30 de set. de 2010
[Textos] Comandante Jorge Briceño, um revolucionário assassinado
COMANDANTE JORGE BRICEÑO,
UM REVOLUCIONÁRIO ASSASSINADO
Por Miguel Urbano Rodrigues
A morte do comandante Jorge Briceño, das FARC, foi apresentada pelo sistema mediático controlado pelo imperialismo como «grande vitória da democracia sobre o terrorismo» e festejada pelo presidente dos EUA e pela maioria dos governantes da União Europeia.
A mentira e a calúnia podem manipular a informação e enganar centenas de milhões de pessoas, mas não fazem História.
O comandante Jorge Briceño, nome de guerra de Victor Suarez, conhecido na Colômbia como Mono Jojoy – «homem branco», no dialecto das tribos amazónicas da Região – foi um estratego militar de prestígio continental e um revolucionário exemplar que dedicou a vida ao combate pela libertação do seu povo, oprimido pela oligarquia mais corrupta e sanguinária da América Latina.
A sua morte culminou numa operação de custo milionário em que participaram a Força Aérea, a Polícia, os serviços de inteligência, o Exército e a Marinha da Colômbia com a colaboração de Israel, da CIA e do Pentágono.
O crime começou a ser preparado cientificamente há quatro anos quando, numa bota de Mono Jojoy foi colocado um chip que permitia via satélite GPS acompanhar a sua movimentação nas densas florestas dos Departamento do Meta e do Caquetá, praticamente controladas pelo Bloco Oriental das Forças Armadas Revolucionárias – FARC, por ele comandado.
O cerco dos acampamentos do comandante Briceño, nas Serranias de La Macarena, principiou no dia 21 de Setembro. Segundo fontes oficiais, o bombardeamento das instalações, que abrangiam numerosas e profundas cavernas naturais nas escarpas da montanha, foi devastador. 20 Aviões e 37 helicópteros lançaram, no dia 22, sobre uma área reduzida, 100 bombas num total de 50 toneladas.
No ataque foram utilizadas armas e tecnologia que os EUA somente fornecem a Israel e à Colômbia.
A intervenção posterior de forças terrestres da VII Brigada do Exército encontrou, segundo o governo de Juan Manuel Santos, forte resistência das FARC. Nos combates que ainda prosseguem na Região, o Exército reconheceu ter sofrido numerosas baixas, entre feridos e mortos.
A TRAIÇÃO
Tal como ocorreu com a operação encenada cujo desfecho foi a mal chamada «libertação» de Ingrid Bettencourt, a traição de alguns guerrilheiros está na origem do assassínio do Jorge Briceño. Sem ela, a localização do acampamento e do lugar exacto onde se encontrava o comandante na hora do ataque, não teriam sido viáveis. Aliás, somente o segundo bombardeamento, realizado com bombas «inteligentes» de grande precisão, atingiu o objectivo: matar Jorge Briceño
Mono Jojoy sofria de uma diabetes avançada. Por suportar mal as botas da guerrilha, usava umas ortopédicas, especiais. Segundo informações divulgadas pelo Governo e pelo Exército, o responsável pela Intendência das FARC incumbido de comprar esse calçado entrou em contacto com os serviços de inteligência que introduziram o minúsculo chip numa dessas botas.
Cabe esclarecer que o Governo de Uribe – o anterior presidente – tinha criado um prémio equivalente a dois milhões de euros para quem contribuísse para a «captura ou morte» do chefe guerrilheiro.
A fixação da data para a operação – intitulada pelo governo «Boas Vindas às FARC» e «Sodoma» pelas Forças Armadas – foi antecipada porque nas últimas semanas a organização guerrilheira, desmentindo a propaganda oficial que a apresentava como moribunda, retomara a iniciativa em múltiplas frentes, numa demonstração da sua vitalidade.
Em Agosto e Setembro, em ataques de surpresa e embocadas, nos Departamentos do Caquetá e do Meta, foram abatidos em combate 90 elementos do Exército e da Polícia.
Simultaneamente, o Secretariado do Estado Maior Central das FARC reafirmava a sua disponibilidade para negociar com o novo governo a paz desejada pelo povo colombiano e dirigia-se à UNASUL, solicitando uma reunião em que pudesse expor e defender o seu projecto de uma verdadeira paz social para o País.
O presidente títere José Manuel Santos, com o aval de Washington, tomou então a decisão de montar o ataque à Serra de La Macarena cujo desfecho foi o assassínio do comandante Jorge Briceño e de alguns dos seus camaradas.
OS PARABÉNS DE OBAMA
Jorge Briceño é qualificado pelos media de Bogotá e dos EUA de assassino, terrorista feroz e narcotraficante. A linguagem costumeira para designar os dirigentes das FARC.
Essas calúnias e insultos estão desacreditados na América Latina. As forças progressistas do Continente e milhões de trabalhadores identificavam em Briceño um revolucionário de fibra, sabem que ele foi desde a juventude um comunista coerente. Ao oferecer um prémio gigantesco pela sua cabeça, o governo de Uribe demonstrou o respeito que lhe inspirava a capacidade de Mono Jojoy como estratego. Nas cordilheiras e nas selvas colombianas ele, combatendo, adquirira um prestígio quase lendário, emergindo como um símbolo da invencibilidade das FARC. Muitas vezes lhe anunciaram a morte para depois a desmentirem.
O general Padilla, quando comandante-chefe do Exército, dirigiu-lhe um apelo para que se rendesse, oferecendo-lhe garantias se o atendesse. Briceño, em resposta irónica, disse-lhe que uma organização revolucionária que lutava há quase quatro décadas somente deporia as armas quando o povo da Colômbia fosse libertado.
Em 2001, quando as FARC, na cidade de La Macarena, não longe da Serra do mesmo nome – libertaram unilateralmente cerca de 300 soldados e polícias capturados em combate, tive a oportunidade de conhecer e saudar Mono Jojoy. A troca de palavras foi breve porque ele era assediado por embaixadores ocidentais da Comissão Facilitadora da Paz então existente que admiravam o seu talento de estratego. Recordo que nessa jornada o interrogaram sobre a proeza militar que fora a tomada da cidade de Mitú na fronteira da Venezuela numa ofensiva fulminante de Briceño que humilhou os generais colombianos. As FARC combatiam então em 60 Frentes. Vi um vídeo do acontecimento. O discurso que na época dirigiu à população, concentrada na praça principal da cidade, foi uma peça de oratória revolucionária divulgada inclusive por grandes jornais da América Latina.
Compreende-se o ódio da oligarquia colombiana ao estratego das FARC.
Para o matar tiveram de mobilizar milhares de homens e dezenas de aeronaves e de gastar milhões para comprar a consciência de traidores. Agora exibem-lhe o cadáver como troféu.
O presidente dos EUA, numa atitude abjecta, saudou o seu colega colombiano pelo crime. Abraçou-o na Assembleia-Geral da ONU, anunciou um aprofundamento da aliança com o regime fascista de Bogotá, e declarou, eufórico: «sublinho a liderança do presidente Santos e felicito-o porque ontem foi um grande dia para a Colômbia, em que as suas forças armadas realizaram um extraordinário trabalho (…) O presidente da Colômbia pode contar com todo o nosso apoio».
Essa a noção que o imperialismo tem da ética.
Mas Obama e Santos podem insultar o comandante Briceño, chamar-lhe bandido, assassino e terrorista que as suas calúnias não têm o poder de apagar a grandeza do guerrilheiro caído em combate.
Os nomes de Uribe, de Santos e dos generais que o assassinaram serão em breve esquecidos. Não o de Mono Jojoy, revolucionário e soldado da tempera de Bolívar, Sucre, Artigas. Com o tempo subirão da terra pelas Américas estatuas do heróico comandante das FARC. Será recordado com admiração e orgulho pelas futuras gerações,tal como o de Manuel Marulanda, fundador das FARC
V.N de Gaia, 26 de Setembro de 2010.
[Cinema] Cine Paredão: SALVADOR
O Cine Paredão está retomando suas atividades a partir desta sexta-feira. O projeto de extensão existe desde de 2008 e promove sessões quinzenais de filmes a céu aberto na parede externa atrás do CFH.
Cine Paredão
apresenta
Salvador
dia: 01/10
às 20h
Nas Colinas do Bosque
CFH
Em caso de chuva a sessão é transferida para o auditório do CFH.
Sinopse
diretor: Manuel Huerga, 2006 Inglaterra/Espanha
O longa, baseado no livro de Francesc Escribano, sobre Salvador Puig Antich, refaz a trajetória do jovem anarquista, que, depois do Maio de 68 na França, optou pela clandestinidade, virou motorista em assaltos a banco (para subsidiar as atividades do grupo MIL, Movimiento Ibérico de Liberación), terminou capturado numa emboscada da polícia, envolveu-se num tiroteio, acabou preso e condenado à pena capital pela morte de um guarda-civil.
Cine Paredão
apresenta
Salvador
dia: 01/10
às 20h
Nas Colinas do Bosque
CFH
Em caso de chuva a sessão é transferida para o auditório do CFH.
Sinopse
diretor: Manuel Huerga, 2006 Inglaterra/Espanha
O longa, baseado no livro de Francesc Escribano, sobre Salvador Puig Antich, refaz a trajetória do jovem anarquista, que, depois do Maio de 68 na França, optou pela clandestinidade, virou motorista em assaltos a banco (para subsidiar as atividades do grupo MIL, Movimiento Ibérico de Liberación), terminou capturado numa emboscada da polícia, envolveu-se num tiroteio, acabou preso e condenado à pena capital pela morte de um guarda-civil.
[CALCS] URGENTE! Tentativa de golpe de estado em Equador!
Chavez, presidente da Venezuela afirma que Rafael Correa corre risco de morte. Milhares de pessoas cercam o hospital em que se encontra o presidente Legítimo de Equador.
"Hace breves minutos, el Presidente Hugo Chávez Frías conversó con el Presidente Rafael Correa, quien se encuentra retenido en el hospital de la Policía Nacional en Quito.
El Presidente Correa le confirmó que se trata de un intento de Golpe de Estado, siendo evidente, por la insubordinación de un sector de la Policía Nacional a las autoridades y las leyes.
El Comandante Hugo Chávez le expresó su apoyo al Presidente Constitucional de nuestra hermana República del Ecuador, y condenó en nombre del Pueblo de Venezuela y de la Alianza Bolivariana de los Pueblos de Nuestra América, este zarpazo contra la Constitución y el Pueblo del Ecuador.
El Gobierno de la República Bolivariana de Venezuela expresa su confianza en que el Presidente Rafael Correa y el Pueblo del Ecuador derrotarán este intento de Golpe de Estado y junto a los pueblos de América Latina y el Caribe estaremos atentos, acompañándolos solidariamente en este momento histórico."
Fonte: http://www.rnv.gov.ve/ noticias/?act=ST&f=2&t=138419
"Caracas.- "El presidente Rafael Correa está en peligro de muerte en estos momentos (...) lo tienen secuestrado", así lo afirmó el presidente de la República de Venezuela, Hugo Chávez Frías, a través del canal TeleSUR, además ratificó que no podrán derrocar el mandato legítimo del presidente ecuatoriano.
Anunció que el presidente ecuatoriano fue irrespetado y que lo mantienen secuestrado en el Hospital de Quito. "Está situación va más allá de un problema laboral, detrás de los policías hay fuerzas exteriores que desean desconocer el mandato".
Afirmó que algunos cuerpos policiales tiene tomado el aeropuerto de Quito.
El jefe de Estado, informó que ha conversado como en cinco oportunidades con el presidente Rafael Correa. Dijo que se encuentra con una asistente y con tres miembros de seguridad.
Al líder de la Revolución bolivariana, le parece extraño que los altos mandos militares del país no hayan asumido alguna posición durante las protestas que se desarrollan en la ciudad capitalina.
Por otra parte, duda que la Organización de Estados Americanos pueda ejercer alguna acción inherente a las que se desarrolla en Ecuador.
En la noche de este jueves los presidentes de Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) se reunirán en Buenos Aires, Argentina.
Sólo los ecuatorianos y ecuatorianas podrán evitar el derrocamiento del presidente Correa, como ocurrió en Venezuela, así lo aseguró el presidente Chávez. "
Fonte: http://www.rnv.gov.ve/ noticias/?act=ST&f=2&t=138423
Acompanhe ao vivo: http://www.telesurtv.net/ solotexto/senal_vivo.php
"Hace breves minutos, el Presidente Hugo Chávez Frías conversó con el Presidente Rafael Correa, quien se encuentra retenido en el hospital de la Policía Nacional en Quito.
El Presidente Correa le confirmó que se trata de un intento de Golpe de Estado, siendo evidente, por la insubordinación de un sector de la Policía Nacional a las autoridades y las leyes.
El Comandante Hugo Chávez le expresó su apoyo al Presidente Constitucional de nuestra hermana República del Ecuador, y condenó en nombre del Pueblo de Venezuela y de la Alianza Bolivariana de los Pueblos de Nuestra América, este zarpazo contra la Constitución y el Pueblo del Ecuador.
El Gobierno de la República Bolivariana de Venezuela expresa su confianza en que el Presidente Rafael Correa y el Pueblo del Ecuador derrotarán este intento de Golpe de Estado y junto a los pueblos de América Latina y el Caribe estaremos atentos, acompañándolos solidariamente en este momento histórico."
Fonte: http://www.rnv.gov.ve/
"Caracas.- "El presidente Rafael Correa está en peligro de muerte en estos momentos (...) lo tienen secuestrado", así lo afirmó el presidente de la República de Venezuela, Hugo Chávez Frías, a través del canal TeleSUR, además ratificó que no podrán derrocar el mandato legítimo del presidente ecuatoriano.
Anunció que el presidente ecuatoriano fue irrespetado y que lo mantienen secuestrado en el Hospital de Quito. "Está situación va más allá de un problema laboral, detrás de los policías hay fuerzas exteriores que desean desconocer el mandato".
Afirmó que algunos cuerpos policiales tiene tomado el aeropuerto de Quito.
El jefe de Estado, informó que ha conversado como en cinco oportunidades con el presidente Rafael Correa. Dijo que se encuentra con una asistente y con tres miembros de seguridad.
Al líder de la Revolución bolivariana, le parece extraño que los altos mandos militares del país no hayan asumido alguna posición durante las protestas que se desarrollan en la ciudad capitalina.
Por otra parte, duda que la Organización de Estados Americanos pueda ejercer alguna acción inherente a las que se desarrolla en Ecuador.
En la noche de este jueves los presidentes de Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) se reunirán en Buenos Aires, Argentina.
Sólo los ecuatorianos y ecuatorianas podrán evitar el derrocamiento del presidente Correa, como ocurrió en Venezuela, así lo aseguró el presidente Chávez. "
Fonte: http://www.rnv.gov.ve/
Acompanhe ao vivo: http://www.telesurtv.net/
29 de set. de 2010
[Textos] Greve geral tem adesão de 70% na Espanha, dizem sindicatos
Segundo sindicatos, 70% dos trabalhadores pararam na Espanha Sindicatos da Espanha anunciaram que 70% dos trabalhadores do país aderiram nesta quarta-feira a uma greve geral que está afetando fábricas e serviços públicos.
O protesto é a resposta dos sindicatos ao pacote de reformas trabalhistas, aprovado pelo governo socialista do primeiro-ministro, José Luis Rodriguez Zapatero, no passado mês de junho.
A greve começou meia-noite e afeta principalmente o setor industrial. Nos polos da Catalunha e Galícia, onde funcionam a maioria de montadoras, a greve alcança quase os 100% de adesão, de acordo com as centrais sindicais Comissões Operárias e União Geral dos Trabalhadores.
Os sindicatos também estimam que a paralisação tenha afetado 70% dos serviços de transporte público e 80% dos voos nos aeroportos internacionais de Madri e Barcelona. Apenas 32% das escolas estariam funcionando normalmente.
'Normalidade' O pacote de Zapatero, anunciado para combater a crise econômica, prevê, entre outros pontos, a redução dos direitos dos trabalhadores em novos contratos, mudanças para permitir aos empregadores realizar demissões mais facilmente e a reforma da previdência, alterando a idade mínima de aposentadoria dos atuais 65 anos para 67 anos.
Os sindicalistas dizem que greve é "a mais necessária entre todas as convocadas até agora na história da Espanha" e tem o objetivo de obrigar o governo a voltar à mesa de negociações e eliminar o pacote.
Já o presidente da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais, Gerardo Díaz Ferrán, definiu a greve como "inútil e lesiva para o país".
O representante dos empresários afirmou que a paralisação não só não ajuda em nada a uma nação com 20,3% da população ativa desempregada, como "é um problema que pagaremos todos os espanhóis".
O governo preferiu não fazer muitos comentários nem dar cifras sobre a greve.
Na chegada ao Parlamento, na manhã desta quarta-feira, Zapatero disse apenas que "o governo trabalha para garantir o direito ao trabalho e o direito à greve".
Já o ministro do Trabalho, Celestino Corbacho, afirmou que a paralisação geral acontecia "com normalidade e sem incidentes relevantes", embora as centrais sindicais tenham denunciado ao menos 30 detenções de grevistas que tentavam bloquear ruas em Madri.
Além da Espanha, trabalhadores de outros países também protestam nesta quarta-feira contra medidas tomadas pelos governos para combater a crise econômica.
Foram registradas manifestações nas capitais da Bélgica, Portugal, Itália, Letônia, Lituânia, República Checa, Chipre, Sérvia, Romênia, Polônia, Irlanda e França.
[Textos] Rússia entrega ao Brasil documentos de Luiz Carlos Prestes
Gostaria apenas de divulgar a notícia abaixo, pelo seu valor e conteúdo histórico:
http://www.vermelho.org.br/ noticia.php?id_secao=1&id_ noticia=137826
Rússia entrega ao Brasil documentos de Luiz Carlos Prestes
Atendendo a um recente pedido feito por Maria do Carmo Ribeiro Prestes, viúva de Luiz Carlos Prestes, o governo da Rússia irá entregar ao Brasil diversos documentos e manuscritos do líder comunista que estavam em poder da KGB. A solenidade de entrega acontecerá em Brasília no mês outubro – em data ainda não confirmada.
Segundo a cientista política e membro do Comitê Central do PCdoB, Ana Maria Prestes Rabelo – neta de Prestes – o destino dos documentos ainda não está definido. Ela explica que a maioria dos membros da família deseja que os manuscritos sejam encaminhados ao Arquivo Público Nacional – para que fiquem à disposição de todos os cidadãos brasileiros.
“Recebemos a notícia com muita alegria e queremos compartilhar essa conquista com todos os brasileiros. Esses documentos são muito importantes porque nos ajudam a decifrar a própria história do país” diz.
Ana afirma que a família não conhece com exatidão o conteúdo dos registros, mas acredita que eles tenham sido produzidos entre os anos de 1931 e 1934.
Da redação
“Recebemos a notícia com muita alegria e queremos compartilhar essa conquista com todos os brasileiros. Esses documentos são muito importantes porque nos ajudam a decifrar a própria história do país” diz.
Ana afirma que a família não conhece com exatidão o conteúdo dos registros, mas acredita que eles tenham sido produzidos entre os anos de 1931 e 1934.
Da redação
Leia a íntegra da carta de Maria Prestes, em nome da família, ao governo russo
Prezado Senhor Serguey P. Akopov
Embaixador da Federação da Rússia no Brasil
Rio de Janeiro, 21 de setembro de 2010.
Receba os mais sinceros cumprimentos.
Foi com alegria que a família Prestes recebeu a notícia da decisão do Presidente Dimiter Medvedev em enviar para o Brasil cópia dos documentos manuscritos de Luiz Carlos Prestes, depositado nos arquivos da Federação Russa. Hoje já somos 10 filhos, 25 netos e 8 bisnetos!
Como é de Vosso conhecimento, a nossa família considera a Rússia a sua segunda Pátria. Pois, foi esta terra que – em momentos difíceis – protegeu todos os seus membros.
A vida de Luiz Carlos Prestes foi marcada por profunda admiração pelo povo russo, sua capacidade de realização de façanhas nos campos social, político, científico e cultural.
Estamos de acordo com o presidente Lula em encaminhar todos os documentos que serão entregues à família, no mês de outubro, em Brasília, para o Arquivo Público Nacional. São documentos importantes para a história do Brasil. Documentos que poderão revelar novos aspectos da vida e da luta de um dos maiores vultos da História brasileira do século XX.
Decisão igual tomamos quando doamos o acervo particular de Luiz Carlos Prestes à Universidade de Campinas (Unicamp).
Nos últimos anos temos nos dedicado a realizar obras em homenagem ao Cavaleiro da Esperança. Construímos:
- Memorial Coluna Prestes Tocantins (na cidade de Palmas)
- Memorial Coluna Prestes Rio Grande do Sul (na cidade de Santo Ângelo)
- Memorial Coluna Prestes Rio Grande do Sul (na cidade de Santo Ângelo)
- Memorial Coluna Prestes Paraná (na cidade de Santa Helena)
- Memorial Coluna Prestes Ceará (na cidade de Crateús)
- Memorial Coluna Prestes Ceará (na cidade de Crateús)
Denominamos estradas, avenidas e ruas com o nome de Prestes nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Dezenas de escolas e creches também levam o seu nome.
Neste momento estamos nos preparando para a inauguração da Praça Luiz Carlos Prestes em Montevidéu, Capital do Uruguai. No local, próximo ao Palácio da Presidência da República, será erguido um monumento a Prestes de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer.
Sendo assim, aceitamos o honroso convite do Senhor Embaixador para comparecer à Cerimônia oficial de entrega dos documentos de Luiz Carlos Prestes, guardados durante dezenas de anos nos arquivos da Federação Russa.
Desejamos que este momento fortaleça a amizade dos nossos povos.
Viva a Rússia e o Brasil!
Viva a Rússia e o Brasil!
Cordialmente,
Maria do Carmo Ribeiro Prestes (viúva de Luiz Carlos Prestes)
[Textos] Genéricos ameaçados
Encaminhando
Abraços
Vinicius Kaue
Caros amigos,
Os governos mais ricos do mundo estão negociando esta semana um acordo secreto que poderá restringir a comercialização de medicamentos genéricos essenciais. Milhões de pessoas pobres dependem destes medicamentos para tratar doenças como a malária e o HIV. Se o acordo for adiante, muitas pessoas não terão mais acesso a remédios de baixo custo, colocando milhões de vidas em risco.
Um dos principais alvos deste tratado é o Brasil, que está sendointencionalmente excluído do processo, junto com a China e a Índia. O tratado deverá definir regras para vários assuntos como transgênicos, a Internet e medicamentos. Os países responsáveis estão se apressando para fechar um acordo antes que haja uma revolta da opinião pública, mas as notícias sobre o tratado vazaram e a oposição está crescendo.
As nossas vozes podem trazer este absurdo à tona. A pressão popular já conseguiu parar negociações comerciais injustas antes. Agora podemos novamente garantir que nenhum acordo injusto seja assinado em reuniões fechadas. Assine a petição agora por um processo aberto e justiça para medicamentos genéricos – a Avaaz e parceiros irão entregar a petição semana que vem nas negociações em Tóquio. Assine e divulgue:
http://www.avaaz.org/po/acta/? vl
O chamado ACTA, Acordo Comercial Anti Falsificações, foi intencionalmente mantido fora dos holofotes públicos. Mas agora ele vazou e defensores da saúde pública e da liberdade na Internet estão soando o alarme. Nas últimas semanas a China, Índia e o Parlamento Europeu começaram a criticar o acordo.
O acordo proposto é bem preocupante, mas a sua parte mais absurda se refere aos genéricos. O ACTA trataria muitos medicamentos “genéricos” e "falsificados" de forma idêntica, sujeitando os genéricos às mesmas táticas de “apreensão e destruição” aplicadas aos medicamentos falsificados.
Gigantes da indústria farmacêutica afirmam que isto é necessário para proteger os consumidores - mas eles mesmos vendem versões genéricas de medicamentos cujas patentes expiraram. Os medicamentos genéricos, que são muitas vezes 90% mais baratos, não são inerentemente mais ou menos seguros do que os medicamentos de marca. O que está em jogo é o lucro das empresas farmacêuticas versus a vida das pessoas pobres.
A mobilização popular em massa já conseguiu interromper ações similares de grandes empresas farmacêuticas e governos ricos. Não vamos deixar alguns países decidir o destino de milhões de vidas em acordos secretos - assine a petição e divulgue:
http://www.avaaz.org/po/acta/? vl
Receber tratamento quando estamos doentes é algo fundamental para todos nós. A nossa mobilização esta semana pode garantir que os mais necessitados continuem tendo acesso a medicamentos essenciais. Juntos nós podemos começar a construir um futuro em que cada um de nós poderá superar doenças e permanecer saudável.
Com a esperança de um mundo melhor,
Ben, Alex, David, Maria Paz, Iain e toda a equipe Avaaz
P.S Atualização Ficha Limpa: Com o impasse do Supremo Tribunal Federal, a Lei Ficha Limpa continua em efeito para as eleições.
Leia mais sobre o ACTA:
A luta entre ricos e pobres em torno da propriedade intelectual:
http://www.cartamaior.com.br/ templates/materiaMostrar.cfm? materia_id=16757
Como o ACTA ameaça nossa liberdade:
http://www.outraspalavras.net/ ?p=921
ACTA: o tratado anti-pirataria que a Casa Branca não quer que o público conheça:
http://remixtures.com/2009/10/ acta-o-tratado-anti-pirataria- que-a-casa-branca-nao-quer- que-o-publico-conhececa/
Países não se entendem sobre lei supranacional de repressão à pirataria:
http://idgnow.uol.com.br/ internet/2010/02/25/paises- nao-se-entendem-sobre-lei- supranacional-de-repressao-a- pirataria/
Alguns países ricos estão tentando passar um acordo secreto que iriaprivar milhões de pessoas pobres de remédios genéricos e cortar direitos fundamentais de propriedade intelectual. Não podemos deixar alguns países decidir o destino de bilhões por trás de portas fechadas –assine a petição: |
Os governos mais ricos do mundo estão negociando esta semana um acordo secreto que poderá restringir a comercialização de medicamentos genéricos essenciais. Milhões de pessoas pobres dependem destes medicamentos para tratar doenças como a malária e o HIV. Se o acordo for adiante, muitas pessoas não terão mais acesso a remédios de baixo custo, colocando milhões de vidas em risco.
Um dos principais alvos deste tratado é o Brasil, que está sendointencionalmente excluído do processo, junto com a China e a Índia. O tratado deverá definir regras para vários assuntos como transgênicos, a Internet e medicamentos. Os países responsáveis estão se apressando para fechar um acordo antes que haja uma revolta da opinião pública, mas as notícias sobre o tratado vazaram e a oposição está crescendo.
As nossas vozes podem trazer este absurdo à tona. A pressão popular já conseguiu parar negociações comerciais injustas antes. Agora podemos novamente garantir que nenhum acordo injusto seja assinado em reuniões fechadas. Assine a petição agora por um processo aberto e justiça para medicamentos genéricos – a Avaaz e parceiros irão entregar a petição semana que vem nas negociações em Tóquio. Assine e divulgue:
http://www.avaaz.org/po/acta/?
O chamado ACTA, Acordo Comercial Anti Falsificações, foi intencionalmente mantido fora dos holofotes públicos. Mas agora ele vazou e defensores da saúde pública e da liberdade na Internet estão soando o alarme. Nas últimas semanas a China, Índia e o Parlamento Europeu começaram a criticar o acordo.
O acordo proposto é bem preocupante, mas a sua parte mais absurda se refere aos genéricos. O ACTA trataria muitos medicamentos “genéricos” e "falsificados" de forma idêntica, sujeitando os genéricos às mesmas táticas de “apreensão e destruição” aplicadas aos medicamentos falsificados.
Gigantes da indústria farmacêutica afirmam que isto é necessário para proteger os consumidores - mas eles mesmos vendem versões genéricas de medicamentos cujas patentes expiraram. Os medicamentos genéricos, que são muitas vezes 90% mais baratos, não são inerentemente mais ou menos seguros do que os medicamentos de marca. O que está em jogo é o lucro das empresas farmacêuticas versus a vida das pessoas pobres.
A mobilização popular em massa já conseguiu interromper ações similares de grandes empresas farmacêuticas e governos ricos. Não vamos deixar alguns países decidir o destino de milhões de vidas em acordos secretos - assine a petição e divulgue:
http://www.avaaz.org/po/acta/?
Receber tratamento quando estamos doentes é algo fundamental para todos nós. A nossa mobilização esta semana pode garantir que os mais necessitados continuem tendo acesso a medicamentos essenciais. Juntos nós podemos começar a construir um futuro em que cada um de nós poderá superar doenças e permanecer saudável.
Com a esperança de um mundo melhor,
Ben, Alex, David, Maria Paz, Iain e toda a equipe Avaaz
P.S Atualização Ficha Limpa: Com o impasse do Supremo Tribunal Federal, a Lei Ficha Limpa continua em efeito para as eleições.
Leia mais sobre o ACTA:
A luta entre ricos e pobres em torno da propriedade intelectual:
http://www.cartamaior.com.br/
Como o ACTA ameaça nossa liberdade:
http://www.outraspalavras.net/
ACTA: o tratado anti-pirataria que a Casa Branca não quer que o público conheça:
http://remixtures.com/2009/10/
Países não se entendem sobre lei supranacional de repressão à pirataria:
http://idgnow.uol.com.br/
[CALCS] Apresentação de trabalhos na Semana Acadêmica de CS
Bom Dia galera
Gostaria de informar a todos o cronograma da apresentação de trabalhos acadêmicos, que darão inicio hoje a tarde as 14h.
Caso mais alguém se interesse em apresentar algum trabalho acadêmico, ou relato de experiências fique a vontade, pois sempre ha possibilidade de encaixar
Caso mais alguém se interesse em apresentar algum trabalho acadêmico, ou relato de experiências fique a vontade, pois sempre ha possibilidade de encaixar
quarta- feira 29/09
Flavia Soares Ramos e kelen
“As contribuições do Movimento de Mulheres camponesas para o debate de Gênero no movimento estudantil”
Caroline Bellaguarda de Azevedo
“ Processos formativos no MST; a relação trabalho e educação"
Lucas Voigt
“Uma analise comparativa entre a sociologia de Max Weber e a sociologia de Emile Durkheim”
Fabricio Cardoso
" O trabalho infantil: representações sociais de sua instituição e combate na região de Blumenau."
quinta-feira 30/09
Gabriela Figueiredo dos Santos
“ Papo serio – discussões sobre gênero em escolas publicas de Florianópolis”
Virgina Nunes
“ Novas universidades, novos olhares; uma perspectiva do Recôncavo Baino”
Janaina S. Dalsotto
“ Marginalização dos artistas de rua de Florianopolis”
Fabricio Cardoso
"Mandragora; olhares do Saber e do fazer em uma perspectiva diferenciada para Educação e arte"
27 de set. de 2010
[CALCS] A lista de emails
Histórico de mensagens
Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | |
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2010 | 13 | 19 | 146 | 110 | 144 | 45 | 45 | 67 | 93 | |||
2009 | 19 | 27 | 103 | 89 | 135 | 91 | 52 | 51 | 92 | 59 | 37 | 8 |
2008 | 7 | 23 | 94 | 98 | 69 | 83 | 21 | 87 | 130 | 64 | 78 | 25 |
2007 | 1 | 49 | 93 | 58 | 71 | 40 | 85 | 22 | 55 | 52 | 49 | 24 |
2006 | 92 | 64 |
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jojo, boni, anahi, ana rita, gabi augusta, laurinha, matheus, fernando calheiros, fabrício e cristiano.
[Textos] A desuniversidade, por Boaventura de Sousa Santos
O projeto de reforma da universidade européia corre o risco de virar uma contra-reforma. Caso isso ocorra, os critérios de mercantilização reduzirão o valor das áreas de conhecimento ao seu preço de mercado e o latim, a poesia ou a filosofia só serão mantidos se algum macdonald informático vir neles utilidade.
Boaventura de Sousa Santos*
O processo de Bolonha — a unificação dos sistemas universitários europeus com vista a criar uma área europeia de educação superior — tem sido visto como a grande oportunidade para realizar a reforma da universidade europeia. Penso, no entanto, que os universitários europeus terão de enfrentar a seguinte questão: o processo de Bolonha é uma reforma ou uma contra-reforma? A reforma é a transformação da universidade que a prepare para responder criativamente aos desafios do século XXI, em cuja definição ela ativamente participa. A contra-reforma é a imposição à universidade de desafios que legitimam a sua total descaracterização, sob o pretexto da reforma. A questão não tem, por agora, resposta, pois está tudo em aberto. Há, no entanto, sinais perturbadores de que as forças da contra-reforma podem vir a prevalecer. Se tal acontecer, o cenário distópico terá os seguintes contornos.
Agora que a crise financeira permitiu ver os perigos de criar uma moeda única sem unificar as políticas públicas, a política fiscal e os orçamentos do Estado, pode suceder que, a prazo, o processo de Bolonha se transforme no euro das universidades europeias. As consequências previsíveis serão estas: abandonam-se os princípios do internacionalismo universitário solidário e do respeito pela diversidade cultural e institucional em nome da eficiência do mercado universitário europeu e da competitividade; as universidades mais débeis (concentradas nos países mais débeis) são lançadas pelas agências de rating universitário no caixote do lixo do ranking, tão supostamente rigoroso quanto realmente arbitrário e subjetivo, e sofrerão as consequências do desinvestimento público acelerado; muitas universidades encerrarão e, tal como já está a acontecer a outros níveis de ensino, os estudantes e seus pais vaguearão pelos países em busca da melhor ratio qualidade/preço, tal como já fazem nos centros comerciais em que as universidades entretanto se terão
transformado.
O impacto interno será avassalador: a relação investigação/docência, tão proclamada por Bolonha, será o paraíso para as universidades no topo do ranking (uma pequeníssima minoria) e o inferno para a esmagadora maioria das universidades e universitários. Os critérios de mercantilização reduzirão o valor das diferentes áreas de conhecimento ao seu preço de mercado e o latim, a poesia ou a filosofia só serão mantidos se algum macdonald informático vir neles utilidade.
Os gestores universitários serão os primeiros a interiorizar a orgia classificatória, objetivomaníaca e indicemaníaca; tornar-se-ão exímios em criar receitas próprias por expropriação das famílias ou pilhagem do descanso e da vida pessoal dos docentes, exercendo toda a sua criatividade na destruição da criatividade e da diversidade universitárias, normalizando tudo o que é normalizável e destruindo tudo o que o não é.
Os professores serão proletarizados por aquilo de que supostamente são donos — o ensino, a avaliação e a investigação — zombies de formulários, objetivos, avaliações impecáveis no rigor formal e necessariamente fraudulentas na substância, workpackages, deliverables, milestones, negócios de citação recíproca para melhorar os índices, comparações entre o publicas-onde-não-me-interessa-o-quê, carreiras imaginadas como exaltantes e sempre paradas nos andares de baixo. Os estudantes serão donos da sua aprendizagem e do seu endividamento para o resto da vida, em permanente deslize da cultura estudantil para cultura do consumo estudantil, autônomos nas escolhas de que não conhecem a lógica nem os limites, personalizadamente orientados para as saídas do desemprego profissional.
O serviço da educação terciária estará finalmente liberalizado e conforme às regras da Organização Mundial do Comércio. Nada disto tem de acontecer, mas para que não aconteça é necessário que os universitários e as forças políticas para quem esta nova normalidade é uma monstruosidade definam o que tem de ser feito e se organizem eficazmente para que seja feito. Será o tema da próxima crônica.
* Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).
24 de set. de 2010
[CALCS] Incrições para apresentação de trabalho / Semana Acadêmica - CSO
Interessados em apresentar trabalhos na Semana Acadêmica -
Artigos, Ensaios, Banners (ppcc)...
Favor se increverem até esta SEGUNDA FEIRA, de manhã, DIA 27/09
enviando para o email do CALCS o resumo da atividade. As inscrições também podem ser realizadas
no hall no CFH, até segunda, 12:00.
As apresentações serão concentradas no início das tardes, 14:00 ás 15:00,
de terça á sexta -feira.
Atenciosamente
CALCS
Artigos, Ensaios, Banners (ppcc)...
Favor se increverem até esta SEGUNDA FEIRA, de manhã, DIA 27/09
enviando para o email do CALCS o resumo da atividade. As inscrições também podem ser realizadas
no hall no CFH, até segunda, 12:00.
As apresentações serão concentradas no início das tardes, 14:00 ás 15:00,
de terça á sexta -feira.
Atenciosamente
CALCS
[UFSC] RU Fechado?
O rei-tor alvaro prata já havia dito que quando começassem as obras do RU iriam fechar uma ala. Dito e feito. A necessidade de ampliações e novas alas já vem de anos e sempre foi negligenciado pela administração da ufsc. Os estudantes sempre foram zombados pela reitoria como quando colocaram toldo, mezanino, suquinho e disseram que isso era melhoria do RU e prova de preocupação para com os estudantes. E agora zombam mais uma vez os estudantes ao colocar estrogonofe de camarão e no dia seguinte fecham a ala B do RU.
As universidades federais tiveram um salto no número de estuidantes nos últimos anos e não teve, pelo menos, aumento correspondente em seu quadro de professores, técnicos, estrutura e restaurante universitário. Ampliações e novas alas deveriam ter sido feitas a anos atrás, mas as gestões passadas e a atual (tudo cumpadre um do outro) deixaram, programaticamente, a situação ir se tornando insustentável e agora fazem reforma justamente durante o ano letivo. Tiveram as férias de verão para fazer, que era a promessa, e não fizeram.
--
Matheus Acosta
http://www.eiv.libertar.org/ Estágio Interdisciplinar de Vivências
As universidades federais tiveram um salto no número de estuidantes nos últimos anos e não teve, pelo menos, aumento correspondente em seu quadro de professores, técnicos, estrutura e restaurante universitário. Ampliações e novas alas deveriam ter sido feitas a anos atrás, mas as gestões passadas e a atual (tudo cumpadre um do outro) deixaram, programaticamente, a situação ir se tornando insustentável e agora fazem reforma justamente durante o ano letivo. Tiveram as férias de verão para fazer, que era a promessa, e não fizeram.
--
Matheus Acosta
http://www.eiv.libertar.org/ Estágio Interdisciplinar de Vivências
[UFSC] SEMANA FLORESTAN FERNANDES: Universidade crítica e militante
Boa noite!
a proposta é juntar todos interessados em discutir, mas também em ir além da discussão e ajudar na construção de processos...
05/10
07/10
20:00. NOITE CULTURAL – Banda de samba “Torresmo à milanesa”, violeiros e muitas outras apresentações culturais!
Sabrina.
R. Muller.
PARA DIVULGAR:
semana Florestan Fernandes
semana Florestan Fernandes
SEMANA FLORESTAN FERNANDES: Universidade crítica e militante
– DE 05 A 08 DE OUTUBRO DE 2010 –
LOCAL: Em frente à Reitoria da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)
Organização: Brigada Mitico (Brigada Urbana do MST) e EIV (Estágio Interdisciplinar de Vivência)
Colaboradores: IELA (Instituto de Estudos Latino Americanos), DCE Luis Travassos, Rádio Campeche, Apufsc, AGB (Associação dos Geógrafos Brasileiros), Revista Expressões Geográficas e Sintufsc.
05/10
18:00. Mística
18:30. Ato político de abertura da Semana Florestan Fernandes
06/10
14:30. Oficina: EIV - conhecimento militante
Organização: EIV-SC (Estágio Interdisciplinar de Vivência)
18:00. Animação Cultural
18:30. A Questão Agrária no Brasil e a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra.
Participações:
Vilson Santin – Integrante da Coordenação Estadual do MST - Santa Catarina.07/10
14:30. Plenária: A Questão Agrária em Santa Catarina – formação e articulação da Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra no estado.
Participações:
Valdez Adriani Farias - Procurador Regional do INCRA em Santa Catarina.
Cezar Augusto Freyesleben Silva – Engenheiro Agronônomo e Pesquisador
18:00. Animação Cultural
18:30. Florestan Fernandes e a produção do conhecimento: a trajetória da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).
Participações:
Membro da ENFF -
Fernando Ponte - Professor Associado do Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFSC.
08/10
14:30. Plenária: A importância política da Associação Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes.
Participação:
Membro da ENFF - 18:00. Exibição de filme: CHE- O Argentino. (Direção: Steven Soderbergh)
Apresentação do filme e Coordenação da atividade: IELA (Instituto de Estudos Latino-Americanos)
Sabrina.
R. Muller.
[CALCS] Informativo sobre a XI Semana Acadêmica de Ciências Sociais
Informativo sobre a XI Semana Acadêmica de Ciências Sociais
Caros estudantes de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina:
Informamos que durante os dias 27/09 a 03/10 o Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais – Calcs realizará a XI Semana Acadêmica de Ciências Sociais da UFSC, cuja temática esse ano será “Ciências Sociais: para que? Para quem?” Esta informação já foi repassada para a lista do Calcs e através do fórum de graduação, porém, entendendo que muitos estudantes não têm acesso à internet, algumas informações referentes à semana constam neste informativo.
A programação da semana está afixada nas portas de algumas salas em que se realizam as aulas das Ciências Sociais, bem como pode ser acessada através dos sites www.calcs.ufsc.br e www.semacs.blogspot.com. Salientamos que a programação está sujeita a pequenas alterações pois falta a confirmação de alguns palestrantes.
Foram enviados ofícios e convites por e-mail e todos os professores do Departamento de Antropologia e do Departamento de Sociologia e Ciência Política, pedindo para que os mesmos dispensem os estudantes das aulas, para que possam participar das atividades da semana. Porém, ressaltamos que cabe a cada professor, em pactuação com a turma, decidir pela liberação das aulas ou não, já que a Semana Acadêmica não faz parte, até o momento, do calendário oficial do curso.
Será feito o controle de presença dos participantes, para contar como presença na aula que iria ocorrer no período. Em cada atividade serão passadas as listas das respectivas turmas para que os estudantes assinem, para que as mesmas sejam repassadas posteriormente ao professor.
No dia 02/10 (sábado) ocorrerá uma saída, a partir do CFH/UFSC, para uma vivência em uma área de uso comum em Imbituba – SC (aproximadamente 100km de Florianópolis). O retorno para Florianópolis está marcado para às 11:00 da manhã do dia seguinte (03/10). As inscrições para essa vivência terão um número limitado em virtude da logística e operacionalização da mesma.
Contamos com a participação de tod@s, e que saiam discussões e aconteçam experiências frutíferas durante o período.
Em caso de dúvida pode-se entrar em contato com Bruna Ávila, Cristiano O. Simões, Caroline B. de Azevedo, Fernando L. Palhares ou Gabriela A. Pereira.
Saudações Fraternas,
Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais – Calcs. Gestão “Não Iremos Embora”
23 de set. de 2010
[Textos] O Legado que mantém Florestan Fernandes vivo
O Legado que mantém Florestan Fernandes vivo
Miriam Limoeiro Cardoso*
21.Set.10
Florestan Fernandes construiu uma obra que o transcende como pessoa e que contém contribuições teóricas e metodológicas de grande relevância para as Ciências Sociais. Sua obra não faz dele apenas um grande sociólogo no Brasil, mas o inscreve entre os grandes sociólogos das Ciências Sociais em nível internacional.
Há quinze anos, a morte tirou Florestan do nosso convívio. Já faz tanto tempo, e Florestan continua fazendo tanta falta, com sua lucidez, sua coragem, sua inteligência e sua integridade, buscando sempre encontrar a raiz dos grandes problemas postos no seu tempo, tentando problematizá-los de maneira mais consistente tanto teórica quanto politicamente, apontando assim novos caminhos para enfrentá-los, tendo sempre como norte as possibilidades da construção de uma sociedade nova, socialista. Florestan fala de “utopias igualitárias e libertárias, de fraternidade e felicidade entre os seres humanos”.
Guardamos dele sua lembrança e seu exemplo. Acima de tudo, porém, podemos mantê-lo presente (a nós e, principalmente, às nossas lutas) por meio do legado que nos deixou com os seus escritos. Aí suas idéias, suas formulações e seus embates – teóricos e políticos – continuam vivos, atuais, presentes, motivadores. Aí podemos continuar a falar de Florestan no tempo presente, e assim recolher seu ensinamento para enriquecer o pensamento e para clarificar o encaminhamento das lutas que o presente requer.
Florestan Fernandes construiu uma obra que o transcende como pessoa e que contém contribuições teóricas e metodológicas de grande relevância para as Ciências Sociais. Sua obra não faz dele apenas um grande sociólogo no Brasil, mas o inscreve entre os grandes sociólogos das Ciências Sociais em nível internacional.
Transformou em profundidade o padrão do trabalho científico da Sociologia no Brasil, configurando o que para ele constituía a Sociologia crítica. De acordo com Florestan, a produção desta Sociologia resulta da conjugação de dois esforços simultâneos. Por um lado, requer trabalho rigoroso e metódico de pesquisa balizada por padrões propriamente científicos. Por outro lado, ciente de que a neutralidade científica é um mito, requer que o próprio trabalho científico assuma compromisso ético e político com a transformação social em favor dos oprimidos e humilhados. Assim, para Florestan Fernandes, a Sociologia crítica é ciência que, no movimento mesmo de fazer-se como ciência, é engajada.
A obra de Florestan Fernandes é vasta e complexa. Há, porém, uma linha de investigação, que atravessa toda a sua produção madura, que confere conteúdo histórico, sociológico e político à ótica dos dominados e à perspectiva de transformação social, das quais Florestan jamais se afastou. É a investigação que o leva à formulação do seu conceito de capitalismo dependente como uma forma específica do desenvolvimento capitalista. Este conceito e sua teorização constituem uma contribuição teórica e metodológica importantíssima de Florestan Fernandes para a teoria do desenvolvimento capitalista. E abriga conseqüências políticas da maior relevância. Levá-las em consideração pode afetar significativamente o posicionamento quanto a políticas voltadas para a transformação social mais efetiva e mais profunda. Trata-se, portanto, de questões que permanecem importantes no cenário político.
O grande problema posto era o chamado “desenvolvimento”. Era apresentado como um problema econômico a demandar equacionamento político. Tal como estava posto, esse problema continha também um quadro supostamente teórico, a oferecer sentido às políticas supostamente necessárias para “resolver” o problema que desse modo era propost as chamadas “teorias” da modernização ou do desenvolvimento.
À época, essas “teorias” eram bastante discutidas e criticadas no âmbito acadêmico, mas Florestan foi dos primeiros a questioná-las mais a fundo, em pesquisa que o levou a teorizar o capitalismo dependente. Ao tempo em que Florestan finalizava a sua concepção do capitalismo dependente como um conceito, e logo depois que ele tornou pública a sua formulação, a chamada “escola da dependência” ensaiava seus primeiros passos, mas estancava a meio caminho entre as “teorias” do desenvolvimento/ modernização e a teorização de Florestan sobre o capitalismo dependente. Na verdade, os dependentistas se aproximavam de uma parte das descobertas/construções teóricas e metodológicas de Florestan, mas as despiam de alguns de seus atributos essenciais, exatamente aqueles que colocavam em questão o desenvolvimento desigual e combinado da expansão do capitalismo naquele momento.
Para teorizar o capitalismo dependente, Florestan se opõe às noções de desenvolvimento e de subdesenvolvimento oriundas das concepções evolucionistas e deterministas das chamadas “teorias” da modernização. Nega essas duas noções e, para analisar, compreender e ser capaz de explicar a condição da nossa sociedade (e das sociedades que Florestan identificava na sua teorização como sendo do mesmo tipo que a nossa), recorre às formulações sobre o imperialismo.
Ao entender o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo da perspectiva dos povos e das regiões que a expansão capitalista mundial incorpora, Florestan consegue dar conta de que esse processo mesmo de incorporação implica necessariamente submeter esses povos e essas regiões, sob formas historicamente diferenciadas, aos desígnios e aos interesses maiores do capital que deste modo se realiza e se amplia.
A compreensão do capitalismo dependente como especificidade da expansão do capitalismo em sua fase monopolista permite entender que o “desenvolvimento” que essa expansão propõe para as regiões para as quais se dirige é desenvolvimento desse capitalismo monopolista e que significa incorporar essas regiões submetendo-as. Esta concepção do capitalismo dependente em Florestan Fernandes contém ainda dois desdobramentos muito importantes. Primeiro, que os setores dominantes locais das regiões tornadas capitalistas dependentes têm participação ativa e decisiva para a concretização da política que visa aquele “desenvolvimento”. Para Florestan, eles são parceiros, menores e subordinados, mas parceiros, do grande capital em expansão pelo mundo. São intermediários, mas enquanto intermediários são imprescindíveis, e contam com um retorno para si dos ganhos desse modo obtidos pelo capital em expansão. Esta lógica implica uma super-exploração dos trabalhadores e da massa da população das regiões capitalistas dependentes.
Segundo, que a democracia possível sob o capitalismo dependente é sempre uma democracia restrita, a tal ponto que é mais correto designá-la como uma autocracia, na qual a grande maioria do povo fica excluída dos direitos, direitos que supostamente uma democracia deveria estender a todos os cidadãos. Desse modo, a super-exploração implica também como conseqüência uma super-dominação do conjunto dos setores subalternizados da população nessas regiões.
Algumas vezes se tenta separar o Florestan Fernandes cientista e o Florestan Fernandes político. É preciso considerar, porém, que a descoberta da verdade da dominação, da submissão, da subalternização ou da exploração, é, como tal, profundamente questionadora da realidade social estruturada sobre esses processos de dominação, de submissão, de subalternização ou de exploração. De tal modo que a exposição desses processos é em si mesma profundamente política, e tanto mais eficaz na crítica que contém quanto mais clara e sistematicamente fundamentada.
Estas são análises estruturais, nas quais, no entanto, é possível encontrar a profundidade das raízes das tendências e dos comportamentos políticos das classes dominantes das regiões capitalistas dependentes. Florestan, no entanto, está sempre atento também às conjunturas e sabe perfeitamente que para ser concreta uma análise precisa conjugar os determinantes estruturais com os condicionantes conjunturais. Era desse modo que ele procurava trabalhar.
Esse tipo de pesquisa científica, abrangente e crítica, bem como o magistério que o acompanhava de perto, onde mais poderiam ser realizados a não ser na universidade pública? Em 25 de abril de 1969, com base no Ato Institucional nº 5, a ditadura imposta no Brasil pelo golpe civil-militar de 1964 excluiu Florestan Fernandes do serviço público em todo o território nacional. Cortava assim irremediavelmente a continuidade de pesquisa científica importante, conduzida por ele e por seus assistentes e colaboradores mais próximos, pesquisa que era resultado de trabalho longamente acumulado em instituição acadêmica superior que, enquanto instituição pública de ensino superior, se supunha resguardada em sua autonomia pedagógica, didática e de pesquisa. Mas tal suposição o arbítrio da ditadura revelou ser equivocada.
Com essa exclusão, Florestan perdeu o locus próprio para exercer o seu ofício como cientista. Precisou redimensionar suas atividades. Continuou suas pesquisas, mas desde então sem a interlocução permanente e sistemática de seus colegas e colaboradores e de seus estudantes, e sem apoio institucional, portanto de forma mais dispersa e descontinuada. Mesmo assim, retomou o seu trabalho individualmente, seguiu pesquisando e publicando os resultados de seus estudos, produzindo análises sempre lúcidas, perspicazes e iluminadoras.
Um dos traços marcantes da vida e da trajetória de Florestan foi sempre a defesa da educação pública, gratuita, laica, de qualidade, para todos. Na primeira Campanha em Defesa da Escola Pública, Florestan foi muito atuante e combativo e sua liderança foi reconhecida como fator importante da ampliação e da consistência da Campanha. Mas não apenas em momentos de grande mobilização como aquele, Florestan Fernandes esteve sempre presente com seu apoio claro, público e firme a todas as reivindicações e lutas dos movimentos dos professores, dos educadores e dos estudantes, de todos os níveis, em defesa da educação pública e gratuita, da elevação da sua qualidade e da sua democratização.
Como Deputado Federal Constituinte, Florestan foi o interlocutor privilegiado que o Forum Nacional em Defesa do Ensino Público e Gratuito na Constituinte teve na Subcomissão e na Comissão de Educação do Congresso Constituinte. Sua atuação para a melhor acolhida às propostas do Fórum foi importantíssima. Mas Florestan dialogava diretamente com o Forum e com os movimentos que o constituíam e chegava mesmo a ajudar, com sua análise sempre atenta e perspicaz, a nossa gestão das dificuldades criadas pelos inevitáveis atritos iniciais e conflitos eventuais entre os encaminhamentos de tantos movimentos de setores diferenciados no interior do Forum. Sem o Deputado Federal Constituinte Florestan Fernandes as lutas pela defesa da educação pública na Constituinte certamente teriam sido ainda muito mais difíceis do que foram.
A educação foi sempre um tema muito caro a Florestan, tema sobre o qual ele elaborou uma extensa e fecunda produção. Se há um fundo comum a essa produção, ele se forma em torno da educação pública gratuita de alta qualidade e altamente democratizada. Afinal, a escola pública e as bibliotecas públicas foram fundamentais para a vida de Florestan, aquele jovem de origem lumpen que se viu obrigado pelas necessidades de sobrevivência a trabalhar desde os seis anos de idade e que vislumbrou na educação a perspectiva de, por meio de seu próprio esforço, determinação e disciplina, poder transformar a sua condição social para, como ele dizia, “tornar-se gente” e ser reconhecido “como gente”. Leitor voraz, com sua inteligência e sua aplicação permanente à busca de saber, Florestan perseguiu, com determinação obstinada os seus objetivos através da educação e a partir do campo da educação tornou-se Florestan Fernandes, reconhecido nacional e internacionalmente como grande cientista, como grande professor e como destacado intelectual defensor das grandes causas dos dominados e subalternizados, dos oprimidos e humilhados.
* Mirim Limoeiro Cardoso é professora aposentada do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Guardamos dele sua lembrança e seu exemplo. Acima de tudo, porém, podemos mantê-lo presente (a nós e, principalmente, às nossas lutas) por meio do legado que nos deixou com os seus escritos. Aí suas idéias, suas formulações e seus embates – teóricos e políticos – continuam vivos, atuais, presentes, motivadores. Aí podemos continuar a falar de Florestan no tempo presente, e assim recolher seu ensinamento para enriquecer o pensamento e para clarificar o encaminhamento das lutas que o presente requer.
Florestan Fernandes construiu uma obra que o transcende como pessoa e que contém contribuições teóricas e metodológicas de grande relevância para as Ciências Sociais. Sua obra não faz dele apenas um grande sociólogo no Brasil, mas o inscreve entre os grandes sociólogos das Ciências Sociais em nível internacional.
Transformou em profundidade o padrão do trabalho científico da Sociologia no Brasil, configurando o que para ele constituía a Sociologia crítica. De acordo com Florestan, a produção desta Sociologia resulta da conjugação de dois esforços simultâneos. Por um lado, requer trabalho rigoroso e metódico de pesquisa balizada por padrões propriamente científicos. Por outro lado, ciente de que a neutralidade científica é um mito, requer que o próprio trabalho científico assuma compromisso ético e político com a transformação social em favor dos oprimidos e humilhados. Assim, para Florestan Fernandes, a Sociologia crítica é ciência que, no movimento mesmo de fazer-se como ciência, é engajada.
A obra de Florestan Fernandes é vasta e complexa. Há, porém, uma linha de investigação, que atravessa toda a sua produção madura, que confere conteúdo histórico, sociológico e político à ótica dos dominados e à perspectiva de transformação social, das quais Florestan jamais se afastou. É a investigação que o leva à formulação do seu conceito de capitalismo dependente como uma forma específica do desenvolvimento capitalista. Este conceito e sua teorização constituem uma contribuição teórica e metodológica importantíssima de Florestan Fernandes para a teoria do desenvolvimento capitalista. E abriga conseqüências políticas da maior relevância. Levá-las em consideração pode afetar significativamente o posicionamento quanto a políticas voltadas para a transformação social mais efetiva e mais profunda. Trata-se, portanto, de questões que permanecem importantes no cenário político.
O grande problema posto era o chamado “desenvolvimento”. Era apresentado como um problema econômico a demandar equacionamento político. Tal como estava posto, esse problema continha também um quadro supostamente teórico, a oferecer sentido às políticas supostamente necessárias para “resolver” o problema que desse modo era propost as chamadas “teorias” da modernização ou do desenvolvimento.
À época, essas “teorias” eram bastante discutidas e criticadas no âmbito acadêmico, mas Florestan foi dos primeiros a questioná-las mais a fundo, em pesquisa que o levou a teorizar o capitalismo dependente. Ao tempo em que Florestan finalizava a sua concepção do capitalismo dependente como um conceito, e logo depois que ele tornou pública a sua formulação, a chamada “escola da dependência” ensaiava seus primeiros passos, mas estancava a meio caminho entre as “teorias” do desenvolvimento/ modernização e a teorização de Florestan sobre o capitalismo dependente. Na verdade, os dependentistas se aproximavam de uma parte das descobertas/construções teóricas e metodológicas de Florestan, mas as despiam de alguns de seus atributos essenciais, exatamente aqueles que colocavam em questão o desenvolvimento desigual e combinado da expansão do capitalismo naquele momento.
Para teorizar o capitalismo dependente, Florestan se opõe às noções de desenvolvimento e de subdesenvolvimento oriundas das concepções evolucionistas e deterministas das chamadas “teorias” da modernização. Nega essas duas noções e, para analisar, compreender e ser capaz de explicar a condição da nossa sociedade (e das sociedades que Florestan identificava na sua teorização como sendo do mesmo tipo que a nossa), recorre às formulações sobre o imperialismo.
Ao entender o desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo da perspectiva dos povos e das regiões que a expansão capitalista mundial incorpora, Florestan consegue dar conta de que esse processo mesmo de incorporação implica necessariamente submeter esses povos e essas regiões, sob formas historicamente diferenciadas, aos desígnios e aos interesses maiores do capital que deste modo se realiza e se amplia.
A compreensão do capitalismo dependente como especificidade da expansão do capitalismo em sua fase monopolista permite entender que o “desenvolvimento” que essa expansão propõe para as regiões para as quais se dirige é desenvolvimento desse capitalismo monopolista e que significa incorporar essas regiões submetendo-as. Esta concepção do capitalismo dependente em Florestan Fernandes contém ainda dois desdobramentos muito importantes. Primeiro, que os setores dominantes locais das regiões tornadas capitalistas dependentes têm participação ativa e decisiva para a concretização da política que visa aquele “desenvolvimento”. Para Florestan, eles são parceiros, menores e subordinados, mas parceiros, do grande capital em expansão pelo mundo. São intermediários, mas enquanto intermediários são imprescindíveis, e contam com um retorno para si dos ganhos desse modo obtidos pelo capital em expansão. Esta lógica implica uma super-exploração dos trabalhadores e da massa da população das regiões capitalistas dependentes.
Segundo, que a democracia possível sob o capitalismo dependente é sempre uma democracia restrita, a tal ponto que é mais correto designá-la como uma autocracia, na qual a grande maioria do povo fica excluída dos direitos, direitos que supostamente uma democracia deveria estender a todos os cidadãos. Desse modo, a super-exploração implica também como conseqüência uma super-dominação do conjunto dos setores subalternizados da população nessas regiões.
Algumas vezes se tenta separar o Florestan Fernandes cientista e o Florestan Fernandes político. É preciso considerar, porém, que a descoberta da verdade da dominação, da submissão, da subalternização ou da exploração, é, como tal, profundamente questionadora da realidade social estruturada sobre esses processos de dominação, de submissão, de subalternização ou de exploração. De tal modo que a exposição desses processos é em si mesma profundamente política, e tanto mais eficaz na crítica que contém quanto mais clara e sistematicamente fundamentada.
Estas são análises estruturais, nas quais, no entanto, é possível encontrar a profundidade das raízes das tendências e dos comportamentos políticos das classes dominantes das regiões capitalistas dependentes. Florestan, no entanto, está sempre atento também às conjunturas e sabe perfeitamente que para ser concreta uma análise precisa conjugar os determinantes estruturais com os condicionantes conjunturais. Era desse modo que ele procurava trabalhar.
Esse tipo de pesquisa científica, abrangente e crítica, bem como o magistério que o acompanhava de perto, onde mais poderiam ser realizados a não ser na universidade pública? Em 25 de abril de 1969, com base no Ato Institucional nº 5, a ditadura imposta no Brasil pelo golpe civil-militar de 1964 excluiu Florestan Fernandes do serviço público em todo o território nacional. Cortava assim irremediavelmente a continuidade de pesquisa científica importante, conduzida por ele e por seus assistentes e colaboradores mais próximos, pesquisa que era resultado de trabalho longamente acumulado em instituição acadêmica superior que, enquanto instituição pública de ensino superior, se supunha resguardada em sua autonomia pedagógica, didática e de pesquisa. Mas tal suposição o arbítrio da ditadura revelou ser equivocada.
Com essa exclusão, Florestan perdeu o locus próprio para exercer o seu ofício como cientista. Precisou redimensionar suas atividades. Continuou suas pesquisas, mas desde então sem a interlocução permanente e sistemática de seus colegas e colaboradores e de seus estudantes, e sem apoio institucional, portanto de forma mais dispersa e descontinuada. Mesmo assim, retomou o seu trabalho individualmente, seguiu pesquisando e publicando os resultados de seus estudos, produzindo análises sempre lúcidas, perspicazes e iluminadoras.
Um dos traços marcantes da vida e da trajetória de Florestan foi sempre a defesa da educação pública, gratuita, laica, de qualidade, para todos. Na primeira Campanha em Defesa da Escola Pública, Florestan foi muito atuante e combativo e sua liderança foi reconhecida como fator importante da ampliação e da consistência da Campanha. Mas não apenas em momentos de grande mobilização como aquele, Florestan Fernandes esteve sempre presente com seu apoio claro, público e firme a todas as reivindicações e lutas dos movimentos dos professores, dos educadores e dos estudantes, de todos os níveis, em defesa da educação pública e gratuita, da elevação da sua qualidade e da sua democratização.
Como Deputado Federal Constituinte, Florestan foi o interlocutor privilegiado que o Forum Nacional em Defesa do Ensino Público e Gratuito na Constituinte teve na Subcomissão e na Comissão de Educação do Congresso Constituinte. Sua atuação para a melhor acolhida às propostas do Fórum foi importantíssima. Mas Florestan dialogava diretamente com o Forum e com os movimentos que o constituíam e chegava mesmo a ajudar, com sua análise sempre atenta e perspicaz, a nossa gestão das dificuldades criadas pelos inevitáveis atritos iniciais e conflitos eventuais entre os encaminhamentos de tantos movimentos de setores diferenciados no interior do Forum. Sem o Deputado Federal Constituinte Florestan Fernandes as lutas pela defesa da educação pública na Constituinte certamente teriam sido ainda muito mais difíceis do que foram.
A educação foi sempre um tema muito caro a Florestan, tema sobre o qual ele elaborou uma extensa e fecunda produção. Se há um fundo comum a essa produção, ele se forma em torno da educação pública gratuita de alta qualidade e altamente democratizada. Afinal, a escola pública e as bibliotecas públicas foram fundamentais para a vida de Florestan, aquele jovem de origem lumpen que se viu obrigado pelas necessidades de sobrevivência a trabalhar desde os seis anos de idade e que vislumbrou na educação a perspectiva de, por meio de seu próprio esforço, determinação e disciplina, poder transformar a sua condição social para, como ele dizia, “tornar-se gente” e ser reconhecido “como gente”. Leitor voraz, com sua inteligência e sua aplicação permanente à busca de saber, Florestan perseguiu, com determinação obstinada os seus objetivos através da educação e a partir do campo da educação tornou-se Florestan Fernandes, reconhecido nacional e internacionalmente como grande cientista, como grande professor e como destacado intelectual defensor das grandes causas dos dominados e subalternizados, dos oprimidos e humilhados.
* Mirim Limoeiro Cardoso é professora aposentada do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.
Fonte: http://www.odiario.info/?p=
[Evento] DIa Latinoamericano pela Legalização do Aborto na AL e Caribe - FIlme e debate
As mulheres que abortam são adolescentes, jovens, adultas. Usaram métodos contraceptivos, não usaram, esqueceram de tomar a pílula, têm companheiros que não quiseram usar preservativos. Estão casadas, são solteiras, viúvas, divorciadas. Estão sozinhas, acompanhadas, estão em situação de prostituição, são fiéis e monogâmicas. São hetoressexuais, são lésbicas e bissexuais. Tiveram educação sexual, nunca falaram de sexo com ninguém. São católicas, judias, evangélicas, não crêem em nada, crêem em outras coisas. Querem ter filhos, querem não ter filhos, já têm, querem ter mais pra frente. São pobres, trabalham, temem ser despedidas, não tem trabalho, têm um bom salário, não têm nada. Tiveram relações sexuais com o namorado, com o marido, com o amante, com o amigo, com um cliente, com um desconhecido. Foram violadas por seu próprio pai, estupradas numa balada, na rua, por um, por vários, por um amigo da família, o vizinho, o policial, o padre. Tiveram relações consentidas, pensaram nas conseqüências, não pensaram. Estão a favor do direito ao aborto, estão contra. Causa-lhes um alívio, lhes causa tristeza. Vivem na cidade, no campo, no nordeste, no distrito federal, na Amazônia. O fazem com dúvidas, estão seguras do que fazem. Vão à universidade, não terminaram o primário. Contam para suas amigas, não dizem para ninguém. Sou eu, você, somos todas. Todas o fazemos na clandestinidade. Mas somente uma minoria está segura de que não corre riscos de morrer na tentativa.
Traduzido e adaptado do texto de Andrea D’atri, junho de 2010.
No dia 28 de setembro de 2010 o Instituto de Estudos de Gênero (site) e o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (site)da Universidade Federal de Santa Catarina convidam para a Exibição e Debate do filme "O Preço de Uma Escolha" (EUA, 1996) em ocasião do "Dia Latinoamericano e Caribenho pela Legalização do Aborto".
A mesa será coordenada pela doutoranda Heloisa Souza e contará com as presenças da Profa. Miriam Pillar Grossi (PPGAS / PPGICH / UFSC) e Gilmária Ramos (PPGH) como debatedoras. Nos encontramos ao meio-dia no Mini-Auditório do CFH/UFSC! (Saiba como chegar)
Abaixo e em anexo cartaz do evento:
http://carobellag.wordpress.
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