13 de abr. de 2010

[Textos] Lei que incluiu filosofia e sociologia na grade curricular do ensino médio abre vagas para professores

RIO - A lei que torna obrigatória a inclusão de sociologia e filosofia em todas as séries do ensino médio, publicada em junho de 2008 pelo Ministério da Educação (MEC), abriu um amplo mercado para professores das duas disciplinas. Reportagem de Mariana Belmont, publicada na edição deste domingo do Globo, mostra que, somente na rede pública estadual do Rio, que atende hoje a cerca de 700 mil alunos no ensino médio, há no momento um déficit de 1.084 docentes de filosofia e 1.115 de sociologia.
Para minimizar o problema, a Secretaria estadual de Educação realizou recentemente concurso público, no qual 631 candidatos foram aprovados. Segundo a secretária Tereza Porto, no entanto, nem todos atendem à convocação e, por isso, é provável que em breve um novo concurso seja realizado. Para a secretária, o problema se deve à falta de profissionais disponíveis no mercado e não ocorre apenas no Estado do Rio, mas em todo o país.
- O volume de profissionais é inferior à demanda. E nas universidades do Rio há cursos tanto de filosofia quanto de sociologia... imagina a situação em estados que não tenham - opina, afirmando que o número de professores da rede era necessário apenas para as disciplinas exigidas anteriormente. - Quando passamos a cumprir a nova legislação, tivemos essa carência grande.
A secretária de Educação entende que o valor do salário de R$ 732,10 por uma jornada de 16 horas semanais, pago a professores de todas as disciplinas do ensino médio, é compatível com a carga horária exigida. Mas, pelos valores do Sindicato das Escolas Particulares no Estado do Rio de Janeiro (Sinepe-RJ), o salário se assemelha apenas ao piso pago aos docentes do ensino médio da rede particular, que é de R$ 11,82 a hora-aula: para uma carga horária de 16 horas semanais, o salário ficaria em R$ 756,48/mês. Numa escola particular com unidades no Recreio e na Tijuca, entretanto, o valor da hora-aula pago aos docentes é de R$ 45,78. Em escolas privadas da Barra da Tijuca, de maneira geral, o valor varia entre R$ 20,46 e R$ 47, dependendo do tempo de serviço do professor.
Coordenador de Filosofia da Secretaria municipal de Educação de Búzios até o ano passado e professor do colégio Anglo Americano, na Barra da Tijuca, o mestre em filosofia da educação Sílvio Souza afirma que não encontrou professores da disciplina para atender à demanda na rede do município da Região dos Lagos. Segundo Souza, o problema vem do pequeno número de profissionais das duas disciplinas que se formam por ano nas universidades:
- Fiz os cursos da Uerj e da UFRJ. Numa turma só se formaram quatro pessoas, e na outra, três. Quando o jovem percebe que vai ter que estudar muito, ele abandona o curso.
Leia a íntegra da reportagem no Globo Digital (conteúdo exclusivo para assinantes)
Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2010/04/09/lei-que-incluiu-filosofia-sociologia-na-grade-curricular-do-ensino-medio-abre-vagas-para-professores-916289445.asp. Acesso em 13 abril 2010.

[MACS] Greve dos estudantes do ICHS-UFMT

Camaradas, ontem (segunda feira dia 12/04) os estudantes de 5 cursos (História, Ciências Sociais, Geografia, Serviço Social, Filosofia) que compõem o instituto de ciências Humanas e Exatas da UFMT, fizeram uma grande assembleia em conjunto e
após algumas colocações, elencaram alguns pontos, a mais, na pauta de reivindicações que ja estava sendo construida pelo DCE e CAs.
E logo após, como avia sido deliberada no conselho de entidades de Base, começamos a fechar o bloco, desde então estamos de greve e voltaremos, as aulas, somente após o atendimento de nossas pautas de reivindicações
segue o texto manifesto, da Greve dos estudantes do ICHS-UFMT

em resumo lutamos principalmente contra os efeitos do REUNI



CARTA-MANIFESTO

Campanha em combate as consequências do REUNI e em defesa da Universidade pública, gratuita e de qualidade

No ano de 2007, foi decretado pelo governo federal o REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) que prevê até 2012 o aumento do número das vagas na universidade em até 100% e, no entanto, o número de servidores aumentará somente 50%.
As conseqüências desse decreto são visíveis na universidade: falta de professores e de técnicos para operar laboratórios e equipamentos; problemas na estrutura - alguns cursos não têm sequer sala de aula em bloco próprio; política de Assistência Estudantil ineficiente, já que diariamente passamos horas na fila do Restaurante Universitário (RU), não há vagas suficientes na Casa do Estudante Universitário (CEU) e são poucas as bolsas de permanência diante da demanda.
Tendo em vista as metas do Reuni, como podemos ter qualidade de ensino se os professores e técnicos não terão como se dedicar ao que fazem? Como os docentes conseguirão acompanhar e corrigir as provas de 80, 100 alunos, orientar formandos e ainda produzir conhecimento por meio de pesquisas? Além disso, a previsão de recursos destinados à Assistência Estudantil, ou seja, manutenção da CEU, do RU e bolsas de permanência são insuficientes para os estudantes que entram na universidade.
Há, ainda, outras ações claramente ofensivas a comunidade acadêmica. Foi aprovada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) - que já aprovou o “novo Enem” como única forma de ingresso na UFMT via ad referendum - a Resolução 197/2009, a qual tem como um dos objetivo diminuir a carga horária do professor para pesquisa e extensão e obrigá-lo a assumir mais disciplinas, o que implicará numa redução significativa da produção de conhecimento, comprometendo a qualidade do nosso ensino. Neste caso, a preocupação central é atender ao Reuni, se lembrarmos quais são as suas metas de ampliação de vagas sem proporcional ampliação de investimentos e contratação de professores.
Outra questão também importante é que nos últimos dias a administração superior realizou o Seminário de Segurança, o qual apresentou um novo projeto que pretende “isolar” a UFMT, proibindo a circulação de ônibus e exigindo identificação de todos que entrarem no Campus. Indício claro de que a noção de espaço público está distorcida para os nossos representantes, bem como a de representação, visto que o que fazem não é representar a vontade da maioria, e sim atender interesses particulares ou de pequenos grupos. Em reação a esses ataques, os estudantes estão se organizando para combater as medidas políticas aprovadas pela administração superior, sem discussão com a comunidade acadêmica.
O Movimento Estudantil tentou dialogar e protocolou diversos ofícios pedindo que estes problemas fossem efetivamente resolvidos. Diante de tantas negativas, nós, estudantes, resolvemos organizar uma mobilização para que nossas reivindicações sejam, de fato, atendidas.
Muito já se discutiu a esse respeito em reuniões, assembléias e nos CEB’s (Conselho de Entidade de Base), realizados pelo DCE. Outros cursos, que apresentam os mesmos problemas, também sinalizam paralisação ou outros tipos de manifestações em repúdio ao sucateamento da universidade.

Por isso, convocamos todos os estudantes a participarem da GREVE ESTUDANTIL que terá início no dia 12 de abril no ICHS (Instituto de Ciências Humanas e Sociais).


Por uma política de Assistência Estudantil de qualidade!
Ampliação do Restaurante Universitário, da CEU e das bolsas já!
Por mais bolsas de pesquisa e extensão!
Abertura imediata de concursos públicos para técnicos e professores efetivos!
Pelo funcionamento em todos os períodos da biblioteca setorial!
Pela revogação da resolução 197/2009!
Pela discussão ampliada do projeto de segurança da UFMT. Nada deverá sem implantado antes da aprovação da sociedade!

DCE E CA’S