7 de abr. de 2010

[Video] Cinearth no Museu apresenta Direitos humanos e Ditaduras no Cone Sul

Cinearth no Museu apresenta
Direitos humanos  e Ditaduras  no Cone Sul
Quando uma sociedade não consegue elaborar os efeitos de um trauma e opta por tentar apagar a memória do evento traumático, esse simulacro de recalque coletivo tende a produzir repetições sinistras(M.R. Kehl)


Bloco I   As   Ditaduras dos anos 70: olhares infantis

Ordens, botas grades
Lá fora a manhã continua
Cá dentro o grande amor
Se move e ergue-se, ainda

A esperança é uma criança ilegal, inocente,
Distribui  seus panfletos, anda  contra a sombra
Juan Gelmán

10/04: Kamchatka Marcelo Pyñero (Argentina)
17/04:  Machuca  Andres Wood (Chile)
24/04: O ano em que meus pais sairam de ferias Cao Hamburguer (Brasil)
31/04:  A Culpa é do Fidel   Julie Costa-Gravas(França/Chile) 

 Ciclo de Filmes:   As Ditaduras dos anos 70: olhares Infantis - Kamchatka
 
(Kamchatka, Argentina, 2002) De  Marcelo Piñeyro. 105 minutos
Harry (Matías Del Pozo) tem 10 anos e tem uma vida normal para qualquer criança de sua idade na década de 70. Porém, quando seus pais começam a ser perseguidos pela ditadura argentina ele e sua família são obrigados a largar todos os seus bens e fugir para uma fazenda.
Classificação: Livre

Sábado - 10 de Abril – 18:30h
Museu da Escola Catarinense (antiga FAED)
R. Saldanha Marinho, 196, Centro.
ENTRADA FRANCA

[Poesia] El derecho de vivir en paz

El derecho de vivir en paz
Victor Jara

El derecho de vivir
poeta Ho Chi Minh,
que golpea de Vietnam
a toda la humanidad.
Ningún cañón borrará
el surco de tu arrozal.
El derecho de vivir en paz.
Indochina es el lugar
mas allá del ancho mar,
donde revientan la flor
con genocidio y napalm.
La luna es una explosión
que funde todo el clamor.
El derecho de vivir en paz.
Tío Ho, nuestra canción
es fuego de puro amor,
es palomo palomar
olivo de olivar.
Es el canto universal
cadena que hará triunfar,
el derecho de vivir en paz.

[Eventos] Jornadas Bolivarianas – Sexta-edição: O Socialismo na América Latina

Jornadas Bolivarianas – Sexta-edição: O Socialismo na América Latina

Já está tudo pronto para sexta edição das Jornadas Bolivarianas, principal evento do Instituto de Estudos Latino-Americanos, que acontece de 12 a 16 de abril, no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. O tema deste ano será o Socialismo na América Latina e para debater o assunto o IELA traz, entre outros,  o teórico Heinz Dieterich, professor da Universidade Autônoma Metropolitana do México, que tem sido o disseminador da idéia do socialismo do século XXI, conceito que caminha hoje por vários países da América Latina.

Também estarão em debate outros aspectos da realidade latino-americana como os chamados estados progressistas, com o professor da Universidade Federal do Tocantins, José Pedro Cabrera Cabra, os movimentos originários, com o professor equatoriano Pablo Dávalos, e as perspectivas do socialismo no Brasil, com o professor da Unicamp, Ricardo Antunes. Fugindo um pouco da América Latina, mas aprofundando no debate sobre o socialismo, as Jornadas trazem o teórico chinês Xioaqin Ding, da Universidade de Shangai e atualmente professor visitante na Harward Law University, Estados Unidos.    

Igualmente os trabalhos selecionados apresentam um panorama bastante amplo da problemática dos movimentos sociais na América Latina, incluindo ainda a discussão do socialismo na África, o que garante uma boa reflexão sobre o socialismo no sul do mundo.

As Jornadas Bolivarianas começam no dia 12 de abril, às 8h30min, no Auditório da Reitoria da UFSC.

Pequeno currículo dos palestrantes

Heinz Dieterich – Nascido na Alemanha, estudou, com bolsa do Sindicato dos Trabalhadores (DAG) e da Universidade Popular (Volkshochschule), na Escola de ambas as instituições. Também estudou com os pais da Escola de Frankfurt: Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e a seguinte geração de Juergen Habermas e Claus Offe. Foi militante da organização socialista estudantil SDS e do Partido Social-Democrata, SHB. Desde 1977 é professor de Metodologia na Universidade Autônoma Metropolitana da cidade do México. Publicou mais de  25 livros individuais e coletivos em quatorze países. Entre eles estão os títulos: Novo Guia para a Investigação Científica; A Sociedade Global (com Noam Chomsky) e, O Socialismo do Século XXI. Economia, Política e Democracia na sociedade pós-capitalista. Mantém solidariedade ativa com os processos de libertação nacional na América Latina e no Caribe e goza da confiança pessoal de vários presidentes latino-americanos. Foi ele quem cunhou e promoveu o conceito de “Socialismo do Século XXI” na Europa e América Latina.

Xiaoqin Ding  - É professor visitante da Harvard Law School, professor associado e diretor adjunto do Marxism Research Institute, da Universidade de Shangai. Pesquisador associado do Centro para o Estudo Comparativo do Desenvolvimento Social, da Academia Chinesa de Ciências Sociais; Secretário-Geral Adjunto da Associação Mundial de Economia Política (WAPE), editor-gerente da World Review of Political Economy (WRPE) de Londres, Editor da revista Estudos Econômicos da  Escola de Xangai (Shanghai), Secretário geral do Comitê Socialista de Teoria Econômica, da Sociedade Econômica de Xangai. Tem vários livros publicados, entre eles: An Economic Analysis of Economical Society, coauthored with Yuchang HE etc., Beijing: People’s Publishing House, 2009 e o The Economics of Welfare, Arthur Cecil Pigou, cotranslated with Yuchang HE, Shanghai: Shanghai University of Finance and Economics Press, 2009.

Pablo Dávalos  - Professor da Universidade Católica do Equador, foi Vice-Ministro de Economia, autor de vários livros tais como Movimento indígena equatoriano:
construção política e epistêmica, Semiótica e Poder, Dívida Externa e Globalização financeira, é especializado em questão indígena na América Latina.

Ricardo Antunes – Professor da Unicamp, autor dos livros: Sentidos do Trabalho, Dialética do Trabalho, Adeus ao trabalho?,  Esquerda fora do lugar: o governo Lula e os descaminhos do  PT, entre outros.

José Pedro Cabrera Cabral – Professor da Universidade Federal do Tocantins. Trabalha com História Latino-Americana, Identidade Nacional e Movimentos Sociais.


Programação das Jornadas Bolivarianas – Sexta Edição
O Socialismo na América Latina


Auditório da Reitoria

12.04.2010 – segunda-feira
Manhã
. 8h30min – Abertura
Coordenação: Waldir Rampinelli     
O socialismo do Século XXI
.9h – Heinz Dieterich - México

Tarde
Livre

Noite
. 18h30 – vídeo
. 19h - Apresentação de Trabalhos
Coordenação:  Fernando Correa Prado
. A luta anticomunista durante a guerra fria: o caso da intervenção da CIA na Guatemala -1954 – Anelise Suzane Fernandes Coelho
. Venezuela: Nacionalismo petroleiro e socialismo do século XXI –Vicente Neves da Silva Ribeiro
. A influência socialista no Movimento de Libertação Nacional dos países de língua oficial portuguesa: caso de Angola, Guiné Bissau e Cabo Verde – Joel Aló Fernandes, Tiago Bassika Nzovo, Reinaldo João de Oliveira e Marcos Rogério dos Santos

13.04.2010 – terça-feira
Manhã
. 8h30min – Vídeo
Apresentação de Trabalhos
Coordenação:  Diogenes Breda
. Indigenismo e Interculturalidade no Constitucionalismo Bolivariano – Guilherme Ricken
. Diálogos entre América latina e África na perspectiva do socialismo atual – Reinaldo João de Oliveira, Marcos Rogério dos Santos, Joel Aló Fernandes e Tiago Bassika Nzovo
. Etnicidad, territorialidad y globalización: los casos de Bolívia, Ecuador y México – Francisca Fernández Droguetti
. Meios e fins na estratégia do EZLN – Diego Marques Pereira dos Anjos

Tarde
Livre
Noite
. 18h30min – vídeo
19h - Os desafios do socialismo chinês
Coordenação: Lauro Mattei
.  Xiaoqin Ding – China

14.04.2010 – quarta-feira
Manhã
. 8h30min – vídeo     
9h - Do socialismo ao progressismo: a incorporação do Movimento de Libertação Nacional Tupamaro ao programa progressista uruguaio -1993-2004
Coordenação: Vitor Hugo Tonin
.  José Pedro Cabrera Cabral  - UFT - Brasil


Tarde
Livre

Noite
. 18h30min -  vídeo
19h - O socialismo e a perspectiva indígena
Coordenação: Elaine Tavares
.  Pablo Dávalos – Equador
. 21h – Lançamento de Livros

15.04.2009 – quinta-feira
Manhã
8h30min - Vídeo
9h - O socialismo no Século XXI e alguns desafios da América Latina
Coordenação: Beatriz Paiva
. Ricardo Antunes - Brasil

Tarde
Livre

Noite
18h30min – Vídeo
19h
.  Mesa redonda: O socialismo vive
Coordenação: Luis Felipe Aires Magalhães
. Heinz Dieterich – México
. Xiaoqin Ding – China
. José  Pedro Cabrera Cabral – Brasil
. Pablo Dávalos - Equador

[Vídeos] DOC Brasil: Ciclo de documentários Ecos da Ditadura

DOC Brasil: Ciclo de documentários Ecos da Ditadura

Ciclo de documentários “Ecos da Ditadura”
QUANDO: quarta, quinta e sexta-feira, dias 7, 8 e 9 de abril, sempre às 19 horas.
ONDE: Fundação Cultural Badesc. Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis,
QUANTO: Entrada franca.

dia 07 de abril - quarta-feira - 19 horas

Vala Comum (dir: João Godoy, São Paulo, 1994, 32 min.)
A história da repressão vivida no país após o golpe militar de 1964, tendo como ponto de partida a localização de uma vala clandestina com mais de mil ossadas em Perus (SP). Um passado mantido oculto emerge para exumar uma parte da história recente do país.

Brazil: A Report on Torture (dir: Saul Landau e Haskell Wexler,
Estados Unidos, 1971, 60 min.)

Documentário rodado no Chile, traz depoimentos de exilados brasileiros sobreviventes de práticas de tortura cometidas durante a ditadura militar no Brasil. Tratam-se de alguns dos prisioneiros libertados em troca do embaixador suíço Giovanni Enrico Bucher, seqüestrado em 1970 por revolucionários brasileiros. A ação sanguinária dos agentes do Estado é narrada e exemplificada de maneira direta e contundente pelos próprios
torturados.

dia 08 de abril - quinta-feira

15 filhos (dir: Marta Nehring e Maria Oliveira, São Paulo, 1996, 20 min.)
Os horrores cometidos durante a ditadura militar narrados por filhos dos presos políticos, que contam traumas nunca superados. Entre os relatos, alguns fatos são comuns: a incerteza quanto ao nome verdadeiro dos pais, o mundo dividido entre o bem e o mal, o período em que passaram presos e a impossibilidade de compartilhar os acontecimentos com os demais membros da família.

Memória para uso diário (dir: Beth Formaggini, Rio de Janeiro, 2007, 80 min.)

Ivanilda busca evidências que provem que seu marido, desaparecido desde 1975, foi preso pelo governo brasileiro. Romildo procura pelo corpo de seu irmão num cemitério do subúrbio carioca. Mães choram por seus filhos, assassinados pela polícia nas favelas. Elas pertencem ao grupo "Tortura Nunca Mais" que, interagindo entre a lembrança traumática e o esquecimento, trazem à tona a memória de fatos recentes. Pensam o passado para que possam libertar o futuro dos fantasmas que ainda os perseguem no presente.

dia 09 - sexta-feira

Hércules 56 (dir: Silvio Da-Rin, Rio de Janeiro, 2006, 94 min.)
Em setembro de 1969, quando o Brasil era governado por uma Junta Militar, duas organizações revolucionárias aliaram-se para raptar o embaixador dos EUA, Charles Burke Elbrick, e exigiram a libertação de quinze presos políticos, que foram levados ao México pelo avião Hércules 56 da FAB. Para rememorar o episódio e discutir as causas e conseqüências da luta armada naquela época, o filme traz à cena os nove remanescentes do grupo de presos e promove o reencontro de cinco membros das organizações responsáveis pelo seqüestro.

Em anexo, a programação completa.

[MACS] GT Em Defesa do Ensino de Sociologia UFF

UFF
GT Em Defesa do Ensino de Sociologia
14 de abril de 2010
4º reunião 
     Devido a discussão que se polariza com a publicação da reportagem “Ideologia na Cartilha” de Marcelo Bortoloti que tem como fundamentação teórica não só o posicionamento da revista Veja mas as posições de instituições, intelectuais e políticos tais como: Simon Schwartzman, Eunice Durham, Mônica Grin , Teresa Pontual, e SBS, que ainda tentam deslegitimar a necessidade da obrigatoriedade da Sociologia na educação Básica, assim também como da Filosofia, e desqualificar estes conhecimentos, assim também como os seus profissionais, de forma pejorativa e desrespeitosa. O Currículo da Secretaria de Estado de Educação do RJ vem sendo atacado, de forma rasteira ainda com o argumento de que não é possível estes conhecimentos serem captados pelo senso comum, e, aquilo que acabará sendo ensinado em sala de aula terá um viés político. Esses argumentos são muito precários, mas são os que se colocam no embate. Convidamos todos os colegas para amadurecermos essa luta que interessa aos Cientistas Sociais que com dificuldade vem retomando seus espaços de trabalho na sociedade, perdidos e freados no retrocesso histórico de Ditadura Militar, e que há pouco tempo vem se solidificando no cotidiano.  
     O material que seria interessante todos no momento terem conhecimento são de leituras curtas e de fácil acesso. Estes documentos são os norteadores imediatos do currículo de Sociologia atualmente:
* Proposta Curricular da Secretaria Estadual de Educação
* Matrizes Curriculares para o ENEM
* Proposta do vestibular da UERJ 
      Aguardamos a presença de todos, pois ela é imediata por conta do processo histórico de institucionalização pelo qual passamos.

[Luta] Nota sobre a saída do DCE da Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade

Nota sobre a saída do DCE da Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade 
É Hora de Fortalecer a Unidade Na Luta


A realidade da educação superior brasileira impõe aos estudantes, servidores e professores a necessidade de unir forças em um movimento de defesa da universidade pública e de luta por outro projeto, onde sua expansão seja conseqüência de uma democratização real, começando pelo conhecimento que é produzido.
Isso fica mais urgente quando vemos as Reitorias, o Governo Federal e até mesmo a UNE (União Nacional dos Estudantes) se unindo para colocar em prática um projeto de reestruturação universitária, que tem como função principal privatizar as universidades públicas brasileiras. A principal medida desse projeto é o decreto REUNI (Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais), que está sendo implantado no período 2008-2012. A gestão do reitor Álvaro Prata na UFSC, intitulada “UFSC do Século XXI”, é aluna nota dez do governo federal, pois elegeu o REUNI como grande modelo de universidade do novo século.
Com esse projeto se aumentou vagas nos vestibulares, mas impondo metas que apenas institucionalizarão os velhos problemas de nossa universidade. Os resultados todos sentiram na pele: falta professor, de sala de aula, temos professores e técnicos sobrecarregados e a qualidade só existe nos discursos oficiais. Mas isso é só o começo. Junto ao sucateamento vem a privatização – uma lógica que vem desde a época de FHC e continua com Lula. Pois sem verbas e com muitas demandas, aumentam-se as terceirizações, crescem os cursos pagos e transforma-se o espaço público da universidade em um produto a ser comercializado e padronizado de acordo com os interesses das grandes empresas ou fundações privadas.
A criação da Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade busca estabelecer a unidade de todos os setores da universidade dispostos a lutar contra o atual processo de precarização e privatização que vivemos. A iniciativa da frente foi pensada como um fórum de mobilização direta, e como tal, criado por vários centros acadêmicos da UFSC reunidos no Conselho de Entidades de Base (CEB), na primeira semana de aula. A criação da frente foi apoiada pelo DCE da UFSC, e se somaram na construção o Movimento por Uma Universidade Popular (MUP), o coletivo de estudantes que constroem a ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre), os professores e servidores da UFSC que vem se organizando para defender os direitos dessas categorias e ativistas independentes do movimento estudantil. A frente vem se reunindo de maneira aberta e democrática, além de preparar atividades de debate e mobilização como passagens em sala, panfletos, atos, assembléias e etc.

A postura do DCE fortalece a política de precarização e privatização da UFSC

Foi com grande surpresa que vimos após duas reuniões deliberativas sobre os primeiros materiais da frente para serem distribuídos ao conjunto da universidade, integrantes do coletivo 21 de Junho (organização política que compõe o DCE) alegarem na lista de e-mails da frente que não havia sido respeitado as deliberações. Sem recorrer aos espaços de deliberação da frente, numa atitude unilateral, no dia seguinte, a diretoria do DCE soltou um comunicado bem curto informando de sua saída da frente. Argumentaram que somariam mais forças para o movimento estando fora e o motivo da saída seriam as divergências sobre “dinâmicas de reunião”, “tencionamentos existentes” e “divergências de método”. Nesse comunicado, nada se falou sobre qual era o problema da “dinâmica de reunião”, qual “tencionamento” existente a ponto de impedir a participação da entidade ou qual era a divergência de “método”. Lembrando, que os companheiros participaram de todas as decisões da frente, sem exceção, e sem exceção também, concordaram com todas elas. Não citaram exemplos porque eles não existem, pois todas as decisões foram precedidas de debates e chegou-se ao consenso. É muito ruim dizerem agora que querem “somar” se tomam uma atitude que vai ao sentido de jogar o movimento nos rumos da mesma fragmentação dos últimos anos.
A frente foi o espaço mais representativo que o movimento estudantil da UFSC construiu nos últimos anos. A reunião passada convocada no “boca-a-boca” reuniu mais de 60 pessoas. Como o DCE, que tem a maior responsabilidade de unir o movimento estudantil da UFSC em luta, pode sair da frente, sem discussão prévia ampla com os estudantes e sem uma justificativa plausível?
Segundo o comunicado deles: “acreditamos que a unidade se dá em cima da prática, e muito temos deixado de fazer por uma série de debates secundários. Portanto, continuaremos com as mobilizações necessárias, com material próprio, aglutinando os CA’s que não estão mais participando da Frente pelas mesmas divergências de método”. Exemplos de “debate secundário” não citam nenhum, simplesmente por eles igualmente não existirem. Queremos dizer também que achamos importante que todos construam as atividades da frente, independente de estar nela, e valorizamos muito isso. Mas o que o DCE propõe no seu comunicado é algo totalmente diferente e sua prática confirma. No dia 1° de abril fizemos um ato no RU na hora do almoço sobre as mentiras do REUNI. Nesse ato, o grupo político 21 de junho/DCE, que teoricamente construiria junto, fez um ato paralelo à frente, onde no mesmo lugar e ao mesmo tempo tínhamos dois atos, com dois panfletos. Se é estranho para vocês que lêem esse material, foi muito mais estranho para nós da frente fazendo o ato.
Essa atitude deixa bem claro que a proposta “metodológica” do grupo político 21 de junho, se utilizando do DCE para isso, é construir apenas atividades que visem a autoconstrução. Esse nãoé o papel do DCE, ele tem o dever de mobilizar os estudantes da universidade em torno de pautas unificadas para lutar por seus interesses e por uma sociedade melhor. O grupo político 21 junho, e seus apoiadores, estão conduzindo o DCE, dessa forma, no rumo da co-administradação da universidade e do REUNI para a reitoria, pois rompem com um espaço que visa combater as políticas dadas para construir outra frente que critica apenas pontualmente os problemas que todos estão carecas de saber e abandona a luta permanente por outro projeto de universidade. Depois de um ano e meio a frente do DCE, esse grupo não teve qualquer iniciativa para unificar o movimento, e rompe prematuramente sem motivos claros com o que foi criado.
Daí é legítimo perguntar: Quem sai ganhando com a postura da diretoria do DCE? Pode-se responder que é o próprio 21 de junho e quem o apóia que vão se promover às custas do movimento. Mas isso é o menos importante. Quem ganha de fato é o governo federal, a reitoria e a diretoria da UNE, pois o grupo político 21 de junho/DCE assim trabalha para dividir o movimento estudantil, favorecendo as forças que aplicam a privatização da UFSC. Sobre a unidade de estudantes com professores e servidores, importante princípio de luta construído coletivamente nas reuniões da frente, nada dizem e nenhuma ação tomaram até agora.
Diante dos acontecidos chamamos a todos os Centros Acadêmicos e estudantes para que debatam a posição tomada pelo grupo dirigente do DCE, que arrogantemente ignorou as bases estudantis. A unidade conquistada não pode estar ameaçada por uma manobra política de um grupo que se esconde atrás do DCE. Também chamamos os ativistas que são membros ou participam da diretoria do DCE para refletir sobre a justeza dessas posições tomadas e defenderem a unidade para lutar conquistada na frente de luta. Reafirmamos aqui nosso compromisso de unir todos os companheiros que quiserem se somar à luta. Queremos lembrar, que é dever da gestão “Canto Geral” colocar todas suas forças e trabalhar com toda seriedade na convocatória da assembléia do dia 8 de abril. Exigimos tal postura e não vamos aceitar nada menos do que isso. Nós que continuamos na frente, vamos continuar a construí-la e a defender o que todos os fóruns legítimos do movimento.


Um Velho “Novo Método”

Para um grupo que fala tanto de método como o grupo político 21 de junho/DCE, chegando inclusive a falar de um “novo método”, apenas reproduziu o que há de mais velho na hora de sair da frente, pois desrespeitou e aparelhou a entidade passando por cima de um fórum superior de deliberação que é o CEB. A diretoria, após ter rompido com a frente deliberada em CEB, produziu um material paralelo ao dela, utilizou-se do logo do DCE, do dinheiro da entidade e passou em sala dizendo que representava a entidade de maneira paralela à frente, quando na realidade era uma atitude que apenas dizia respeito ao grupo político 21 de junho e aos militantes independentes que o apoiavam, pois nenhuma decisão de diretoria é legítima quando contraria uma decisão superior como é a do CEB. Toda entidade representativa, assim como o DCE, possui suas instâncias deliberativas. No caso do DCE da UFSC, existe a diretoria que é eleita anualmente, o conselho dos centros acadêmicos que está acima da diretoria, as assembléias gerais que estão acima da diretoria e dos conselhos de centros acadêmicos e o congresso estudantil que é seu fórum máximo. Todas essas instâncias não são meros detalhes, mas sim garantias de que o DCE funcionará com base na vontade da maioria dos estudantes e não de um determinado grupo político que em um determinado momento esteja em sua diretoria.
Isso lembra as velhas manobras que desmobilizaram muitos estudantes, quando o DCE da UFSC estava nas mãos de setores diretamente ligados à reitoria da universidade ou ao governo federal, e também quando a UNE faz seus fóruns burocratizados para defender políticas que destroem a educação pública. Tudo acontece porque para cada política existe um método apropriado para concretizá-la. E para algo que vai contra o movimento nada como o aparelhamento da entidade.
Portanto, nós, da frente, repudiamos essa prática, porque além de atentar contra a democracia da entidade DCE e fortalecer os inimigos da educação pública, se aproveita da pouca participação dos estudantes nos fóruns da entidade para aparelhá-la em nome do grupo político 21 de junho.

Em defesa da Unidade para Lutar e da Democracia no Movimento

Achamos fundamental que os centros acadêmicos e os estudantes da UFSC se debrucem sobre todas essas questões e tratem com toda a seriedade.
Queremos esclarecer também que não se trata aqui de condenar a organização política livre dos estudantes. Nós, da frente, valorizamos toda militância política transformadora da sociedade e da universidade, seja ela independente ou de um grupo organizado, o que condenamos são as políticas que enfraquecem o movimento e desrespeitam os seus espaços deliberativos.
Nós, professores, servidores e estudantes, que continuamos a construir a frente de luta por uma expansão de qualidade, vamos continuar a construí-la com o caráter amplo, democrático e apoiado na mobilização direta como foram todas as deliberações tomadas até aqui nos fóruns legítimos do movimento. Reforçamos o chamado a todos e todas que querem fortalecer essa proposta a se somarem. A luta está só começando!

Frente de Luta Por Uma Expansão de Qualidade,
5 de abril de 2010

[Luta] Blogue e Email da Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade

Compas,
Quem quiser acompanhar a Frente de Luta por uma Expansão de Qualidade ou entrar em contato conosco, segue abaixo os endereços.


Saudações de luta,
Fausto