20 de jul. de 2010

[MAB] Lançamento do Vídeo Sobre Belo Monte


Companheiros e companheiras do MAB.

Historicamente temos resistido contra a construção de barragens e lutado pelos direitos dos atingidos. Com a ameaça de Belo Monte, mais uma vez se faz necessário reafirmar que a água e a energia não são mercadorias e que a vida do povo e do meio ambiente deve ser respeitada.

Neste sentido, produzimos o vídeo: “Xingu, o sangue da nossa sobrevivência”, que retrata a luta e a resistência dos povos do Xingu contra Belo Monte. O vídeo foi editado pelo cineasta italiano Andrea Rossi, diretor do filme “O Chamado do Madeira”.

Faremos o lançamento durante o Curso de Energia, no Rio de Janeiro, no dia 22 de julho e estaremos enviando as cópias para os estados em breve para uma grande mobilização nacional contra a construção da barragem.

O vídeo pode ser acessado pelos links abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=jgEcU5N_VSk  I Parte
http://www.youtube.com/watch?v=3ENk1q5g6gg II Parte
http://www.youtube.com/watch?v=Eog_SjVHql4  III Parte
http://www.youtube.com/watch?v=LPmVic8yxiQ  IV Parte final

Em defesa da Amazônia, não à Belo Monte!

Movimento dos Atingidos por Barragens

[CSO] Bolsa IPEA

Segue os detalhes pra uma bolsa URGENTE!
valeu abraço. boas férias!
Joel
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O processo da chamada publica está no site do IPEA e envio o caminho para que os interessados possam se inscrever na pesquisa. Favor atentar para os prazos, cuja inscrição inspira dia 28 de julho. O caminho para as inscrições: www.ipea.gov.br trabalhe no IPEA trabalhando como bolsista chamadas públicas processos seletivos abertos chamada publica n° 058/2010 preencher os campos exigidos.

Qualquer dúvida podemos orientar por email no horário de 9 h às 12 h e no horário de 14h às 18 h.

Importante que os inscritos estejam de acordo com o perfil exigido pela chamada pública.

Atenciosamente
Professora Christiane Girard

[Textos] Israel e suas ligações com o regime do apartheid

Bom dia a todos,
Achei a entrevista muito relevante ....

Ygor Ricardo Saraiva de Aragão

Todos sabem há décadas que Israel tem arma nuclear, diz historiador

Toda nova informação sobre o suposto programa nuclear de Israel desperta enorme interesse, dada a ambiguidade que envolve o tema. Não foi diferente com a notícia divulgada nesta semana, de que em 1975 o ministro da Defesa israelense, Shimon Peres (hoje presidente), teria oferecido armas nucleares ao regime do apartheid sul-africano.
A revelação está num livro que consumiu seis anos de pesquisa do historiador americano Sasha Polakow-Suransky, e é considerada uma rara prova do arsenal atômico de Israel --que o país não nega nem admite ter.
Leia abaixo a íntegra da entrevista:
FOLHA - Em que medida os documentos revelados em seu livro comprovam a oferta israelense? Peres negou tudo.
SASHA POLAKOW-SURANSKY - Peres está sendo evasivo. Ele está certo quando diz que sua assinatura não aparece nas minutas das reuniões, mas ela aparece no documento que garante sigilo para esta e outras negociações sobre defesa, quatro dias depois da primeira discussão sobre os mísseis Jericó. Além disso, Peres não negou, pelo que eu saiba, sua presença nessas discussões ou afirmou que os documentos sul-africanos são falsos. Os jornalistas deveriam perguntar a ele se assinou o documento de 3 de abril; se estava presente na reunião ocorrida na Suíça no dia 4 de junho; e se irá revelar documentos oficiais israelenses dessas reuniões para comprovar sua negativa. Até que ele diga sim a esta última questão, podemos assumir que ele esconde algo.
Os documentos mostram acima de qualquer dúvida que o tema dos mísseis Jericó foi discutido em uma série de encontros em 1975, primeiro em 31 de março, depois em 4 de junho. As frases usadas para descrever as ogivas são vagas, o que é comum nesse tipo de negociação.
A confirmação de que o governo sul-africano viu a discussão como uma oferta nuclear explícita está num memorando do chefe do Estado-Maior, R. F. Armstrong, escrita no mesmo dia 31 de março, que detalha as vantagens do sistema de mísseis Jericó para a África do Sul, mas só se os mísseis tivessem ogivas nucleares. É a primeira vez que aparece um documento com a discussão sobre mísseis nucleares em termos concretos.
O memorando Armstrong foi tornado público seis anos atrás e citado num artigo acadêmico escrito por Peter Liberman. Até eu revelar os registros dos encontros de 31 de março e 4 de junho, era difícil contextualizar o memorando. Com os três documentos e o pacto de sigilo do dia 3 de abril assinado por Pere s, o quadro fica mais claro. Quando você olha esses documentos juntos, fica muito claro que a possibilidade de a África do Sul comprar mísseis nucleares foi discutida no dia 31 de março e de novo no dia 4 de junho de 1975, quando Peres se encontrou com Pieter Botha [então ministro da Defesa] na Suíça e que essas discussões foram colocadas sob pesado sigilo no dia 3 de abril de 1975. O acordo nunca foi fechado, mas a discussão ocorreu, e o alto escalão sul-africano entendeu a proposta israelense como oferta nuclear.
Qual era o objetivo de Israel?
Principalmente financeiro. Peres também estava buscando financiamentos conjuntos e precisava oferecer algo em troca à África do Sul. No encontro de 4 de junho, Peres sugeriu a Pieter Botha [então ministro da Defesa] que a África do Sul financiasse entre 10% e 5% de um projeto de um jato leve e 33% de um sistema balístico de cognome "Assaltante". Israel tinha o know-how, a África do Sul tinha dinheiro. Além disso, os israelenses queriam fazer pesquisas conjuntas e desenvolver produtos com os sul-africanos pagando parte da conta.
Há outras revelações sobre a relação entre Israel e o regime do apartheid em seu livro?
Muitas. As principais são a continuação do projeto do mísseis Jericó na África do Sul nos anos 80, quando especialistas israelenses ajudaram a construir projéteis de segunda geração para carregar ogivas nucleares; e a venda de "yellow cake" [concentrado de urânio para produção do combustível nuclear] da África do Sul para Israel em 1961, sob um acordo bilateral de salvaguardas para uso pacífico. Em 1976, quando um estoque de 500 toneladas havia sido acumulado em Israel, a inteligência israelense pediu ao governo sul-africano que as salvaguardas fossem suspensas.
O ministro sul-africano de Minas, Fanie Botha, viajou a Israel em julho de 1976, onde se encontrou com Peres, [Yitzhak] Rabin, além de generais e cientistas nucleares. Em entrevista a mim, Fanie Botha admitiu que durante a viagem ele suspendeu as salvaguardas, liberan do Israel para usar o "yellow cake" para fins militares. Em troca, Israel forneceu à África do Sul tritium, uma substância que aumenta o rendimento de armas termonucleares e Israel enviou dinheiro para Fanie Botha por meio de um intermediário [Jan Blaauw, um general reformado da Força Aérea] para mantê-lo financeiramente vivo e para que ele não perdesse sua pasta no gabinete até o acordo ser concluído. As salvaguardas foram suspensas e o tritium foi enviado à África do Sul.
A visita de Fanie Botha a Israel é confirmada em um documento do Ministério da Defesa israelense que eu tenho. O resto da história foi confirmado nos autos do processo do Estado contra Jan Blaauw, um julgamento secreto da Suprema Corte sul-africana de 1988. É uma longa história que está detalhada no capítulo 7 do meu livro. Basicamente, Fanie Botha prometeu a Blaauw concessões de exploração de minas de diamantes em troca de seu trabalho para o Estado; quando Blaauw não recebeu seus diamantes, ameaçou ir a público com todos os detalhes nucleares e Fanie Botha ('o Estado') o processou por extorsão.
Israel manteve negociações nucleares com outros países, como o Irã?
Israel manteve relações com vários outros regimes repulsivos, mas não tenho conhecimento de negociações sobre assuntos sensíveis como esse com outros países fora a África do Sul. Havia relações próximas entre Israel e o Irã até a Revolução Islâmica de 1979, que incluiu cooperação em tecnologia de mísseis.
Os documentos revelados em seu livro são a evidência mais clara até hoje do arsenal nuclear israelense?
Não. As fotos de Mordechai Vanunu [técnico nuclear israelense condenado por traição] em 1986 são muito mais definitivas. O significado desses documentos não é provar que Israel tem armas nucleares. Isso o mundo inteiro sabe há décadas. A notícia aqui é que a possível transferência de tecnologia nuclear foi discutida no altos escalões.
Qual era o estágio do programa nuclear israelense em 1975?
A maioria dos especialistas concorda com que Israel alcançou capacidade operacional de ogiva nuclear em 1975, ou seja, armas miniaturizadas. O país pode ter concluído a produção dessas armas na época da Guerra do Yom Kippur [1973] mas provavelmente elas não eram ainda operacionais.
Como evoluiu o programa nuclear sul-africano após a suposta oferta israelense? Por que a oferta foi recusada?
A África do Sul tinha sua própria tecnologia de enriquecimento de urânio. Pretória desenvolveu um método autóctone de enriquecimento em 1970, cortesia do eminente cientista sul-africano Wally Grant, que começou sua pesquisa secreta em um galpão no centro de Pretória e que mais tarde foi transferida para a central da Comissão de Energia Atômica.
O premiê Vorster anunciou isso em 1970 e a África do Sul começou a construir um reator de enriquecimento. Os sul-africanos só tomaram uma decisão formal de produzir armas nucleares até 1974. Quando a decisão foi tomada, comprar de outros países não só era caro, mas representava um custo adicional ao investimento que haviam feito no desenvolvimento de sua própria capacidade nuclear.