CARTA ABERTA À POPULAÇÃO CATARINENSE
As decepções e as frustrações do povo trabalhador catarinense com os sucessivos governos, com o
Judiciário, com o Parlamento e com os partidos políticos tradicionais são motivadas por causas reais: essas
instituições permanecem atreladas à ordem autocrática do capitalismo dependente, a serviço da reprodução
da dominação do imperialismo, dos monopólios, do latifúndio e dos interesses escusos das oligarquias
regionais. Esta ordem baseada na exploração e opressão das classes trabalhadoras e das massas populares
está na origem das desigualdades econômico-sociais que assolam nosso país e as terras catarinenses. Esta
dominação está na raiz: da restrição da democracia; das mazelas da fome, da miséria e do desemprego; do
desmonte dos serviços públicos de educação, saúde, segurança, transporte e descaso para com os demais
direitos do povo trabalhador.
Quando o povo se mobiliza para lutar por seus interesses, direitos e garantias sociais -por liberdade
e justiça social -enfrenta a repressão e criminalização das organizações e dos movimentos populares. Não é
por acaso que a imensa maioria de nosso povo, quando não alheia, está sem esperanças em relação ao
processo que envolve as pré-candidaturas a governador para as eleições que se aproximam. O nosso povo,
no entanto, é valente e lutador: é capaz de grandes conquistas e de grandes feitos no enfrentamento dos
desafios históricos; sempre que se organiza, eleva seu nível de consciência, confia num programa de
transformações sociais e, sobretudo, quando recupera a confiança em si mesmo.
Até aqui, as “negociações” entre partidos tradicionais e postulantes ao cargo de governador não tem
enfrentado com seriedade o debate de princípios, compromissos e programas. Atolados na “pequena
política” dos arranjos eleitoreiros, vaidades e personalismos de caciques, e na repartição de cargos e
recursos públicos como se fosse patrimônio privado dos donos do poder (ou o botim de um assalto pirata).
Estamos à quatro meses das eleições e, até agora, todos os pré-candidatos a governador, repetem variantes
do “discurso único” da programática do grande capital: concordam com o desmonte dos sistemas de
serviços públicos e com a privatização do patrimônio público; consideram “natural” a implementação de
uma política de desprestígio e arrocho salarial dos servidores estaduais, inclusive, dos que atuam em
serviços essenciais como educação, saúde, segurança.
Ao contrário, é necessário aglutinar corações e mentes em torno de um projeto efetivamente
democrático e popular de transformações sociais, voltado para as necessidades do povo trabalhador
catarinense. É necessário colocar no centro do debate programático os interesses populares, discutir com o
povo a criação de mecanismos de efetiva e profunda democratização da sociedade e do Estado. É urgente
criar (ou revitalizar) as condições para que o poder público possa cumprir seu dever de garantir serviços
gratuitos e de excelente qualidade de saúde e educação (em todos os níveis), a segurança do povo (e não só
dos ricos); assim como um programa de desenvolvimento com critérios qualitativos de elevação do nível de
vida do povo catarinense.
À luz de tudo isso, em oposição às forças que representam o entulho ditatorial-oligárquico e em
oposição aos velhos e novos conservadores -por solicitação de inúmeros companheiros de luta, de
organizações e movimentos populares e sindicais -aceitei apresentar meu nome como candidato ao
Governo do Estado de Santa Catarina. Pretendo contribuir com um programa político que enfrente o
desafio de servir como instrumento dos trabalhadores em geral; dos jovens e dos estudantes ávidos por
justiça e pelo direito de estudar, de viver com cultura e com arte; das pessoas conscientes que lutam contra
as injustiças da ordem vigente e que defendem uma nova forma socialista de organização da sociedade; do
respeito à vida; do meio ambiente; do patrimônio e do serviço público.
De hoje até a data em que as convenções partidárias definem as candidaturas existe um longo
caminho a percorrer. Buscaremos alianças com aqueles que acreditam ser possível fazer política com
decência, sem estar subordinado à vontade das elites oligárquicas e conservadoras. Pretendemos superar
cada obstáculo que se apresente, com a convicção de podemos e devemos construir um futuro melhor para
todos os catarinenses.
Fraterno abraço,
Sargento Amauri Soares
Deputado Estadual do PDT
Pré-candidato ao Governo do Estado
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