29 de ago. de 2010

[Evento] Curso Como Funciona a CRISE

CALCS

[Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais]

Convida:


“Curso Como Funciona a CRISE”

Com Dalton L. Menezes, mestre em educação pela UFSC e educador popular pelo NEP-13 de Maio


Dia: 11 de setembro de 2010

Horário: 9h às 18h

Local: sala 513 CCB

Inscrições: goethe.marx@gmail.com

[Textos] PLEBISCITO DEBATERÁ CURSOS PAGOS NA UFF

PLEBISCITO DEBATERÁ CURSOS PAGOS NA UFF


Entre os dias 30 de agosto e 3 de setembro, acontecerá na Universidade Federal Fluminense - RJ (UFF) um plebiscito oficial consultando a comunidade acadêmica a respeito dos cursos pagos na Universidade. O eixo do plebiscito será debater se a UFF deve manter ou não cursos pagos.

A ANEL está participando desse importante debate ajudando a mobilizar o conjunto dos estudantes da UFF a votarem contra a privatização do ensino apresentando a necessidade de defender a Educação Pública, Gratuita e de Qualidade! Confira abaixo a entrevista feita pela ANEL com o membro do DCE-UFF, o estudante Luis Artur.


ENTREVISTA COM LUIS ARTUR-,

DIRETOR DO DCE UFF E MEMBRO DO COLETIVO NÓS NÃO VAMOS PAGAR NADA



Fale um pouco sobre a luta que está ocorrendo na UFF contra os cursos pagos.

Depois da luta contra o Reuni na universidade, entramos em um debate sobre o que faríamos, qual era nossa perspectiva. E fizemos uma opção que foi: continuar lutando nos institutos para que o Reuni não fosse implementado. E a gente se deu conta de que na universidade a nossa derrota com o Reuni, foi por um conjunto de professores que se organizam por fora das estruturas da universidade e que disputam o poder da universidade, que hoje tem a reitoria, e que estão colaborando na transformação da UFF em um grande balcão de negócios, invertendo o que deveria ser a prioridade da universidade. Estão fazendo com que o centro da universidade seja o privado, com uma lógica de mercado. E a gente não tem como travar uma grande luta na universidade se a gente não enfrentar esse grupo. Atacar os cursos pagos é ao mesmo tempo atacar esse grupo politicamente e abrir um debate sobre concepção de universidade, sobre qual universidade queremos.



Por que os cursos pagos são tão ruins para a universidade pública?

Os cursos pagos fazem com que a universidade deixe de ser uma universidade, pois ela se transforma apenas em ensino superior. Acaba separando o ensino da pesquisa e da extensão. Faz uma universidade em que seus currículos, a sua lógica, não são voltados para atender o interesse da maioria da população. Faz com que o centro da universidade seja formar trabalhadores para que sejam bons explorados, trabalhadores que têm pouco entendimento sobre o seu papel na sociedade, de seus direitos trabalhistas, trabalhadores que vão disputar vaga a vaga, nas piores condições possíveis. Então, há uma inversão na prioridade da universidade.



Como está a participação dos diversos setores do movimento estudantil na campanha contra os cursos pagos?

Desde o ano passado a gente tem feito um esforço para fazer uma campanha que seja ampla, dentro do campo dos lutadores. Digamos assim, dentro do campo do movimento estudantil que não se vendeu, não se cooptou pelo governo, não se deixou cooptar pelo governo. A gente tem na universidade aproximadamente 10 coletivos estudantis, muitos centros acadêmicos. E a campanha tem conseguido ser tocada pelo conjunto do movimento, a gente tem conseguido construir uma boa unidade. Desde os setores que saíram da UNE, os setores que não fazem mais a disputa da entidade, mas que também não estão construindo a ANEL necessariamente... Então a gente tem conseguido fazer um bom leque amplo de forças, pra construir uma boa unidade de ação nesse sentido.


E qual é a importância dessa unidade, até do ponto de vista do movimento estudantil nacionalmente?

No momento que a gente está vivendo, de muito avanço do governo, com um poder muito grande no movimento estudantil de cooptação, de força, de se jogar pras eleições de DCE e tentar ganhar. Um momento de desorganização muito grande da esquerda... Ter uma luta unitária que consiga transformar, que possa ser o impulsionador de uma nova luta nas universidades, é um passo que a gente pode estar dando aqui que pode ser importante, que pode ser simbólico mais para frente. Digamos por acaso que a gente consiga ganhar o plebiscito e acabar com os cursos pagos na UFF. Será que essa não é uma boa bandeira pras outras universidades do país? Atacar a privatização também por dentro das universidades... Com a unidade entre todo mundo, será que a gente não consegue levar essa pauta para frente?



E na sua opinião, qual vai ser o resultado do plebiscito?

Eu acho que a gente vai ganhar. Eu acho que a gente vai ganhar inclusive não só no segmento estudantil, mas temos chance de ganhar entre os professores e os servidores também. E mais que uma vitória numérica, acho que vai ser uma vitória política também. Eu acho que a gente vai ter ganho a maioria da universidade para uma concepção de universidade, que é diferente do governo, que é diferente do que os mercados querem, que é diferente do que o capital quer.