociais

APRESENTAÇÃO


O atual projeto está  vinculado ao Projeto Político Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Sociais/UFSC em implementação a partir de 2007, propondo ações que visam corresponder às suas diretrizes pedagógicas e à sua compreensão sobre qual deva ser a contribuição das ciências sociais na sociedade e o compromisso do curso em relação a estes princípios.
Nessa perspectiva, o presente projeto prevê a divulgação do Curso de Ciências Sociais nos estabelecimentos de Ensino Médio da Rede Pública em Florianópolis, visando esclarecimento dos jovens destas escolas em relação aos conteúdos formativos das Ciências Sociais, contemplando as especificidades das três áreas do conhecimento: antropologia, ciência política e sociologia.  
Nesses termos, também, as ações propostas prevêem o alargamento da formação dos alunos do curso através do aprofundamento de práticas de pesquisa e extensão, que se espera possam promover o desenvolvimento das suas competências e habilidades, seja para o futuro bacharel, como de forma destacada, para o futuro egresso da licenciatura em ciências sociais.
 
Estabelecendo o compromisso com a comunidade interna da UFSC e com a comunidade externa a ela, o atual projeto de extensão é compreendido como um esforço coletivo de construção de conhecimento e de formação dos jovens: jovens-conversando-com-jovens.

JUSTIFICATIVA


Diante das transformações estruturais das sociedades contemporâneas, os cursos de Ciências Sociais são confrontados com necessidades incontornáveis de revisões, renovações, ajustes e adequações de suas estruturas, práticas, objetivos, finalidades e pertinência aos novos tempos e às novas exigências. No âmbito da UFSC, esse tem sido o empenho do Projeto Político Pedagógico (PPP) a partir do primeiro semestre de 2007, o qual inscreve-se neste fluxo de questionamentos, de busca de atualização e de maior sintonia com a dinâmica das sociedades contemporâneas, que fazem desta época um tempo acelerado, de alteração de relações sociais e de seus paradigmas explicativos.  
O projeto justifica-se, em primeira mão diante das demandas sociais que emergem dessa dinâmica social. Justifica-se pela urgência de ocupar de forma responsável e frutífera esse espaço junto às escolas, o qual se firma e amplia diante da aprovação da lei que regulamenta a obrigatoriedade da oferta da disciplina de sociologia no ensino médio em todo o território nacional.
Justifica-se, também, diante da  exigência da formação ampla e integrada do nosso aluno(a) das ciências sociais como pesquisador e professor. Conforme cunhado no PPP, pretende-se que desde os primeiros estágios do Curso o aluno(a) tenha acesso a conteúdos da área de atuação educativa e investigativa como base na sua formação na área, e que possa fornecer instrumentos que o aproximem, de modo articulado, a uma capacitação de qualidade para a pesquisa e a prática social como dimensões complementares.
Tendo estes desafios como base é que o presente projeto é proposto, no intuito de colaborar com este ensejo de renovação e fortalecimento do curso de graduação de Ciências Socais e do seu compromisso social.

OBJETIVOS


  • Colaborar com a implementação dos objetivos do PPP de alargamento da formação do aluno de ciências sociais nas suas habilitações (licenciatura e bacharelado) e de conquista de espaços de divulgação visando dar maior visibilidade ao Curso e à própria profissão do Cientista Social na comunidade.

  • No caso da formação do bacharel, desenvolver a capacidade de análise e interpretação das condições sociais; elaboração, planejamento, coordenação de ações visando corresponder a demandas sociais.

  • No caso da formação do licenciado, desenvolver a capacidade de promover práticas educativas que levem em conta as características dos alunos e de seu meio social, seus temas e necessidades do mundo contemporâneo.

  • Desenvolver atividades de integração do curso junto aos jovens das escolas de ensino médio da Grande Florianópolis, procurando corresponder às demandas emergentes destes próprios jovens e do seu meio escolar.

  • Contribuir com a abertura de horizontes de escolha profissional dos jovens de Ensino Médio da Rede Pública em Florianópolis, trazendo para informação, e debate nas escolas, conteúdos das três áreas formativas do Curso CSO/UFSC.

  • Promover a integração do Curso de Graduação com as linhas de pesquisa desenvolvidas no âmbito da Pós-Graduação.

  • Estreitar os laços do Curso CSO/UFSC com a comunidade constituída pelas escolas da rede pública, e também dos professores da área das Ciências Sociais lecionando nesses estabelecimentos.

PLANO DE ATIVIDADES


Propõe-se um Plano de Trabalho em quatro etapas: 
  1. Estabelecimento de contatos com Núcleos e Laboratórios associados às Linhas de Pesquisa integradas aos dois Departamentos (ANT e SPO) e duas Pós-Graduações (PPGAS e PPGSP), com destaque para o LEFIS/UFSC, Laboratório Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia, o qual já se constitui num Projeto de Extensão envolvendo a UFSC e a Secretaria de Estado da Educação e Inovação de SC, através de convênio atualmente em vigor;
  2. Mapeamento das escolas alvo do projeto e estabelecimento de contatos para agendamento de visitas visando neste momento a identificação de escolas-para- experiências-piloto;
  3. Realização de eventos nas escolas após identificação de demandas (exposições de banners dos próprios alunos da graduação criados através das práticas pedagógicas complementares e eventuais convites dos autores para debates com alunos do ensino médio; organização de palestras ou seminários com mediação dos bolsistas junto aos distintos núcleos de pesquisa de ambas pós-graduações; exibição de filmes; ou outras ações a serem criadas após consultas).  Com este propósito, contamos, entre outros recursos, com o vídeo As Ciências Sociais na UFSC, editado em março 2008, o qual conta com a participação de vários dos nossos professores e alunos . Além disso, contamos com a possibilidade de agregar e divulgar experiências que já estão em andamento no âmbito do nosso Curso, através das próprias atividades das Práticas Pedagógicas como Componentes Curriculares (PPCCs). Também, contamos com a possibilidade de criar essas atividades de divulgação do curso que venham a colaborar com as escolas que recebem nossos alunos por ocasião do desenvolvimento da sua prática de ensino relativa à licenciatura. Além disso, podemos agregar contribuições das linhas de pesquisa que integram os professores e professoras dos Departamentos que compõem nosso Curso: Departamento de Antropologia e Departamento de Sociologia e Ciência Política.
  4. Relatório das visitas efetuadas e apresentação dos resultados para a coletividade do Curso e para as escolas-piloto.

BIBLIOGRAFIA


Projeto Político Pedagógico – Curso de Graduação em Ciências Sociais, 2003/2006 - disponível em Reforma Curricular: http://www.cfh.ufsc.br/gradCienciasSociais/
 

Florianópolis,  01 de abril, 2009

[Greve] Professores da USP iniciam greve hoje 3

Chega a ser engraçado ver uma reportagem associando os maus resultados da educação brasileira mais à atuação dos sindicatos do que à atuação do Estado. Que bom se os sindicatos tivessem força para estipular qual seria a qualidade do ensino brasileiro.
O Estado é que não oferece condições mínimas para o desempenho da profissão, e não constrói uma política educacional de longo prazo (que seja maior do que o período entre uma eleição e outra). Por exemplo: o governo do Estado de São Paulo queria fazer uma prova para "certificar a qualificação" dos docentes, mas se recusava a oferecer capacitação para os mesmos descontando esse tempo das horas-aula dos docentes.
Em Santa Catarina acontece algo parecido. A secretaria estadual de educação tem um convênio com o LEFIS (Lab. Interdisciplinar de Ensino de Filosofia e Sociologia) para oferecer cursos de capacitação aos professores da rede pública. Existe inclusive uma lei estadual que obrigado o Estado a oferecer capacitação e liberar os professores pra isso. Mas quando o LEFIS divulga seus cursos, os folders enviados às escolas nunca chegam ao conhecimento dos professores. Para esses burocratas de cabide eleitoral, não é interessante que o professor se qualifique, é importante que ele esteja dentro de sala de aula o máximo de tempo possível, ou então teria-se que contratar mais professores.
E sobre a Coréia do Sul, exemplo a ser seguido segundo a reportagem, vale lembrar que o "grande salto educacional" se deu ás custas da proibição do direito de greve e de percentuais de investimento muito maiores do que vemos por aqui.
lamentável...

abç


Eduardo

[Greve] Professores da USP iniciam greve hoje 2

Enquanto isso...
A UOL publica logo abaixo da notícia sobre a greve, uma outra do 'Economist' que alega que o "freio" no desenvolvimento do país se dá, entre outros fatores, pela baixa assiduidade de professores e resistência dos sindicatos.

Vale lembrar que a Coréia do Sul estipula previamente quantas pessoas são formadas para cada setor.

  Vitor Netto


05/06/09 - 06h14

Para 'Economist', má qualidade da educação 'freia' desenvolvimento do Brasil

Um artigo na edição mais recente da revista britânica The Economist traça um panorama da situação da educação no Brasil e afirma que a má qualidade das escolas, "talvez mais do que qualquer outra coisa", é o que "freia" o desenvolvimento do país.

Citando os maus resultados do Brasil no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizado a cada três anos pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a revista afirma que, apesar dos grandes investimentos e progressos em setores como política e economia, em termos de educação, o país está "bem abaixo de muitos outros países em desenvolvimento".

A publicação compara a situação brasileira à da Coreia do Sul, que apresenta bons resultados no Pisa.

"Até a década de 1970, a Coreia do Sul era praticamente tão próspera quanto o Brasil, mas, ajudada por seu sistema escolar superior, ela saltou à frente e agora tem uma renda per capita cerca de quatro vezes maior".

Sindicatos
Para a revista, entre os principais motivos para a má qualidade da educação no país está o fato de muitos professores faltarem por diversas vezes às aulas e os altos índices de repetência, que estimulam a evasão escolar.

Na opinião da Economist, o governo precisa investir mais na educação básica. "Assim como a Índia, o Brasil gasta muito com suas universidades ao invés de (gastar) com a alfabetização de crianças".

A publicação afirma ainda que o Brasil precisa de professores mais qualificados. "Muitos têm três ou quatro empregos diferentes e reclamam que as condições (de trabalho) são intimidadoras e os pagamentos baixos".

Afirmando que, apesar da situação, os governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram avanços - embora vagarosos - no setor, a revista afirma que os sindicatos de professores "representam um grande obstáculo para melhorias".

"Quase qualquer coisa que atrapalhe sua paz causa greves", afirma a publicação britânica, dizendo que o sindicato dos professores do Estado de São Paulo, por exemplo, se opôs "a uma proposta que obrigava os novos professores a fazerem testes para assegurar que são qualificados".

A Economist defende que a receita para melhorar a educação no país seria "continuar reformando o sistema escolar, enfrentar os sindicatos dos professores e gastar mais em educação básica".

"A conquista do mundo - mesmo a amigável e sem confrontos que o Brasil busca - não virá para um país onde 45% dos chefes de famílias pobres têm menos de um ano de escolaridade", diz a publicação.

[Greve] Professores da USP iniciam greve hoje

Sabrina Schultz

Segue reportagem do jornal F. de São Paulo (05/06/2009)

Professores da USP iniciam greve hoje

Presença da PM no campus é o motivo principal alegado pelos docentes para aderir ao movimento grevista iniciado por funcionários

Desde o dia 3, policiais estão permanentemente na USP; segundo a universidade, função deles é evitar que grevistas bloqueiem prédios


TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da USP decidiram aderir a partir de hoje à greve de funcionários da universidade, iniciada em 5 de maio. Segundo os docentes, a adesão é uma resposta à entrada da Polícia Militar no campus, nesta semana, para conter piquetes de grevistas. Na segunda-feira, 150 policiais militares, incluindo membros da Força Tática -espécie de tropa de choque armada-, estiveram na universidade para cumprir um mandado de reintegração de posse pedido à Justiça pela reitora Suely Vilela.
Os agentes agiram para desbloquear a entrada do prédio da reitoria, que estava fechada havia uma semana por funcionários grevistas, com o objetivo de impedir a entrada de colegas que não aderiram à paralisação. A ação da PM se estendeu para outros seis prédios bloqueados desde o início da greve.
Na terça-feira, os grevistas voltaram a fechar os prédios, o que provocou, no dia seguinte, a volta dos PMs. Desde então, a polícia permanece no campus. Revoltados com a presença de policiais na USP, o que consideram uma atitude autoritária por parte da reitora, professores realizaram ontem uma assembleia extraordinária.
Com 120 pessoas, o ato registrou a maior presença de docentes desde o início da greve dos funcionários -há 9.000 professores da USP na capital. As reivindicações foram, entre outras, a reabertura imediata das negociações com o Cruesp (conselho de reitores da USP, da Unesp e da Unicamp) e o fim de processos administrativos contra alunos e funcionários que participaram de outras greves.
A atual paralisação foi iniciada em meio à campanha salarial de funcionários das três universidades estaduais paulistas. Eles pedem reajuste de 16% mais um aumento de R$ 200 fixos. O Cruesp oferece 6,05%. Na tarde de ontem, os alunos também manifestaram o seu descontentamento com a presença da PM no campus com um protesto em frente à Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). Eles pediram ainda o fim da Univesp, programa de ensino à distância das universidades estaduais.
Por 40 minutos, estudantes chegaram a fechar a portaria principal da universidade, impedindo a entrada de carros. A Força Tática foi chamada, o que deixou a situação mais tensa, mas não houve confronto. Em seguida, os estudantes se reuniram em uma assembleia em frente à reitoria, onde decidiriam sobre a adesão à greve. Até a conclusão desta edição, a reunião não havia terminado.
A USP afirma que a entrada da polícia no campus foi uma decisão da Justiça, que concedeu o mandado de reintegração de posse, cumprido em 1º de junho. Segundo a universidade, os policiais retornaram porque os grevistas voltaram a fechar prédios, descumprindo a determinação judicial.
Por meio de nota, o Cruesp afirma que só voltará a negociar após o fim dos piquetes. Já os professores, alunos e funcionários afirmam que só voltam a conversar com o Cruesp quando a PM sair do campus. As negociações foram suspensas no dia 25, quando um grupo de estudantes invadiu a reitoria após alguns deles e um funcionário serem barrados em uma reunião.

Colaborou LAURA CAPRIGLIONE, da Reportagem Local

[Textos] “Novo ENEM” – uma pequena parte de um grande projeto

Oi oi!

Envio em anexo uma avaliação prévia que preparei sobre o "Novo ENEM".
Mais que uma mudança no processo seletivo das Universidades Federais, o "Novo ENEM" é parte de um grande projeto para a educação brasileira. Por isso a importância do movimento estudantil debater a fundo essa questão.

Espero que esse texto colabore para as reflexões sobre o assunto.

Abraços!

Kelem Ghellere Rosso
Representante Discente do Conselho Universitário
UFSC

“Novo ENEM” – uma pequena parte de um grande projeto
Kelem Ghellere Rosso
Representante discente do Conselho Universitário
Universidade Federal de Santa Catarina





O movimento estudantil historicamente defende o fim dos vestibulares. O motivo é simples: vestibular é inconstitucional e sua necessidade é a evidência da insuficiência de vagas oferecidas no ensino superior para todos os jovens brasileiros. Essa defesa não significa que ficaremos alheios a qualquer discussão sobre mudanças nos vestibulares. A proposta do MEC para o processo seletivo das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) trás questões que vão muito além da seleção para ingresso nas universidades, diz respeito a um projeto para a totalidade da educação brasileira. Com essa proposta o governo segue a linha de apresentar seu projeto em pedaços. Dessa vez é a proposta de centralização dos vestibulares. A proposta do MEC é de unificação dos vestibulares através da aplicação do novo Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM). Para se adequar ao seu novo objetivo, o ENEM sofrerá alterações(1):

1) Estruturado por matriz de habilidades e conteúdos a elas associados. Essa matriz divide-se em quatro: a) Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (incluindo redação); b) Ciências Humanas e suas Tecnologias; c) Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e d) Matemática e suas Tecnologias;
2) A prova será aplicada em dois dias: duas grandes áreas por dia com 50 itens de múltipla escolha cada uma (100 questões em 4 horas).
3) A prova conteria questões com níveis de dificuldade diferentes. Segundo o MEC, “é fundamental que o delineamento dos testes comporte um número razoável de itens de alta complexidade, capaz de discriminar alunos de altíssima proficiência daqueles de alta proficiência.” (MEC, 2009).
4) “Propõe-se a construção de quatro escalas distintas, uma para cada área do conhecimento. Cada escala será capaz de ordenar os estudantes conforme seu nível de proficiência, sendo possível às IFES estabelecer distintas ponderações ou pontos de corte para seleção de seus candidatos.” (Idem, ib.)
5) o candidato poderá candidatar-se a uma vaga em até 5 universidades com apenas uma prova. O novo ENEM possibilita que o candidato dispute uma vaga em até 5 universidades e 5 cursos (ambos listados em ordem de preferência do candidato). As justificativas que o MEC apresenta para essa mudança são: 1) reestruturar os currículos do Ensino Médio. Dizem que atualmente estão muito focados na apreensão de conteúdos sem a necessária reflexão. Com o novo ENEM o foco seria dado para o desenvolvimento de habilidades, preparando o estudante não só para sua formação profissional, mas também para a vida. 2) a descentralização do sistema atual favorece estudantes com mais condições de se deslocar para fazer as provas de universidades de outras regiões. A padronização das provas e a possibilidade de resolvê-la em sua cidade, disputando uma vaga em qualquer universidade do país, possibilitaria que estudantes sem condições de se deslocar teriam a mesma oportunidade de escolha dos outros candidatos. Além disso, a padronização torna o processo mais igualitário com relação ao mérito dos estudantes (não teriam provas mais fáceis ou mais difíceis, dependendo da universidade).
No final da proposta, o MEC deixa clara sua motivação principal: “Trata-se não apenas de agregar funcionalidade a um exame que já se consolidou no País, mas da oportunidade histórica para exercer um  protagonismo na busca pela re-significação do ensino médio.” (Idem, ib.) Ao passo que vamos conhecendo os detalhes dessa proposta somos tentados a entrar na discussão dos seus pontos específicos, porém isso deve ser feito com cautela. Antes de se perder nas críticas pontuais, o movimento estudantil deve atentar para o sentido dessa proposta e suas conseqüências em longo prazo. O processo de decisão sobre essa proposta está respeitando a Autonomia Universitária? Não só o movimento estudantil foi pego de surpresa, mas parece que também os administradores das universidades. Essa forma de apresentar o projeto segue a mesma linha da que apresentou o REUNI: prazos curtos vinculados à oferta de recursos financeiros fáceis e rápidos. O processo que o MEC adotou para apresentar sua proposta às universidades não difere em nada do processo adotado para o REUNI. Aceitar esse processo é ferir um dos principais pilares da universidade: a autonomia universitária. O pior é que os administradores nas universidades nem pensam em questionar esse processo.
A seguinte declaração do Pró-Reitor de Ensino de Graduação da UFSC, Carlos José de Carvalho, é bem ilustrativa: “É o governo que distribui a verba para as universidades federais e eles já sinalizaram que o processo é nesse sentido que o MEC escolheu. (...) O que temos que fazer é nos preparar e ver o melhor jeito de implementar o novo método.” (2)
A aprovação do “Novo ENEM” sem nenhuma discussão foi capaz de levantar uma forte mobilização estudantil na Universidade Federal de Mato Grosso. Lá a reivindicação por mais discussões sobre as implicações do ENEM ganhou força visto o mau desempenho que o Ensino Médio tem nesse estado. Sendo assim, havia o risco da universidade receber predominantemente estudantes de outros estados e os estudantes
mato-grossenses ficarem sem universidade ou terem que se deslocar para universidades com qualidade inferior.
Outro projeto apresentado pelo MEC no início do mês de maio desse ano também segue com o mesmo processo de aprovação. Esse projeto diz respeito à mudança do currículo do Ensino Médio da divisão por disciplinas para a divisão por grandes áreas. O Conselho Nacional de Educação diz que a aceitação será realizada por estado e que estes terão autonomia para decidir se aderem ou não à mudança. Ao mesmo tempo, a secretária de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar, diz: “Esperamos que haja adesão já a partir do próximo ano letivo. O MEC pretende dar suporte técnico e financeiro, num valor ainda não estimado, para os governos que adotarem as mudanças.”(3)

Detalhes do Novo ENEM

Modelo estadunidense: o MEC elaborou essa proposta com base no modelo estadunidense de seleção, justificando que é isso que possibilita que estudantes de todo país tenham mobilidade para ir de um estado a outro para estudar. Esse argumento desconsidera todo o contexto social estadunidense que é muito diferente do nosso. Provas serão realizadas em outubro: as provas serão realizadas antes do término do
ano letivo. As únicas escolas que terão condições de adiantar o conteúdo para melhor preparar os estudantes para o ENEM serão as particulares. Caso o estudante dessas escolas não passe na primeira tentativa, tem a possibilidade de ficar mais um ano se preparando, através de cursinhos pré-ENEM, para realizar a prova no ano seguinte. Essa possibilidade praticamente inexiste para estudantes de escolas públicas. Caso esses estudantes não passem na primeira vez, provavelmente desistirão do ingresso na universidade devido à pressão econômica para trabalhar. Quantidade de questões: serão 100 questões para responder em 4 horas, ou seja, menos de 3 minutos para responder cada questão. Isso é completamente incompatível com questões que se proponham instigar a reflexão e avaliar a capacidade analítica dos candidatos.
Mobilidade territorial: a justificativa do MEC é propor que haja mais circulação e mobilidade dos estudantes pelo país (a exemplo dos Estados Unidos). Isso seria possível com a possibilidade do candidato disputar uma vaga em até 5 universidades e 5 cursos (ambos em ordem de preferência do candidato) sem precisar se deslocar para realizar várias provas. Ao invés de possibilitar que estudantes de estados mais afastados tenham acesso à universidade de sua escolha, o que vai acontecer é a consolidação da separação entre “centros de excelência” e “centros de ensino”. A tendência é que as universidades preferenciais sejam as com maior concorrência, assim aquele que conseguir as melhores notas poderá optar pelas universidades e cursos de maior qualidade. Dessa forma, a separação será clara: os melhores estudantes (vindos das redes privadas de educação e com condições de se deslocar a outro estado) vão para as melhores universidades e  cursos, e os estudantes com mais debilidades (vindos da rede pública e pobres) vão para as universidades e cursos de pior qualidade. Essa medida possibilita reforçar a divisão entre universidades para a elite e universidades para os pobres.
Assistência estudantil: a prova única tem como objetivo possibilitar que aquele estudante que não tem condições de viajar para prestar vestibular para a universidade que deseja, possa fazer a prova onde vive e disputar uma vaga em qualquer universidade do país de sua escolha. Porém, a proposta não contempla ações de assistência estudantil (por exemplo, residência universitária), uma vez que, o estudante que não tinha condições nem de viajar para prestar uma prova, tampouco terá para viver em outra região.
Além disso, as universidades têm a possibilidade de aderir ao ENEM como uma primeira fase do seu vestibular, assim aquele que passar pelo ENEM teria que fazer a segunda fase da prova na universidade que escolheu. O estudante pobre que não tinha condições de se deslocar para fazer a primeira fase, também não terá para fazer a segunda fase. Essa segunda fase do vestibular provavelmente será adotada pelas universidades de ponta e servirá como um crivo social dos candidatos. O grande projeto para a educação brasileira A relação entre o novo ENEM e a mudança de currículo do Ensino Médio não pára no processo como o MEC apresentou suas propostas. Além disso, essas medidas estão relacionadas com a divisão de todos os níveis do ensino público em grandes áreas.
A Reforma Universitária (Lei de Inovação Tecnológica, SINAES, etc.) e o REUNI foram as primeiras delas, agora se somam a seleção e o currículo do ensino médio. Assim fará sentido a formação rasa por bacharelados interdisciplinares para os professores da rede pública. Os “centros de ensino” – para onde irão os estudantes pobres - formarão professores por grandes áreas, de acordo com os moldes do REUNI e
do novo currículo do Ensino Médio. Assim dá-se formação mínima por meio dos bacharelados interdisciplinares para os professores da rede pública e impossibilita que os mesmos possam fazer pesquisa científica, deixando essa tarefa somente para os “centros de excelência”.
Em nome das “habilidades”: O novo ENEM coloca como uma vantagem a inversão do foco no conteúdo para as habilidades, como uma forma de também mudar o foco do Ensino Médio que acaba se pautando pela “decoreba” dos conteúdos sem nenhuma reflexão. De fato a crítica é válida, porém ela está sendo usada para esconder o real objetivo. O que pretendem com essa mudança é manter a precariedade do ensino médio da rede pública, pois a partir do momento que o foco está nas “habilidades” do estudante, individualiza-se a causa do mau desempenho no vestibular. Atualmente existe um abismo entre o que é cobrado nos vestibulares das IFES e o que é ensinado na rede pública de nível médio. O insucesso dos estudantes da rede pública nos vestibulares é usado como um dos principais indicadores do descaso com a educação
pública de nível médio. Sendo assim, desconstruir esse indicador é fundamental paramascarar a precariedade do ensino público.
Além disso, o ENEM se estruturará de acordo com grandes áreas. Parece que já ouvimos essa história antes, não é mesmo? É sim, é a mesma divisão que o REUNI trás para os bacharelados interdisciplinares e a que o MEC propõe para o Ensino Médio. Isso mostra que devemos ficar alerta a qualquer movimento do governo com relação à educação. As medidas estão vindo em pedaços, mas estão muito bem direcionadas.
Centros de excelência e centros de ensino: O Novo ENEM vem para reafirmar que o objetivo de todas essas medidas (Novo currículo do Ensino Médio, REUNI, Lei de Inovação Tecnológica, Bacharelado interdisciplinar, etc.) é dividir o sistema federal de ensino superior em duas partes: as universidades para a elite e a universidade para os pobres. Nos termos de Demerval Saviani (1986) (4) estaríamos falando de “universidades de produção”, aqueles centros de excelência destinados a produção científica e ao ensino de pós-graduação strito sensu (mestrado e doutorado); e de “universidades de consumo”, os centro de ensino para nível de graduação e pós-graduação lato sensu (especializações e aperfeiçoamento). Esse é o passo necessário para privatizar o que resta da educação pública. Percebemos que a tentativa de fazer essa separação já tem um tempo: o texto de Savianni é de 1980, e pode ser que existam outros autores que falem disso em décadas anteriores. Mas por que separar, para só depois  privatizar? Pois é, isso é resultado da pressão feita ao Estado por parte, de um lado, dos capitalistas que trabalham com a produção de bens de consumo; e de outro, dos empresários da educação. Para os  primeiros, é vantagem que a produção de ciência e tecnologia fique nas mãos do Estado: ela é altamente custosa, e para que pagar para produzir ciência e tecnologia se podemos recebê-la gratuitamente do Estado? Para os segundos, o Estado precisa logo liberar novos nichos de mercado para a mercadoria “educação”, afinal de contas, o mercado da venda de diplomas também está em crise (antes mesmo da crise estrutural mostrar sua cara) e precisa rapidamente se reerguer.
Em suma, o Novo ENEM era o que faltava para completar de vez a separação entre os “centros de excelência” e os “centros de ensino” e segregar socialmente os estudantes dessas instituições. O ENEM evita que estudantes pobres, só porque moram perto de universidades de qualidade, tenham mais chance de ingressar nelas. Além disso, a sua divisão em grandes áreas dá sentido aos bacharelados interdisciplinares ao
forçar a adequação do currículo do ensino médio também por grandes áreas.

1 Os dados referentes ao “novo ENEM”, aqui apresetados, estão baseados na proposta do MEC apresentada a ANDIFES, intitulada “Proposta: unificação dos processos seletivos das Instituições Federais de Ensino Superior a partir da reestruturação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, de 30 de março de 2009.
2 Fonte: Jornal Zero, abril de 2009, publicação do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina.
3 Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL1107804-5604,00-MEC+QUER+ACABAR+COM+A+DIVISAO+POR+DISCIPLINAS+NO+ENSINO+MEDIO.html>. Acesso em: 25/05/09.
4 SAVIANI, Demerval. Ensino público e algumas falas sobre universidade. São Paulo: Cortez Ed.: Ed. Autores Associados, 1984

Florianópolis, 29 de maio de 2009

[Evento] Palestra: "Estudos de Juventude e Sexualidade em Cuba"

CONVITE

Palestra: "Estudos de Juventude e Sexualidade em Cuba"
Palestrante: Natividad Guerrero - pesquisadora cubana

Natividad Guerrero é diretora do Centro de Estudos sobre Juventude, da Universidad de Habana, e membro da Sociedade Científica de Psicologia Cubana e de estudos da Sexualidade.
A pesquisadora está no Brasil como membro da delegação cubana que participará da XVII Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba (programação em anexo) que ocorrerá em Florianópolis, entre os dias 10 e 13 de junho, na ALESC, organizada pela Associação Cultural José Martí.

Local: Auditório do CED
Data: 09 de junho (terça-feira) Horário: 14h

Realização: Associação Cultural José Martí
Apoio: NEJUC/CFH (Núcleo de Estudos da Juventude Contemporânea)
Kelem G.Rosso