Sabrina, povo do CA e demais colegas estudantes,
Comento, abaixo, livremente alguns pontos debatidos na reunião do Colegiado do Curso de Ciências Sociais, que ocorreu hoje, e acrescento algumas reflexões enquanto estudante deste curso.
Esse debate, do voto universal, da participação estudantil, da mobilização, deve ser permanente. E estamos, nós todos, sempre no esboço, tropeçando nas nossas limitações.Mas hoje na reunião do colegiado e na ultima reunião do CA, acho que avançamos um pouco, ao menos na retórica né!
Agora é ver se a discussão contará de fato com a movimentação das pessoas ou acabará como sempre nas limitações de 4 ou 5 pessoas conscientes e comprometidas em chamar a atenção para este tipo de debate e posicionamento.
Como todos sabem, hoje teve reunião do Colegiado, e o Prof. Julian Borba é o novo Coordenador, assim como o Prof. Carlos Sell, o Sub-Coordenador.
O documento que iríamos apresentar ao Colegiado do Curso contendo a justificação do posicionamento (a abstenção) dos representantes discentes ao pleito à coordenação de curso, e pretendendo-se como um CHAMADO PÚBLICO AOS PARES DISCENTES E DOCENTES PARA PARTICIPAÇÃO DIRETA E COLETIVA, não ficou pronto ainda, apenas esboçamos algumas teses argumentativas.
Quanto ao documento, temos que fazê-lo e torná-lo público, e apresentá-lo à próxima reunião de colegiado.
Nós, representantes presentes à reunião, Mineiro, Camila e eu argumentamos da dificuldade permanente de mobilização dos estudantes, seja por parte dos representantes discentes (já é uma dificuldades realizar o debate da importância desta função, bem como conseguir alguém para este tipo de função), por parte do Centro Acadêmico e por parte da coordenação e dos professores em geral.
E nisto, este processo, a eleição para coordenador de curso, como parte constitutiva da construção de um curso, ou da comunidade interessada na construção deste curso, falhou, e não podemos apenas votar passando a margem de problematizar isto como boa parte professores fazem, seja por quais motivos forem.
Enquanto representantes, não entramos no mérito da chapa, nem da coordenação, precisariamos debater isto mais e com mais pares. Como colocamos em reunião, esperamos NO MÍNIMO dessa nova gestão uma continuidade ao esforçado trabalho da Marisol. Não buscamos o ataque. Nos posicionamos criticamente ao processo como um todo, e estamos, enquanto CRITICA, propondo uma reflexão positiva tentando impulsionar no âmbito do curso uma maior motivação dos professores à participação estudantil (e que isso gere um processo de mútuo de incentivo crítico)
E no âmbito do debate interno, nosso, estudantil, sobre representação, a necessidade de articular um fórum de discussão dos representantes, do pessoal que está na representação do PPCC, na avaliação do curso, do pessoal que está na representação para a Bolsa Permanência etc*. e que esse processo eleitoral para coordenação de curso, onde os professores são "rifados" pelos departamentos para uma árdua função, onde o cargo acaba sendo visto pela maioria como um peso a mais, como um ÔNUS momentâneo ao desenvolvimento de sua carreira, se olharmos a grosso modo. Sabemos disso tudo, e não é de hoje, mas não podemos aceitar pacificamente em hipótese alguma.
Temos convicção que deveria ser o inverso, e que devemos caminhar para isto... A Gestão do CURSO, e seu processo eleitoral, são oportunidades ao professores e aos estudantes de avançar na construção de um projeto coletivo, envolvente, com a máxima e permanente participação estudantil em todos os espaços, visando uma construção com a totalidade de sujeitos desse processo, estudantes, comunidade acadêmica e comunidade extra-acadêmica, o povo, gurizada!!!
Hoje, fizemos a critica e auto-critica, buscando apontar para a próxima gestão de COORDENAÇÃO e/ou de CA que devemos avançar em direção ao horizonte sinalizado (Ah! JULIAN assumiu esse compromisso de tentar, vamos ver!).
Agora é acompanhar e cobrar quando não estiver avançando e propor, bem como construir, um projeto estudantil ao curso, onde sim, atráves da manifestação e movimentação cotidiana (que vai para além das paredes da sala de aula, deve estar no âmbito extra-sala, o que significa a participação nos espaços de organização e mobilização da vida estudantil e universitária!) nós estudantes tenhamos uma postura coletiva e construtiva, afinal, sofremos a fo(r)ma(ta)ção curricular, a implementação de políticas públicas nocivas a qualidade do ensino (como REUNI, ENADE etc.), enfim, a precarização da relação universitária na totalidade.
Quanto ao CA e ao movimento estudantil de área, pecamos muito, seja nesta ou nas anteriores gestões, e precisamos avançar muito, precisamos estudar e buscar formas de sairmos da aparente naturalização apática que estamos agora, se nos olharmos como um todo!
É IMPRESCINDÍVEL resgatar históricos de luta, como a reforma de Córdoba no início do século XX e/ou as ações da UNE na década de 1960 que lutava pela CO-GESTÃO UNIVERSITÁRIA (antes dos ATOS DE TERROR do golpe de 1964, e da REFORMA UNIVERSITÁRIA MEC-USAID do final desta década de 1960 - imposta pela sociometabolismo da lógica capitalista de produção e reprodução existência social. Une desta época, atráves da ação estudantil em projetos de extensão popular e atos políticos aproximava a população, ontem e hoje, quase sempre restringida do acesso ao mundo acadêmico e suas produções)... Ou momentos como os atuais, como a luta pela Bolsa Permanência, exemplo para o Brasil todo, e/ou na luta pelo VOTO UNIVERSAL para direção do CFH, ou como exemplarmente colocado, pelos colegas, o caso do CURSO e DEPARTAMENTO de SERVIÇO SOCIAL que tem sim voto universal, e sem dúvida a discussão e a participação estudantil lá são bem forte no envolvimento de professores e demais membros da vida acadêmica no processo de escolha de um projeto de ação para o curso...
A Coordenação pode parecer um cargo extremamente administrativo e acadêmico, mas isto não exclui em nenhum momento seu teor político, em sentido amplo. Seu teor social e público. Todos esse debate não pode ficar restrito a poucos professores (que se sintam realizando um sacrifício que ninguém mais almeja... e sentindo-se "a batata-quente da vez") e poucos estudantes (que acabam conhecendo os meandros da vida Universitária, o que há por trás da fachada desta estrutura carcomida).
É preciso pautar este debate todos os momentos de nossa formação. Omiti-lo é sintomático.
Isto me faz refletir sobre duas possíveis teses presentes na vida universitária:
A) somos nós estudantes, apenas massa de manobra, incapazes de reflexões criticas sobre nossa própria vida acadêmica e devemos delegar isto aos "doutos", como exemplarmente manifestada pelo professor Héctor do departamento de sociologia e ciência política durante o processo eleitoral do CFH no último ano, mas assumida explicita e implicitamente por muitos professores e colegas acadêmicos.
b) Ou seu inverso, onde me coloque e luto, que compreende que somos sujeitos capazes de pensar nossa ação coletiva e comunitariamente, somos capazes de compreender que nossa formação enquanto cientistas sociais vai para além de uma formação teórica individual e restrita a aula. Que a própria ação politica, aqui em sentido amplo, compreende nossa formação numa totalidade de relações. E que a "universidade", nosso curso, nossa formação dizem respeito ao mundo ALI FORA... não somente a uma parcela restrita, a elite, ainda.
Devemos e temos que optar e disputar o currículo - que algo vivo e se faz cotidianamente nesta relação de poder, não podemos tomá-lo como um negócio estático ali no Plano Político Pedagógico-; temos que disputar essa relação PÓS-GRADO/GRADUAÇÃO vigente hoje, onde a primeira é valorizada porque é de onde vem o financiamento e "dá bônus" no status quo; temos que disputar a contratação de professores; e os projetos de extensão; e as linhas de pesquisa; e a intervenção social mais profunda e comprometida com a transformação de uma realidade tão perversa... É, tudo isto e mais, parte do nosso papel enquanto estudantes, enquanto cidadãos, enquanto universitários etc.
TEXTO LONGO, mas tá ai...
E essa frase seguinte, tão comum no ME de luta, e não custa citar mais uma vez, é simples e sintetiza bem: “Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo”, do sociólogo Florestan Fernandes. Cito não como um dogma, mas como uma reflexão e uma prática que precisamos nos antenar, ou passaremos a margem da história...
e podem mandar amém (como alguns colegas gostam tanto...) e o que for...
mas não podemos fingir que tudo vai bem,
Vamos nos mexer!
Logo mais mandamos o TEXTO e o RELATO DA REUNIÃO!
E ah! sabrina... Apoio tua colocação! PRECISAMOS DE UM CA DE LUTA! e isto se faz no dia a dia, independente se todo mundo podo ir-e-vir e participar diretamente de atividade a ou b, precisamos de gente atuando e levando ao estudantes os debates. Se fica o CA esperando... ninguém sai do lugar.
Até.
Bom final de semestre para todo!
(*) PODERÍAMOS NOS ENCONTRAR E DEBATER PERIODICAMENTE, ORGANIZAR ESPAÇOS COM OS DEMAIS ESTUDANTES, DEBATER AS POLÍTICAS DE CADA DEPARTAMENTO, AFINAR MAIS NOSSA PARTICIPAÇÃO, MOBILIZAR MAIS OS ESTUDANTES PARA QUE MAIS PARTICIPEM... E MAIS... AGITAR O MOVIMENTO ESTUDANTIL DE CS QUE ANDA BEM PARADO EM DIVERSOS ASPECTOS.
Vagner Boni
Estudante de Ciências Sociais - UFSC
Representante Discente - Colegiado do Curso de Ciências Sociais
Oposição ao CALCS!
8 de jul. de 2009
[CSO] Votação para Coordenação do Curso 3
Proponho que o CALCS não só questione o desinteresse de tal chapa na participação estudantil como também tensione pontos como: nova forma de participação estudantil no processo eleitoral. A partir disso proponho um debate sobre voto universal para a coordenação do curso!
Se não estou enganada, o período de vigência do coordenação de curso corresponde a 2 anos, por tanto é possível pensar em participação direta de todos os estudantes nesse processo, e não em voto paritário ou por representantes (esse sendo o atual).
Acho importantíssimo começarmos a debater sobre isso no CA, lista, e todas as demais ferramentas de comunicação do curso!
To meio sem tempo para desenvolver maiores argumentações agora, mas deixo aqui minha contribuição para reunião de hj!
Abraços,
Sabrina.
Se não estou enganada, o período de vigência do coordenação de curso corresponde a 2 anos, por tanto é possível pensar em participação direta de todos os estudantes nesse processo, e não em voto paritário ou por representantes (esse sendo o atual).
Acho importantíssimo começarmos a debater sobre isso no CA, lista, e todas as demais ferramentas de comunicação do curso!
To meio sem tempo para desenvolver maiores argumentações agora, mas deixo aqui minha contribuição para reunião de hj!
Abraços,
Sabrina.
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