23 de abr. de 2007

[Textos] Será o fim das festas na UFSC?

Pessoal!
Para discutirmos e aprovarmos amanhã na discussão de festas.
RODRIGO
Será o fim das festas na UFSC?
No dia 20 de abril desse ano o Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais realizou a sua festa de encerramento da VIII Semana de CSO. Com música, cerveja e integração buscamos proporcionar não só aos estudantes da CSO, mas como de toda a universidade, um momento mais lúdico, depois de uma semana inteira de debates, palestras e discussões.
No mesmo dia realizamos um sarau no Palquinho do Bosque para reativar aquele espaço cultural estudantil, que foi criado apartir de reivindicações estudantis, além de passarmos o filme “The Wall” nas paredes do CFH, iniciando um projeto cultural de revitalizarmos o bosque do CFH, que chamamos de Projeto Paredão.
Mas voltando a festa, podemos dizer que nunca tivemos tanta dificuldade para realiza lá na UFSC. O procedimento padrão “imposto” pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), dificulta ao extremo a liberação das festas, além de toda uma falta de orientação mais precisa e de uma concepção restritiva e criminalizadora por parte da Reitoria, que ao nosso ver quer impedir esses eventos de grande importância na integração do movimento estudantil.
O interessante é perceber que toda essa burocracia imposta aos estudantes, vem do processo de uma pseudocomissão, (com a participação de um DCE autoritário que tentou impor a sua posição favorável a essa burocratização e que foi rejeitado pela entidade acima do DCE, o Conselho de Entidades de Base-CEB) que encaminhou seus resultados para a canetada da reitoria. Esse assunto de importância significante a comunidade acadêmica, não passou nem pelo Conselho Universitário (Cun).
Mas mesmo assim nos propormos a seguir esse regulamento para a festa de encerramento da semana. Os procedimentos foram todos respeitados, mas é interessante colocar alguns pontos para uma reflexão que nos chamaram a atenção nesse processo:
- Falta de orientação precisa por parte da reitoria: a exigência a essa burocracia para “todo evento organizado pelas entidades estudantis” (tentaram exigir que fizéssemos o mesmo procedimento para o Sarau que realizamos no período da tarde de sexta), não vem acompanhada de uma orientação mais precisa de como conseguir os documentos. Somente nos foi passado os órgãos a serem pedidos liberação, sem nos dizer a quem eram pagas e quanto eram as taxas, os horários em que poderíamos ir a tais instituições e o que é pior, a reitoria não está correndo atrás de uma negociação com os bombeiros e a FLORAM para se conseguir uma liberação mensal para a Concha Acústica.
- Imposição de horários para festas: Quando se pergunta a reitoria o porque dessa restrição e dessa burocracia, a resposta sempre é a mesma: “a comunidade e os órgãos fiscalizadores é quem estão impondo”. Mas foi uma surpresa para nós descobrir que a liberação da FLORAM (Cuida da questão da poluição sonora) nos permitiu o som até as 7 horas da manhã a 50 decibéis, e a Delegacia de Policia aumentou o prazo de término da festa para até as 2 horas da manhã (A PRAE colocou como limite do som da festa, até a 1 hora, e mesmo depois da liberação dos órgãos, continuou com a posição de que o som deveria se encerrar a 1 hora).
- Burocratização para qualquer evento estudantil e criminalização para quem infringir essa regra imposta: Quando colocamos a possibilidade se fazer um sarau com música no palquinho do bosque, das 16 às 20 horas, o Diretor do Departamento de Assuntos Estundatis, Eugênio Luiz Gonçalves, queria que fizéssemos o mesmo procedimento de pedido de liberação de evento. O que nos deixa mais indignados é que o decreto da Reitoria, avalizado pelo DCE, somente regulamenta eventos de entidades estudantis. Então as construções de prédios na UFSC, as festas que a reitoria e os candidatos a reitor farão durante a eleição pra reitor neste ano, eventos de professores e técnicos não precisarão do mesmo processo de liberação de poluição sonora? E ainda para fortalecer essa “regulamentação imposta” a reitoria está fazendo boletins de ocorrência interno aos organizadores de “horas felizes” que não estão pedindo liberação. O diálogo dessa reitoria como bem sabemos se da sempre na base de processos administrativos ou criminais.
- Conivência dos “meninos de recado” do DCE: Ao invés de defenderem o direito estudantil de promoção de eventos e integração entre os estudantes, esses estudantes que fizeram parte de tal comissão de regulamentação de festas, não chamaram nenhum CEB para se discutir esse assunto, a não ser quando 18 Centro Acadêmicos se manifestaram contra a resolução. Há duas semanas o DCE organizou uma festa e para legitimar tal legislação contratou mais de vinte seguranças, e uma ambulância. Agora perguntamos: Temos condições de fazer festas profissionais, nós entidades estudantis e não empresas de entretenimento? E cadê a prestação de contas das duas festas que o DCE fez em sua gestão?
Essa discussão de regulamentação das festas deve realmente ser discutida em espaços democráticos, como os CAs e o CEB, a fim de podermos construir conjuntamente uma proposta do movimento estudantil, que não venha a reboque das “instruções” da reitoria. Devemos, isso sim, reivindicar dessa reitoria mais espaços culturais e artísticos, estrutura e condições de funcionamento. Os alvarás, a segurança, o local são suas obrigações e fica cada vez mais claro que essa política não é interessante pois a integração entre os estudantes faz com que os mesmos fiquem mais fortes.
É claro que para a segurança de todos devemos ter alguns procedimentos para se fazer uma festa grande na Concha Acústica, por exemplo. Mas para nós do Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais, fica mais claro que da maneira como está sendo tocada essa questão, tanto pelo DCE quanto pela reitoria, e pela dificuldade proporcionada tanto pelo processo de liberação quanto pela reitoria novamente, as festas de integração, as horas Felizes e mesmo eventos artísticos como sarais e teatros serão banidos dessa universidade com a desculpa esfarrapada de que os “órgãos competentes” não deixam pelo barulho. Se essa for a lógica não só as festas mas também as construções de prédios serão banidas, sem a autorização da FLORAM!
Centro Acadêmico Livre de Ciências Sociais

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