26 de mar. de 2010

[Evento] II encuentro de Ecología Popular e Integración

Bolívia, de 19 a 22 de abrilgigo


04/02/2010
Evo convoca Conferência Mundial dos Povos sobre o câmbio climático e ois direitos da Mãe Terra

O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou a realização, de 19 a 22 de abril, da Primeira Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra, com o objetivo de “analisar propostas em defesa da vida e sobrevivência do planeta”.
Para o evento, que será sediado na cidade de Cochabamba, no centro da Bolívia, a 400 km de La Paz, estão sendo convidados governantes, cientistas, representantes dos movimentos sociais e organizações dos povos indígenas em defesa da vida.
  • Cochabamba sediará evento
Em carta enviada ao presidente da CUT, Artur Henrique, e à secretária Nacional do Meio Ambiente, Carmen Foro, a consulesa da Bolívia no Rio de Janeiro, Shirley Orozco, destacou a relevância do debate sobre o tema e da ação coletiva em defesa da vida, pois é cada vez mais grave a contaminação do ambiente e a emissão de gases que põem em risco populações inteiras. O encontro, ressaltou a consulesa, também pretende aprovar estratégias comuns de ação para a próxima Conferência no México.
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Foto: Cochabamba sediará evento
De acordo com Carmen Foro, “esta Conferência Mundial dos Povos sobre o câmbio climático e os direitos da Mãe Terra vem num momento essencial, diante do fracasso de Copenhague, onde os países ricos obstaculizaram qualquer avanço, colocando a Humanidade numa encruzilhada”. “Não temos dúvida que sem o compromisso efetivo das nações com o direito à vida, sem o envolvimento e a participação da sociedade nos destinos desta e das futuras gerações, não haverá futuro”, acrescentou Carmen, sublinhando a importância da participação do sindicalismo brasileiro no evento.
Abaixo, publicamos na íntegra a Convocação, assinada pelo presidente boliviano Evo Morales.
CONVOCAÇÃO
Considerando que o câmbio climático representa uma real ameaça para a existência da humanidade, dos seres vivos e de nossa Mãe Terra; como hoje a conhecemos.
Considerando o grave perigo que existe para as ilhas, regiões costeiras, geleiras dos Himalayas, os Andes e as montanhas do mundo, os pólos da terra, regiões calorosas como a África, fontes de água, populações afetadas por desastres naturais crescentes, plantas e bichos, e ecossistemas em geral.
Evidenciando que os mais afetados pelo câmbio climático serão os mais pobres do planeta que verão destruídos seus lares, suas fontes de sobrevivência e serão obrigados a migrar e procurar refúgio;
Confirmando que o 75% das emissões históricas de gases de efeito estufa originaram-se nos países do norte irracionalmente industrializados;
Constatando que o câmbio climático é produto do sistema capitalista;
Lamentando o fracasso da Conferência de Copenhague por responsabilidade dos países chamados "desenvolvidos" que não querem reconhecer a dívida climática que têm com os países em vias de desenvolvimento, as futuras gerações e a mãe terra;
Afirmando que para garantir plenamente o cumprimento dos direitos humanos no século XXI é necessário reconhecer e respeitar os direitos da Mãe Terra;
Reafirmando a necessidade de lutar por justiça Climática.
Reconhecendo a necessidade de assumir ações urgentes para evitar maiores danos e sofrimento à humanidade, a Mãe Terra e restabelecer a harmonia com a natureza.
Seguros de que os povos do mundo, guiados por princípios de solidariedade, justiça e respeito pela vida, serão capazes de salvar à humanidade e a Mãe Terra; e
Celebrando o dia internacional da Mãe Terra.
 
O governo do Estado Plurinacional da Bolívia convoca aos povos, movimentos sociais e defensores da Mãe Terra do mundo, e convida aos científicos, acadêmicos, juristas e governos que queiram trabalhar com seus povos à Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra a realizar-se do dia 20 ao dia 22 de abril de 2010 na cidade de Cochabamba, Bolívia.
A Conferência Mundial dos Povos sobre o Câmbio Climático e os Direitos da Mãe Terra tem por objetivos:
   1. Analisar as causas estruturais e sistêmicas que provocam o câmbio climático e propor medidas de fundo que possibilitem o bem-estar da humanidade toda em harmonia com a natureza.
   2. Discutir e acordar um projeto de Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra.
   3. Acordar as propostas de novos compromissos para o Protocolo de Kioto, e para projetos de Decisões da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Câmbio Climático que guiarão as ações dos governos comprometidos com a vida, nas negociações de câmbio climático em todos os cenários das Nações Unidas, respeito a:
      a) Dívida Climática,
      b) Migrantes - refugiados do Câmbio Climático,
      c) Redução de emissões,
      d) Adaptação,
      e) Transferência de tecnologia,
      f) Financiamento,
      g) Bosques e Câmbio Climático,
      h) Visão compartilhada,
      i) Povos indígenas, e
      j) Outros.
   4. Trabalhar na organização do Referendum Mundial dos povos sobre Câmbio Climático.
   5. Analisar e definir um plano de ação para avançar na constituição de um Tribunal de Justiça Climática.
   6. Definir as estratégias de ação e mobilização em defesa da vida frente ao Câmbio Climático e pelos Direitos da Mãe Terra.
Bolívia, 5 de janeiro de 2010.
Evo Morales Ayma
Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia

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