REVISTA UNIVERSIDADE E SOCIEDADE da ANDES-SN.
ANO XIX, Número 45. Janeiro 2010.
Tendo como centralidade da análise o trabalho docente nas Instituições de Ensino Superior.
É possivel fazer o download da revista no seguinte link: http://www.andes.org.br/2010/revistas/Universidade%20e%20Sociedade/US45.pdf
Editorial
Aqueles de nós que vivenciamos o cotidiano de nossas universidades públicas, neste ano de 2009, provavelmente, não nos surpreenderemos com o conteúdo dos quatro primeiros artigos deste número de nossa Revista. Afinal, stress, sentimento de não-pertença ou, por outro lado, a alienação docente, em busca, exatamente, do reconhecimento dentro das atuais regras do jogo, e a qualquer custo, são fenômenos cada vez mais recorrentes nas salas e nos corredores da academia. É neste contexto que o desvelamento destes fenômenos e a reflexão quanto às suas causas se tornam importantes, como tarefa típica dos pesquisadores, que todos somos.
A tomada de consciência é o primeiro passo para a ação, bem o sabemos. E a sensação de “normalidade” – “é assim mesmo”; “não tem jeito” –, que o cotidiano inspira, como bem nos alerta um dos artigos que vem em seqüência, é o primeiro dos muitos obstáculos a ser transposto. Outro artigo desperta nossa atenção para o fato de que o “consenso”, que vem tomando conta da sociedade – novamente, “estamos no único caminho possível” – pode ter inspiração em recomendações e intervenções de um grupo de pessoas não tão numeroso, se bem que extremamente influente. A história é boa conselheira e deveria ser levada em devida conta, como nos ensinam pelo menos dois outros artigos que se debruçam sobre o verdadeiro compromisso com as transformações radicais: é preciso ampliar a parcela da intelectualidade que se assume como classe, na defesa dos interesses sociais da imensa maioria dos habitantes deste planeta - explorada e espoliada em seus direitos mais fundamentais.
De forma contundente, outros quatro artigos nos alertam sobre o quanto o atual caminho tomado pelas reformas na Educação Superior já nos afastou dos verdadeiros objetivos. Embora focando a pós-graduação em uma área específica, quem não reconhece, num dos artigos, os traços fundamentais das mazelas que assolam praticamente todas as áreas? Qual é a instituição que ainda se sente à vontade com o rumo que o Ensino à Distância está tomando? Como não enxergar os estragos do REUNI, e de outras expansões sem o devido financiamento, nas universidades públicas? Como não ficar indignado com os verdadeiros propósitos do dito “mestrado profissional”?
Promover a reflexão sobre estas temáticas continua sendo a opção do nosso Sindicato, o ANDES-SN, e a revista Universidade & Sociedade, em particular o presente número, é um dos instrumentos para tal propósito. Propósito este tão mais importante quanto mais forças, não tão ocultas assim, tentam calar sua ação, para que o caminho no rumo de um ensino público massificado, sem qualidade, voltado para os interesses privados, e não para os interesses da população em geral, seja aplainado. A contraposição firme é tão mais necessária nesta época, em que a crise, ao contrário do anunciado, muito provavelmente ainda não se encerrou.
Na seção “Debates Contemporâneos” temos, pois, mais um artigo que, de forma muito didática, nos desvenda mais alguns aspectos da presente crise, ao tempo em que, na mesma seção, outro texto nos mostra a face oculta do cooperativismo, como uma das maneiras de precarização do trabalho, mecanismo também empregado pelo setor mercantil da Educação Superior, conforme denunciado em número recente desta nossa U&S.
Por fim, mais um “Dossiê” contundente, desta vez denunciando a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que, ao não ser retirada com o fim do governo provisório, continua agindo como força de pressão a favor de interesses privados, contrários aos da maioria do povo haitiano.
Os Editores
A tomada de consciência é o primeiro passo para a ação, bem o sabemos. E a sensação de “normalidade” – “é assim mesmo”; “não tem jeito” –, que o cotidiano inspira, como bem nos alerta um dos artigos que vem em seqüência, é o primeiro dos muitos obstáculos a ser transposto. Outro artigo desperta nossa atenção para o fato de que o “consenso”, que vem tomando conta da sociedade – novamente, “estamos no único caminho possível” – pode ter inspiração em recomendações e intervenções de um grupo de pessoas não tão numeroso, se bem que extremamente influente. A história é boa conselheira e deveria ser levada em devida conta, como nos ensinam pelo menos dois outros artigos que se debruçam sobre o verdadeiro compromisso com as transformações radicais: é preciso ampliar a parcela da intelectualidade que se assume como classe, na defesa dos interesses sociais da imensa maioria dos habitantes deste planeta - explorada e espoliada em seus direitos mais fundamentais.
De forma contundente, outros quatro artigos nos alertam sobre o quanto o atual caminho tomado pelas reformas na Educação Superior já nos afastou dos verdadeiros objetivos. Embora focando a pós-graduação em uma área específica, quem não reconhece, num dos artigos, os traços fundamentais das mazelas que assolam praticamente todas as áreas? Qual é a instituição que ainda se sente à vontade com o rumo que o Ensino à Distância está tomando? Como não enxergar os estragos do REUNI, e de outras expansões sem o devido financiamento, nas universidades públicas? Como não ficar indignado com os verdadeiros propósitos do dito “mestrado profissional”?
Promover a reflexão sobre estas temáticas continua sendo a opção do nosso Sindicato, o ANDES-SN, e a revista Universidade & Sociedade, em particular o presente número, é um dos instrumentos para tal propósito. Propósito este tão mais importante quanto mais forças, não tão ocultas assim, tentam calar sua ação, para que o caminho no rumo de um ensino público massificado, sem qualidade, voltado para os interesses privados, e não para os interesses da população em geral, seja aplainado. A contraposição firme é tão mais necessária nesta época, em que a crise, ao contrário do anunciado, muito provavelmente ainda não se encerrou.
Na seção “Debates Contemporâneos” temos, pois, mais um artigo que, de forma muito didática, nos desvenda mais alguns aspectos da presente crise, ao tempo em que, na mesma seção, outro texto nos mostra a face oculta do cooperativismo, como uma das maneiras de precarização do trabalho, mecanismo também empregado pelo setor mercantil da Educação Superior, conforme denunciado em número recente desta nossa U&S.
Por fim, mais um “Dossiê” contundente, desta vez denunciando a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que, ao não ser retirada com o fim do governo provisório, continua agindo como força de pressão a favor de interesses privados, contrários aos da maioria do povo haitiano.
Os Editores
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