Olá para todas(os).
Em primeiro lugar quero me apresentar, fui estudante do curso de CSO e participei durante bastante tempo do movimento estudantil no curso e na UFSC. Os que me conhecem sabem que estive por aí até neste último semestre como professor de Prática de ensino de Sociologia e Metodologia de Ensino. Atualmente sou responsável pelas disciplinas de Sociologia, Metodologia Científica, Sociologia Rural, Tópicos Especiais em Ciência Tecnologia e Sociedade e Orientações para o Estágio, no Instituto Federal Catarinense-Vid.
Achei muito legal o debate sobre a avaliação do curso de CSO que vocês estão fazendo. Gostaria de apresentar algumas informações no intuito de fomentar mais a discussão.
O que nós conhecemos hoje como avaliação institucional teve suas origens concomitantemente ao desenvolvimento das idéias que denominamos neoliberais. De início o modelo de avaliação pode ser caracterizado como cientificista, ou seja, no que diz respeito a pesquisa e também para o ensino o peso deste instrumento recai na relação entre custos e rendimentos. Aliás esta é uma orientação do Banco Mundial adotada por todos os países periférico e os chamados em desenvolvimento desde os anos 90. Os efeitos transformam-se em comparações entre as instituições universitárias, resultando em classificações que servirão para alocações orçamentárias. Os indicadores passam a considerar:
-tempo médio de conclusão dos cursos;
-custo do aluno;
-número e avaliação dos cursos de pós-graduação;
-aumento anual de vagas preenchidas;
-número de alunos formados;
-proporção de docentes com titulação de mestre e doutor;
-proporção entre professores e estudantes e servidores;
-capacidade de captação de recursos junto às empresas;
Entre outros pontos, creio que estes são suficientes para uma breve caracterização do instrumento que nos avalia.
Muitos outros pontos podem ser levantados, pretendo ir de pouco em pouco alimentando o debate. Por exemplo, será que na medida que determinado instrumento verificador se instala, isto termina por fazer com que os cursos busquem caminhar na direção dos itens avaliados? E isto poderia levar a uma definição externa dos currículos através do instrumento avaliador?
Do pouco que vi nestes dois meses de Instituto Federal (que tb abrirão cursos superiores) já sei que existe uma relação entre os recursos que o Gov. Fed. enviará e a manutenção dos estudantes nos cursos. Todo o tensionamento é no sentido de que os professores façam de tudo para cativar os estudantes e comenta-se bastante a disputa com outras instituições, disputa de mercado mesmo, disputa de estudantes para estar na instituição.
Esta lógica não resolve problemas!! As perguntas ainda não foram respondidas, e são perguntas antigas. Para quê e para quem serve o conhecimento produzido por toda a humanidade?
Esta lenga-lenga pós-moderna de pensar no aqui e agora encontra identidade no pensamento de Keynes que afirmava "no longo prazo todos estaremos mortos" indicando que esta não deveria ser a preocupação fundamental. Discordo, existe passado, existe futuro e o presente interfere nos rumos deste. Podemos não ter força para tamanha modificação, mas, ao menos podemos não compactuar.
Abraços! Dalton
O que nós conhecemos hoje como avaliação institucional teve suas origens concomitantemente ao desenvolvimento das idéias que denominamos neoliberais. De início o modelo de avaliação pode ser caracterizado como cientificista, ou seja, no que diz respeito a pesquisa e também para o ensino o peso deste instrumento recai na relação entre custos e rendimentos. Aliás esta é uma orientação do Banco Mundial adotada por todos os países periférico e os chamados em desenvolvimento desde os anos 90. Os efeitos transformam-se em comparações entre as instituições universitárias, resultando em classificações que servirão para alocações orçamentárias. Os indicadores passam a considerar:
-tempo médio de conclusão dos cursos;
-custo do aluno;
-número e avaliação dos cursos de pós-graduação;
-aumento anual de vagas preenchidas;
-número de alunos formados;
-proporção de docentes com titulação de mestre e doutor;
-proporção entre professores e estudantes e servidores;
-capacidade de captação de recursos junto às empresas;
Entre outros pontos, creio que estes são suficientes para uma breve caracterização do instrumento que nos avalia.
Muitos outros pontos podem ser levantados, pretendo ir de pouco em pouco alimentando o debate. Por exemplo, será que na medida que determinado instrumento verificador se instala, isto termina por fazer com que os cursos busquem caminhar na direção dos itens avaliados? E isto poderia levar a uma definição externa dos currículos através do instrumento avaliador?
Do pouco que vi nestes dois meses de Instituto Federal (que tb abrirão cursos superiores) já sei que existe uma relação entre os recursos que o Gov. Fed. enviará e a manutenção dos estudantes nos cursos. Todo o tensionamento é no sentido de que os professores façam de tudo para cativar os estudantes e comenta-se bastante a disputa com outras instituições, disputa de mercado mesmo, disputa de estudantes para estar na instituição.
Esta lógica não resolve problemas!! As perguntas ainda não foram respondidas, e são perguntas antigas. Para quê e para quem serve o conhecimento produzido por toda a humanidade?
Esta lenga-lenga pós-moderna de pensar no aqui e agora encontra identidade no pensamento de Keynes que afirmava "no longo prazo todos estaremos mortos" indicando que esta não deveria ser a preocupação fundamental. Discordo, existe passado, existe futuro e o presente interfere nos rumos deste. Podemos não ter força para tamanha modificação, mas, ao menos podemos não compactuar.
Abraços! Dalton
Nenhum comentário:
Postar um comentário