Eduardo Perondi |
Título: | Repressão: PM impede novos piquetes na USP |
Data: | 1/6/2009 |
Fonte: | ANDES-SN |
A Polícia Militar interveio na Universidade de São Paulo – USP, nesta segunda-feira (1/6), para impedir que os servidores técnicos-administrativos realizem novos piquetes no campus. Os trabalhadores da universidade estão em greve desde o dia 5 de maio e começaram a fazer piquetes desde a última quarta-feira, dia 27 de maio.
No dia anterior, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas – Cruesp havia suspendido as negociações com a categoria, depois que um grupo de estudantes, em resposta à provocações da reitoria da USP, ocupou o hall da entrada de serviços do prédio da administração sueprior. O Cruesp, então, suspendeu as negociações e os servidores optaram por inviabilizar o trabalho na universidade com a realização de piquetes.
Leia o comunicado dos servidores da USP:
COMUNICADO URGENTE:
REITORIA DA USP E GOVERNO SERRA MANDAM POLÍCIA CONTRA A GREVE DE TRABALHADORES
Desde a madrugada de hoje, 01 de junho, nós, trabalhadores da USP, estamos sofrendo mais um ato de repressão inadmissível. A universidade amanheceu completamente sitiada pela polícia. Em cada unidade da universidade há pelo menos uma viatura, e em frente ao prédio da reitoria há uma concentração de dezenas de policiais. Os policiais estão com uma atitude provocativa frente aos trabalhadores, arrancando as faixas dos grevistas, buscando abertamente causar incidentes. Isso se dá justamente após a reitoria, apoiada pelo governo do estado, ter suspendido as negociações com os trabalhadores de maneira completamente arbitrária.
Nós, trabalhadores da USP estamos em greve desde o dia 5 de maio por aumento de salário, em defesa de 5 mil trabalhadores que tem seus postos de trabalho ameaçados, pelas demandas do hospital universitário, e outras pautas específicas, e pela reintegração de Claudionor Brandão, diretor do SINTUSP demitido. A demissão de Claudionor Brandão é produto da perseguição política aos trabalhadores e ao sindicato, protagonizada pela reitoria e pelo governo Serra. Trata-se de uma política marcada pela prática anti-sindical e anti-democrática que abre um gravíssimo precedente para todos os trabalhadores brasileiros. Não podemos permitir que os trabalhadores da USP e sua legítima mobilização em defesa da democracia na universidade sofram esta coerção policial.
Chamamos todos os meios de comunicação, ativistas dos direitos humanos, sindicatos, organizações políticas, estudantes e integrantes dos movimentos sociais a se unirem a nós e impedirem esta ofensiva, que é parte da escandalosa criminalização dos movimentos sociais, prática que tem se generalizado pelo país. Chamamos todos a enviarem moções de repudio para a reitoria da USP, exigindo a retirada imediata dos efetivos policiais, e a se concentrarem na frente da reitoria, e cercar de solidariedade os trabalhadores da USP em greve há 27 dias.
Claudionor Brandão
Comando de Greve da USP
E-mail da reitoria da USP para envio de moções de repúdio: gr@usp.br
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