Todo recomeço de semestre percebemos aos poucos que as coisas na UFSC ao invés de darem um passo à frente na verdade dão um passo atrás. É o tempo que ficamos na fila do RU que aumentou, o livro que queremos continua não existindo na biblioteca, a vaga da moradia que precisamos e não conseguimos, a nossa bolsa que continua não dando para pagar sequer o aluguel, e o professor que deveria nos dar aula não foi contratado ou está sobrecarregado de trabalho.
Nessa situação de precarização crescente não estão apenas os estudantes, mas os trabalhadores da universidade também. O quadro de servidores e professores aumenta sua defasagem ano a ano e a sobrecarga de trabalho provoca a queda na qualidade das aulas e de serviços essenciais como RU e HU. As condições de trabalho estão cada vez mais precárias, com professores substitutos e servidores terceirizados. Por isso utiliza-se cada vez mais bolsistas para tapar a falta de concursos públicos. Até mesmo direitos dos trabalhadores da universidade, como a oficialização da jornada de 30 horas de trabalho dos servidores, assegurada legalmente pela Constituição e o decreto federal 4.836/2003, está sendo negado.
Isso tudo está diretamente ligado à implantação do projeto intitulado “UFSC do século XXI”, da gestão do reitor Álvaro Prata. Nada mais nada menos do que uma versão local do REUNI - um decreto do governo federal a ser aplicado nas universidades federais no período 2008-2012 - defendido lamentavelmente, em nome dos estudantes, pela governista União Nacional dos Estudantes (UNE). Segundo esse decreto, se expandiria as vagas nos vestibulares mas sem garantias de qualidade e infra-estrutura. Devido a isso, segundo dados oficiais, a UFSC aumentou em 53,6% as vagas nos vestibulares em 3 anos, tendo ao mesmo tempo uma diminuição da verba total da UFSC nos últimos 10 anos.
Enquanto o Reuni quer precarizar ao máximo a universidade, deteriorar as relações de trabalho e abrir as portas da privatização dizendo que isso é expansão, nós estamos aqui para dizer que expansão só é possível mantendo a qualidade, ampliando direitos para estudantes e trabalhadores e preservando o caráter público da universidade. Estudantes e trabalhadores da UFSC precisam somar forças e lutar para derrotar o REUNI e afirmar um outro projeto de universidade e de expansão.
Por isso participe da Frente de Luta e de suas atividades. A universidade que queremos será construída com nossas próprias mãos!
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