16 de nov. de 2008

Reflexão Representação Discente

Olá colegas de curso!

Durante essa semana, estava analisando o resultado de nossa Assembléia do Curso e fiquei-me a pensar no que leva muitos a lutar pelos diretos estudantis e outros não.
Somos pouco mais de 350 estudantes do curso de graduação em Ciências Sociai da UFSC, no entanto tivemos um assembléia esvaziada, onde no final estavamos levando com a barriga. Obviamente que isso não tira o mérito daqueles que lá estavam e fizeram um ótimo debate.
A lista de presença resgitrou 24 pessoas, sabe-se que desculpas mil surgirão pra justificar a falta daqueles que lá não estavam, mas sabemosque alguns professores liberaram os alunos especialmente pra isso, mas muito pensaram certamente que assembléia é coisa de estudante revolucionário, que não estuda e que só quer militar. Frente a isso, nem ao menos na nossa lista de e-mails as pessoas se manifestarm para dar suas sugestões sobre a assembleía, ou idéis para tal.
Minhas palavras até então vazias, demostram apenas minha indiginação, de uma coisa que não só acontece em nosso curso, mas na sociedade e em muitos movimentos sociais e organizações de modo geral, a discrepência cada vez mais exacerbada entre o discurso e prática.
A pouco tempo tivemos uma discussão no CFH sobre o voto universal, poucas pessoas se deram o trabalho de ir, mto menos de se manisfestarem. Naquele mesmo dia, falou-se sobre paridade nos orgãos colegiados (CUn, Departamentos, Colegiado de Cursos, Conselho de Unidade, etc), no entanto, faço uma auto-crítica a nós mesmos. Onde estamos nós com exceção de poucos, exigindo nossos direitos, fazendo nos representar ? Temos direito a 6 assentos no Departamento de Antropologia (3 titulares e 3 suplente), 10 no Departamento de Sociologia e Ciência Política (5 titulares e 5 suplente), 4 no Colegiado do Curso de Ciências Sociais (2 titulares e 2 suplentes), 2 no Conselho de Unidade (1 titular e 1 suplente). Dessas 22 vagas a qual temos direito, na última assembléia, apenas 12 foram preenchidas.
Num ano onde comemoramos 40 anos do Maio de 68, ano que muito dizem ser o ano em que o jovem "acelerou" a história, muitos de nós parece esquecer que foi por movimentos como esse que hoje estamos numa universidade PÚBLICA e GRATUITA. O mesmo Maio de 68 nos deixa muito apelos, apelos que ecoam em nossos surdos ouvidos. "Sejam realistas, exijam o impossível!" Parece-me que o impossível é ao menos conquistarmos o que já é nosso. Perdemos muitas vezes nossa credibilidade, exigimos o impossível, sem ao menos fazermos o possível. Que força temos nós se não conseguimos com credibilidade ocuparmos 22 cadeiras nos orgãos colegiados, que muitos estudantes como nós em décadas atrás lutaram pra ter? Somos fracos, e ainda assim teimamos em querer o impossível.
Somos fracos ao passo que não cumprimos o mínimo e exigimos o máximo. "As paredes têm ouvidos, seus ouvidos têm paredes" muito colegas estudantes de Ciênciais Sociais parecem se encaixar perfeitamente nessa citação que se ouviu muito no eterno Maio de 68.
As representações discentes são necessárias para que nossos orgãos colegiados não façam o que bem entendem, que me perdoem os professores éticos, de luta e comprometidos com a univerisade pública. Nossa representação se faz necessária para que haja mais transparência, para que professor/a não passe por cima de suas instâncias. Afinal, só pra citar, há sérios indícios de que em nossos departamentos professor/a esteja dando aula em curso a distância sem que seja aprovado em reunião do departamento, ou seja, isso além de ser ilegal, é brincadeira de mal gostro com nossa luta.
Existem professores, que sempre reclamam que não podem lecionar determinadas matérias ou estar presentes em determinadas discussões de relevância, pois estão com coisas demais na universidade, em seus núcleos ou ainda com as matérias que já lecionam, mas enquanto isso, não se preocupam de sair da universidade para ministrar cursos, fazer inumeras viagens para enriquecer seu Lattes.
Essa mercantilização da universidade em benefício próprio, não está só lá no Governo, na Reitoria, nas Pró-Reitorias, está na frente do nosso "nariz". Enquanto isso, deixamos muitas vezes de estarmos presentes e exigirmos transparência e explicações de muitos professores que brincam com o serviço público, brincam com a educação de qualidade, brincam com a gente.
Reclamamos muitas vezes que não nos chamam paras as reuniões, mesmo quem já é ou já foi representante discente, no entanto, para fiscalizar não se precisa de convite especial, precisa de ação. Deixemos de muitas vezes ficarmos numa verborragia e partamos pra ação.
"A revolução deve ser feitas nos homens, antes de ser feita nas coisas" Façamos antes de tudo, uma revolução em nós mesmo. Sejamos mais consciente de nosso direitos e deveres.

Grande Abraço!


Marcel S. Gutiá

Graduação em Ciências Sociais - 4ª Fase
Bolsista do A-FUNDA
Núcleo de Pesquisa em Fundamentos da Antropologia
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Universidade Federal de Santa Catarina

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