8 de jul. de 2009

[CSO] Votação para Coordenação do Curso 4

Sabrina, povo do CA e demais colegas estudantes,

Comento, abaixo, livremente alguns pontos debatidos na reunião do Colegiado do Curso de Ciências Sociais, que ocorreu hoje, e acrescento algumas reflexões enquanto estudante deste curso.

Esse debate, do voto universal, da participação estudantil, da mobilização, deve ser permanente. E estamos, nós todos, sempre no esboço, tropeçando nas nossas limitações.Mas hoje na reunião do colegiado e na ultima reunião do CA, acho que avançamos um pouco, ao menos na retórica né!

Agora é ver se a discussão contará de fato com a movimentação das pessoas ou acabará como sempre nas limitações de 4 ou 5 pessoas conscientes e comprometidas em chamar a atenção para este tipo de debate e posicionamento.

Como todos sabem, hoje teve reunião do Colegiado, e o Prof. Julian Borba é o novo Coordenador, assim como o Prof. Carlos Sell, o Sub-Coordenador.

O documento que iríamos apresentar ao Colegiado do Curso contendo a justificação do posicionamento (a abstenção) dos representantes discentes ao pleito à coordenação de curso, e pretendendo-se como um CHAMADO PÚBLICO AOS PARES DISCENTES E DOCENTES PARA PARTICIPAÇÃO DIRETA E COLETIVA, não ficou pronto ainda, apenas esboçamos algumas teses argumentativas.

Quanto ao documento, temos que fazê-lo e torná-lo público, e apresentá-lo à próxima reunião de colegiado.

Nós, representantes presentes à reunião, Mineiro, Camila e eu argumentamos da dificuldade permanente de mobilização dos estudantes, seja por parte dos representantes discentes (já é uma dificuldades realizar o debate da importância desta função, bem como conseguir alguém para este tipo de função), por parte do Centro Acadêmico e por parte da coordenação e dos professores em geral.

E nisto, este processo, a eleição para coordenador de curso, como parte constitutiva da construção de um curso, ou da comunidade interessada na construção deste curso, falhou, e não podemos apenas votar passando a margem de problematizar isto como boa parte professores fazem, seja por quais motivos forem.

Enquanto representantes, não entramos no mérito da chapa, nem da coordenação, precisariamos debater isto mais e com mais pares. Como colocamos em reunião, esperamos NO MÍNIMO dessa nova gestão uma continuidade ao esforçado trabalho da Marisol. Não buscamos o ataque. Nos posicionamos criticamente ao processo como um todo, e estamos, enquanto CRITICA, propondo uma reflexão positiva tentando impulsionar no âmbito do curso uma maior motivação dos professores à participação estudantil (e que isso gere um processo de mútuo de incentivo crítico)

E no âmbito do debate interno, nosso, estudantil, sobre representação, a necessidade de articular um fórum de discussão dos representantes, do pessoal que está na representação do PPCC, na avaliação do curso, do pessoal que está na representação para a Bolsa Permanência etc*. e que esse processo eleitoral para coordenação de curso, onde os professores são "rifados" pelos departamentos para uma árdua função, onde o cargo acaba sendo visto pela maioria como um peso a mais, como um ÔNUS momentâneo ao desenvolvimento de sua carreira, se olharmos a grosso modo. Sabemos disso tudo, e não é de hoje, mas não podemos aceitar pacificamente em hipótese alguma.

Temos convicção que deveria ser o inverso, e que devemos caminhar para isto... A Gestão do CURSO, e seu processo eleitoral, são oportunidades ao professores e aos estudantes de avançar na construção de um projeto coletivo, envolvente, com a máxima e permanente participação estudantil em todos os espaços, visando uma construção com a totalidade de sujeitos desse processo, estudantes, comunidade acadêmica e comunidade extra-acadêmica, o povo, gurizada!!!

Hoje, fizemos a critica e auto-critica, buscando apontar para a próxima gestão de COORDENAÇÃO e/ou de CA que devemos avançar em direção ao horizonte sinalizado (Ah! JULIAN assumiu esse compromisso de tentar, vamos ver!).

Agora é acompanhar e cobrar quando não estiver avançando e propor, bem como construir, um projeto estudantil ao curso, onde sim, atráves da manifestação e movimentação cotidiana (que vai para além das paredes da sala de aula, deve estar no âmbito extra-sala, o que significa a participação nos espaços de organização e mobilização da vida estudantil e universitária!) nós estudantes tenhamos uma postura coletiva e construtiva, afinal, sofremos a fo(r)ma(ta)ção curricular, a implementação de políticas públicas nocivas a qualidade do ensino (como REUNI, ENADE etc.), enfim, a precarização da relação universitária na totalidade.

Quanto ao CA e ao movimento estudantil de área, pecamos muito, seja nesta ou nas anteriores gestões, e precisamos avançar muito, precisamos estudar e buscar formas de sairmos da aparente naturalização apática que estamos agora, se nos olharmos como um todo!

É IMPRESCINDÍVEL resgatar históricos de luta, como a reforma de Córdoba no início do século XX e/ou as ações da UNE na década de 1960 que lutava pela CO-GESTÃO UNIVERSITÁRIA (antes dos ATOS DE TERROR do golpe de 1964, e da REFORMA UNIVERSITÁRIA MEC-USAID do final desta década de 1960 - imposta pela sociometabolismo da lógica capitalista de produção e reprodução existência social. Une desta época, atráves da ação estudantil em projetos de extensão popular e atos políticos aproximava a população, ontem e hoje, quase sempre restringida do acesso ao mundo acadêmico e suas produções)... Ou momentos como os atuais, como a luta pela Bolsa Permanência, exemplo para o Brasil todo, e/ou na luta pelo VOTO UNIVERSAL para direção do CFH, ou como exemplarmente colocado, pelos colegas, o caso do CURSO e DEPARTAMENTO de SERVIÇO SOCIAL que tem sim voto universal, e sem dúvida a discussão e a participação estudantil lá são bem forte no envolvimento de professores e demais membros da vida acadêmica no processo de escolha de um projeto de ação para o curso...

A Coordenação pode parecer um cargo extremamente administrativo e acadêmico, mas isto não exclui em nenhum momento seu teor político, em sentido amplo. Seu teor social e público. Todos esse debate não pode ficar restrito a poucos professores (que se sintam realizando um sacrifício que ninguém mais almeja... e sentindo-se "a batata-quente da vez") e poucos estudantes (que acabam conhecendo os meandros da vida Universitária, o que há por trás da fachada desta estrutura carcomida).

É preciso pautar este debate todos os momentos de nossa formação. Omiti-lo é sintomático.
Isto me faz refletir sobre duas possíveis teses presentes na vida universitária:
A) somos nós estudantes, apenas massa de manobra, incapazes de reflexões criticas sobre nossa própria vida acadêmica e devemos delegar isto aos "doutos", como exemplarmente manifestada pelo professor Héctor do departamento de sociologia e ciência política durante o processo eleitoral do CFH no último ano, mas assumida explicita e implicitamente por muitos professores e colegas acadêmicos.
b) Ou seu inverso, onde me coloque e luto, que compreende que somos sujeitos capazes de pensar nossa ação coletiva e comunitariamente, somos capazes de compreender que nossa formação enquanto cientistas sociais vai para além de uma formação teórica individual e restrita a aula. Que a própria ação politica, aqui em sentido amplo, compreende nossa formação numa totalidade de relações. E que a "universidade", nosso curso, nossa formação dizem respeito ao mundo ALI FORA... não somente a uma parcela restrita, a elite, ainda.

Devemos e temos que optar e disputar o currículo - que algo vivo e se faz cotidianamente nesta relação de poder, não podemos tomá-lo como um negócio estático ali no Plano Político Pedagógico-; temos que disputar essa relação PÓS-GRADO/GRADUAÇÃO vigente hoje, onde a primeira é valorizada porque é de onde vem o financiamento e "dá bônus" no status quo; temos que disputar a contratação de professores; e os projetos de extensão; e as linhas de pesquisa; e a intervenção social mais profunda e comprometida com a transformação de uma realidade tão perversa... É, tudo isto e mais, parte do nosso papel enquanto estudantes, enquanto cidadãos, enquanto universitários etc.

TEXTO LONGO, mas tá ai...
E essa frase seguinte, tão comum no ME de luta, e não custa citar mais uma vez, é simples e sintetiza bem: “Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo”, do sociólogo Florestan Fernandes. Cito não como um dogma, mas como uma reflexão e uma prática que precisamos nos antenar, ou passaremos a margem da história...

e podem mandar amém (como alguns colegas gostam tanto...) e o que for...
mas não podemos fingir que tudo vai bem,
Vamos nos mexer!

Logo mais mandamos o TEXTO e o RELATO DA REUNIÃO!
E ah! sabrina... Apoio tua colocação! PRECISAMOS DE UM CA DE LUTA! e isto se faz no dia a dia, independente se todo mundo podo ir-e-vir e participar diretamente de atividade a ou b, precisamos de gente atuando e levando ao estudantes os debates. Se fica o CA esperando... ninguém sai do lugar.
Até.
Bom final de semestre para todo!

(*) PODERÍAMOS NOS ENCONTRAR E DEBATER PERIODICAMENTE, ORGANIZAR ESPAÇOS COM OS DEMAIS ESTUDANTES, DEBATER AS POLÍTICAS DE CADA DEPARTAMENTO, AFINAR MAIS NOSSA PARTICIPAÇÃO, MOBILIZAR MAIS OS ESTUDANTES PARA QUE MAIS PARTICIPEM... E MAIS... AGITAR O MOVIMENTO ESTUDANTIL DE CS QUE ANDA BEM PARADO EM DIVERSOS ASPECTOS.

Vagner Boni
Estudante de Ciências Sociais - UFSC
Representante Discente - Colegiado do Curso de Ciências Sociais
Oposição ao CALCS!

[CSO] Votação para Coordenação do Curso 3

Proponho que o CALCS não só questione o desinteresse de tal chapa na participação estudantil como também tensione pontos como: nova forma de participação estudantil no processo eleitoral. A partir disso proponho um debate sobre voto universal para a coordenação do curso!
Se não estou enganada, o período de vigência do coordenação de curso corresponde a 2 anos, por tanto é possível pensar em participação direta de todos os estudantes nesse processo, e não em voto paritário ou por representantes (esse sendo o atual).
Acho importantíssimo começarmos a debater sobre isso no CA, lista, e todas as demais ferramentas de comunicação do curso!

To meio sem tempo para desenvolver maiores argumentações agora, mas deixo aqui minha contribuição para reunião de hj!

Abraços,
Sabrina.