20 de ago. de 2010

[Textos] Estudantes entram em greve em escola de Florianópolis

Jovens reivindicam melhorias e eleições para a escolha de diretores

Resolução para problemas de infraestrutura, para a falta de professores e eleições para diretor. Essas são as reivindicações dos alunos da Escola de Ensino Médio Jacó Anderle, em Canasvieiras, Florianópolis. Nesta quinta-feira, eles paralisaram as aulas nos três períodos para protestar. A incomum greve de estudantes permanece por tempo indeterminado.

O vice-presidente do grêmio estudantil, Willian Fagundes, explica que os alunos reclamam dos laboratórios precários, infiltrações e janelas quebradas. Em alguns locais do prédio as mangueiras de incêndio estão desencaixadas das bases e não há extintores. Mas o que mais incomoda os estudantes é a falta de professores. Por tudo isso, eles querem que os diretores da escola sejam eleitos pelos alunos.

— Quando um diretor é nomeado ele serve apenas a aquela pessoa que o colocou no cargo, normalmente isso envolve política, se nós elegermos o diretor ele trabalhará para o bem-estar dos alunos — enfatiza Fagundes.

Os membros do grêmio estudantil expuseram a situação em todas as salas de aula e, assim, conseguiram a adesão dos cerca de 1,4 mil alunos da escola, que saíram das salas na segunda aula e não retornaram. Eles prometem retornar às atividades assim que a Secretaria de Estado da Educação apresentar uma solução para os apontamentos.

O assessor de direção da unidade de ensino, Dilmar Lopes, informou que nesta quinta a direção da escola estava em contato com a gerência de educação para que uma providência fosse tomada:

— Não estamos alheios aos acontecimentos. Tudo o que os alunos pedem está documentado, só que temos que passar isso para a secretaria que é quem pode tomar medidas.

Segundo o gerente regional de Educação, Ari César da Silva, não há lei que possibilite a eleição para diretores, isso é algo que deveria ser aprovado na Assembleia Legislativa. Quanto à falta de professores, ele comenta que a contratação de um novo professor de química, para substituir uma educadora que vive faltando por supostos problemas de saúde, já está sendo encaminhada.

Por outro lado, os alunos reclamam que faltas também ocorrem com professores de outras duas matérias. Sobre esses casos e sobre a questão de infraestrutura na escola, Ari Silva disse não ter sido avisado. Ele espera que os diretores consigam contornar a situação da greve em conversas com os alunos e pais.
DIARIO.COM.BR
por rodrigo fernandes ribeiro 

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